terça-feira, 18 de agosto de 2009

Mons. João S. Clá Dias recebe a medalha "Pro Ecclesia et Pontifice"

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A medalha "Pro Ecclesia et Pontifice, uma das mais altas honrarias concedidas pelo Papa àqueles que se distinguiram por sua atuação em favor da Igreja e do Romano Pontífice, foi entregue pelo Emmo. Cardeal D. Franc Rodé a Mons. João Scognamiglio Clá Dias, numa solene celebração Eucarística, no dia 15 de agosto, na igreja de Nossa Senhora do Rosário, do seminário dos Arautos do Evangelho, localizada na Grande São Paulo.

Mons. João S. Clá Dias é fundador dos Arautos do Evangelho e de duas Sociedades de Vida Apostólica, uma clerical e outra feminina, Virgo Flos Carmeli e Regina Virginum, respectivamente.

No ato de entrega da medalha, por ocasião do 70º aniversário de Mons. João Clá, o Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica destacou os méritos do homenageado, recordando as palavras de São Bernardo de Claraval: "No momento de vos entregar a condecoração com a qual o Santo Padre quis premiar vossos méritos, vêm-me à mente as palavras de São Bernardo, no início de seu tratado De laude novae militiae: 'Faz algum tempo que se difunde a notícia de que um novo gênero de cavalaria apareceu no mundo'. Estas palavras podem ser aplicadas ao momento presente. Com efeito, uma nova cavalaria nasceu, graças a Vossa Excelência, não secular, mas religiosa, com um novo ideal de santidade e um heróico empenho pela Igreja.

"Neste empreendimento, nascido em vosso nobre coração, não podemos deixar de ver uma graça particular dada à Igreja, um ato da Divina Providência em vista das necessidades do mundo de hoje."

Ao agradecer a prestigiosa condecoração com que o Santo Padre o quis agraciar, Mons. João S. Clá Dias ressaltou o brilhante papel do Cardeal D. Franc Rodé na direção do dicastério romano que lhe está confiado e as preciosas orientações que levaram à aprovação pontifícia das duas Sociedades de Vida apostólica: Regina Virginum e Virgo Flos Carmeli. Mas, sobretudo, quis expressar os sentimentos de filial adesão ao Santo Padre que palpitam no coração de todos os membros do movimento dos Arautos do Evangelho, fazendo suas as palavras de um insigne líder católico brasileiro do século XX, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira: "Tudo quanto na Igreja há de santidade, de autoridade, de virtude sobrenatural, tudo isto, mas absolutamente tudo sem exceção, nem condição, nem restrição, está subordinado, condicionado, dependente da união à Cátedra de São Pedro. (...)"Por isto, é sinal de condição de vigor espiritual, uma extrema susceptibilidade, uma vibratilidade delicadíssima e vivaz dos fiéis por tudo quanto diga respeito à segurança, glória e tranqüilidade do Romano Pontífice. Depois do amor a Deus, é este o mais alto dos amores que a Religião nos ensina. Um e outro amor se confundem até.(...) E nós podemos dizer: "para nós, entre o Papa e Jesus Cristo não há diferença". Tudo o que diga respeito ao Papa diz respeito, direta, íntima, indissoluvelmente, a Jesus Cristo".

No dia anterior, 14 de agosto, o ilustre visitante inaugurou com um celebração eucarística a igreja de Nossa Senhora do Carmo, localizada na Casa- Mãe da Sociedade de Vida Apostólica feminina Regina Virginum.

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Caríssimo Monsenhor,

No momento de vos entregar a condecoração com a qual o Santo Padre quis premiar vossos méritos, vêm-me à mente as palavras de São Bernardo, no início de seu tratado De laude novae militiae: "Faz algum tempo que se difunde a notícia de que um novo gênero de cavalaria apareceu no mundo " (o Santo se refere ao nascimento da Ordem dos Templários).

Estas palavras podem ser aplicadas ao momento presente. Com efeito, uma nova cavalaria nasceu, graças a Vossa Excelência, não secular, mas religiosa, com um novo ideal de santidade e um heroico empenho pela Igreja.

Neste empreendimento, nascido em vosso nobre coração, não podemos deixar de ver uma graça particular dada à Igreja, um ato da Divina Providência em vista das necessidades do mundo de hoje.

O ideal que propondes àqueles que são vossos é o de seguir a Cristo no grande movimento dos Arautos do Evangelho, com radicalismo evangélico, "combatendo sem trégua - como diz São Bernardo - uma dupla batalha, seja contra a carne e o sangue, seja contra os espíritos malignos do mundo invisível".

Obrigado, Monsenhor, por vosso nobre empenho, obrigado por vossa santa audácia, obrigado por vosso amor apaixonado pela Igreja, obrigado pelo esplêndido exemplo de vossa vida. Vós sois da estirpe dos heróis e dos santos.

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Solenidade da Anunciação da Bem-aventurada Virgem Maria – 15 de agosto de 2009


Sua Eminência Rev.ma o Senhor Cardeal Dom Franc Rodé, C.M.

Prefeito da Congregação para os Institutos de vida consagrada e as Sociedades de vida apostólica


Veneráveis e caros irmãos no episcopado e no sacerdócio,

Caríssimos Arautos do Evangelho

Caríssimos Irmãos e Irmãs

Estamos reunidos nesta grandiosa Igreja de Nossa Senhora do Rosário para celebrar a solenidade da Assunção ao Céu da Bem-aventurada Virgem Maria, a festa da Mãe, a definitiva glorificação de Maria, Mãe de Cristo, Mãe da Igreja, Mãe de todos os homens, Mãe terníssima de cada um de nós. Sentimentos de exultação, de maravilhamento, de ternura e de devoção, sentimentos de fidelidade e de devoção, nos enchem o coração neste dia, porque Refulge a Rainha, à direita do Senhor.

O Papa Pio XII, na Constituição Apostólica Munificentissimus Deus, que pronunciava, declarava e definia o dogma da Assunção ao céu da Bem-aventurada Virgem Maria em alma e corpo, assim escrevia: “Imaculada na sua concepção, sempre virgem na sua maternidade divina, generosa companheira do divino Redentor, que obteve triunfo completo sobre o pecado e suas consequências, alcançou por fim, como suprema coroa dos seus privilégios, que fosse preservada da corrupção do sepulcro, e que, à semelhança de seu divino Filho, vencida a morte, fosse levada em corpo e alma ao céu, onde refulge como Rainha à direita do seu Filho, Rei imortal dos séculos”. 1

Neste dia, inteiramente dedicado a Maria, temos o júbilo de dar graças ao Pai de toda misericórdia pelos dons de bondade que Ele nos prodigalizou com tanta plenitude: o reconhecimento de direito pontifício da Sociedade de vida apostólica clerical Virgo Flos Carmeli e da Sociedade de vida apostólica feminina Regina Virginum, primícias da Associação internacional dos Arautos do Evangelho; e o aniversário do caríssimo Mons. João Scognamiglio Clá Dias, instrumento dócil e clarividente do Espírito Santo, por meio de quem a grande família dos Arautos do Evangelho foi doada à Igreja universal.

Para ele vão minhas calorosas saudações, minhas afetuosas felicitações, o agradecimento em meu nome pessoal e no da Igreja inteira e, também, no de todos vós que neste momento constituem como que uma coroa de filhos amadíssimos, por ele gerados na fé.

Damos graças, sobretudo, ao Senhor, por seu amor de predileção, por todas as qualidades com as quais Ele o tem agraciado. Mons. João, por haver sido um ouvinte atento daquilo que o Espírito diz à Igreja – em particular a esta santa Igreja que está no Brasil – por sua perseverança em seguir a inspiração divina, por sua atenta e primorosa orientação e por seu paterno empenho em plantar, regar, fazer crescer e germinar na Igreja esta grande família dos Arautos do Evangelho, o vosso fundador tem sido para vós como é o Senhor: pai e mãe! Ele vos acolheu e fez crescer no amor, na descoberta e no viver a vossa vocação específica.

Sinto-me particularmente feliz por estar aqui convosco, participando desta festa de família, e presidir a esta Eucaristia para agradecer ao Senhor todos os seus benefícios.

Hoje festejamos, pois, a solenidade da Assunção de Maria, a Mãe de Jesus: esta festa nos torna presente, melhor diria que nos torna atual, a visão do “céu”. Hoje olhamos para o céu com os olhos límpidos de Maria, por meio de seu olhar virginal, de sua pureza esponsal, de sua beleza inigualável.

Contemplamos o céu em Maria, para nos fazermos fiéis discípulos de seu Filho. Nós O contemplamos n’Aquela que foi Mulher sempre aberta à presença de Deus, à sua ação na própria vida e na história do homem. Fixemos o olhar em Maria: aprendamos a ter fome e sede de Deus. Esse Deus, que primeiramente A amou, tornou-A também capaz de doar-se sem reservas a seu plano salvífico. Aprendamos com Ela a estarmos disponíveis e a ser generosos ao acolher o desígnio de Deus para a nossa vida.

Roguemos a Maria que interceda por nós para que, como Ela, peregrina da fé e Virgem do caminho, possamos conservar nossa união com o Senhor em todas as circunstâncias, e até sob o peso da cruz (cfr. LG 58).

Ajoelhemo-nos com fé viva a meditar o mistério da Mãe do Filho de Deus, que hoje foi levada ao céu. “Nossa rainha nos precedeu – cantava São Bernardo –, nos precedeu e foi recebida com tal júbilo que nós, seus pequenos servos, seguimos com fidelidade nossa rainha, clamando: ‘Atraí-nos para vós, correremos atrás do aroma de vossos perfumes’. A caminho, na terra do nosso exílio, enviamos antes de nós uma advogada que, na qualidade de mãe do juiz e de mãe misericordiosa, conduzirá a bom termo, com sua oração eficaz, nossa salvação”.2

Maria é a Mulher forte na fé. É a Mulher do silêncio, que reza e adora o desígnio do Pai, que leva ao colo o mistério de amor. Maria é a Mulher de grande coração, incapaz de dizer não a quem se lhe dirige com coração simples, bom e puro, por qualquer necessidade e penúria. Mas não pensemos que para Ela foi fácil penetrar no mistério: “Ela resguardou sua promessa de fidelidade dentro de um espaço de incompreensibilidade – escrevia Romano Guardini. […] Ela era o portal para o santo futuro”. 3

“Por isso – sublinha o Papa Bento XVI – pode ser a Mãe de toda consolação e de toda ajuda, uma Mãe à qual, em qualquer necessidade, todos podem dirigir-se na sua própria debilidade e no seu próprio pecado, porque Ela tudo compreende e para todos constitui a força aberta da bondade criativa. [...] Mediante o ser e o sentir juntamente com Deus, seu coração alargou-se. Nela a bondade de Deus se aproximou e se aproxima muito de nós. Assim, Maria está diante de nós como sinal de consolação, de encorajamento e de esperança. Ela se dirige a nós, dizendo: ‘Tenha a coragem de ousar com Deus! Tente! Não tenha medo d’Ele! Tenha a coragem de arriscar com a fé! Tenha a coragem de arriscar com a bondade! Tenha a coragem de arriscar com o coração puro! Comprometa-se com Deus, e então verá que precisamente assim a sua vida vai se tornar ampla e iluminada, não tediosa, mas repleta de surpresas infinitas, porque a bondade infinita de Deus jamais se esgota!” 4

Mons. João tem tido esta coragem, a coragem de “apostar a própria vida” por Cristo e pelo Evangelho. A coragem de arriscar tudo por tudo, com confiança ilimitada no Senhor da Misericórdia e de sua Mãe Maria. E tem experimentado na sua própria pessoa que a bondade de Deus não se exaure nunca, é plena de surpresas. Essas surpresas têm os olhos, a face e o coração de cada um de vós, seus filhos e filhas amadíssimos. Nestes anos, ele tem ensinado a cada um de vós a olhar para a história com olhos celestes. Como Maria.

E cada um de nós tem o dever de dar aos irmãos e às irmãs, que compartilham o nosso caminho, um olhar celeste; tem a missão de dar uma visão de esperança a este nosso mundo o qual, muitas vezes, olha lastimavelmente para baixo, permanecendo sem ideais, sem sonhos, e voltado para si mesmo. O desejo de felicidade, a sede de justiça, a necessidade de amor parecem ser sistematicamente frustrados pela infidelidade, pela fragilidade, pela mediocridade. A harmonia e a beleza são profanadas pela violência, pelo sofrimento e pelas divisões. Contatos sem relações, quereres sem desejos, emoções sem sentimentos, esperas sem esperança. As trevas parecem crescer hoje até a exasperação.

Aparentemente, o mundo de hoje perdeu todo traço do Verdadeiro, do Bem, do Belo. Dizia Simone Weill que “a beleza está para as coisas como a santidade está para a alma”.5 Mas, no mundo de hoje, há demasiadas situações humanas, espirituais e culturais que, pelo contrário, são feias (portanto, o contrário de belas); são, pois, os sinais da desarmonia, da dilaceração e da fratura. A beleza de Maria, a pureza e a simplicidade de seu Magnificat, que ouvimos ressoar durante a leitura do Evangelho, parecem perdidos.

Mas talvez, sobretudo agora, a Beleza se faz presente e insiste em ser reconhecida por corações e olhos atentos, por aqueles que, obstinadamente, a buscam e sofrem com sua ausência.

O teólogo suíço Hans Urs von Balthasar escrevia: “em um mundo sem beleza, também o bem perdeu sua força de atração, a evidência de seu dever-ser-realizado. (…) Em um mundo que não mais se crê capaz de afirmar o belo, os argumentos em favor da verdade esgotaram sua força de conclusão lógica”.6

Que Beleza, então, salvará o mundo? 7 – perguntava o jovem moribundo ao príncipe Myskin de Dostoiévski. É uma só a resposta cristã: o Amor é a verdadeira beleza, que supera todas as harmonias das formas perfeitas.

A beleza de Maria é a beleza da santidade e da graça, que, depois de Cristo, n’Ela atingem o vértice. João Maria Vianney, o Santo cura de Ars, que recordamos de modo especial neste ano sacerdotal, dizia: “Deus podia haver criado um mundo mais belo, mas não podia dar vida a uma criatura mais bela que Maria”. É beleza interior, feita de luzes, de harmonia, de correspondência perfeita entre a realidade e a imagem que Deus tinha idealizado ao criar a mulher. É Eva em todo o seu esplendor e perfeição, a nova Eva.

Olhemos para Maria. Veremos a beleza, a plenitude, a realização perfeita da pessoa humana. N’Ela a graça de Cristo nos mostra quem somos. A Virgem Mãe projeta sobre o caminho da humanidade uma grande esperança. A figura da Bem-aventurada Virgem Maria nos faz ver que uma criatura humana pode atingir a beleza da perfeição cristã, abrindo-se à ação do Espírito Santo e colaborando com a graça de Deus. Em Maria, portanto, vemos o eSDL_6865.jpgxemplo de uma humanidade nova, redimida que, com a luz de sua beleza não contaminada pelo pecado, ilumina nosso caminho de vida cristã em meio a não poucos obstáculos e dificuldades.

Assim, devemos abraçar, com o olhar, o horizonte inteiro no qual somos chamados a habitar, como discípulos de Jesus Cristo: de um lado, não podemos ficar contemplando o céu, mas de outro, não podemos deixar de ver nossa história, nossas cidades, nossos irmãos, nossas vidas com os olhos cheios de Deus, com os olhos repletos de sua beleza.

A Virgem Assunta ao céu se torna, então, nossa porta privilegiada para o “santo futuro”. Ela é a plenitude da humanidade. Contemplando Maria e sua beleza, vemos nossa história com olhos celestes, plenos de Deus.

“Estrela radiosa do Oriente; aurora que precede o sol; dia que não conhece a noite”,8 “dulcíssima mãe e virgem Maria, que gerou a morte da morte, a vida do homem, o perdão dos pecados, a bem-aventurança de todos os justos” 9, vimos hoje até vós, depositando a vossos pés os males que nos oprimem, seguros de encontrar em vosso coração de Mãe compreensão e perdão, encorajamento e conforto.

Nós vos confiamos, ó Maria, nossas alegrias e nossas dores, as esperas e as desilusões, os projetos e as esperanças. Acolhei os propósitos de pureza, de altruísmo, de coerência, que guardamos no coração, e obtende para as vontades frágeis o dom da coragem e da perseverança.

Nós vos confiamos, ó Rainha Assunta ao Céu, a família, pequena Igreja na qual se desenvolve a fé das novas gerações, e todos os Arautos do Evangelho. Defendei-os das insídias às quais os expõe a mentalidade contemporânea, muitas vezes estranha aos valores do Evangelho, e ajudai-os a realizar na vivência concreta do quotidiano o desígnio maravilhoso que Deus tem para eles.

Nós vos confiamos Virgo Flos Carmeli e Regina Virginum, estas duas plantinhas da vinha do Senhor, que levam o vosso nome. Vós, a Toda Bela, a Toda Santa, a Toda Pia, obtende que estes vossos filhos possam fazer a experiência de Deus Beleza e Amor, para, como Vós, serem um reflexo vivo d’Ele, neste mundo.

Nós vos confiamos, ó Rainha dos Apóstolos, o Mons. João Scognamiglio Clá Dias, vosso devoto cavaleiro; dai-lhe renovado ardor apostólico, e toda riqueza de bênçãos de vosso Divino Filho.

Nós vos confiamos, por fim, a Igreja, que torna presente o mistério do Verbo encarnado, morto e ressuscitado pela salvação do homem. Estendei sobre ela o vosso manto e protegei-a de todo perigo. Vós, Estrela da manhã, sede sempre para ela a guia segura. Amém.

Fonte: Arautos do Evangelho

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