sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Dom Fernando José Monteiro Guimarães nomeado membro do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica

Com um histórico curial e experiência pastoral nos últimos anos, Dom Fernando é chamado novamente à Roma por Bento XVI. No tabuleiro curial e brasileiro boas jogadas estão sendo arquitetas. Que Deus ilumine o santo Padre e que Dom Fernando seja instrumento do Altíssimo. Abaixo, alguns comentários do Igreja Una e do Fratres in Unum, para melhor conhecermos o bispo brasileiro.

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Dom Fernando e Dom Burke!

Um dos poucos motivos de alegria para Igreja Brasileira!

No dia 25, no Vaticano, o papa Bento XVI nomeou o bispo de Garanhuns (PE), dom Fernando José Monteiro Guimarães, membro do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica (Supremo Tribunale della Segnatura Apostolica).

Dom Fernando nasceu em 1946 em Recife e fez sua profissão perpétua na Congregação Redentorista em 1969. Doutor em teologia moral pelo Afonsianum de Roma e licenciado em direito canônico pela Universidade de Navarra, trabalhou desde 1994 em Roma como “capo ufficio” da Congregação para o Clero, até ser nomeado Bispo de Garanhuns em 2008 pelo Santo Padre.

Cinco dedos de uma mão são mais que suficientes para contar os bons bispos do Brasil, fiéis ao Papa e pregadores do autêntico Evangelho de Jesus Cristo.

A nomeação foi feita, mas não vi ou li ninguém na internet comentando sobre o assunto. Acho importante tal nomeação e, de certa forma, ela garante um bom futuro ao bispo. Ele trabalhará com Dom Burke, em Roma. Alguém pode querer coisa melhor?

Esperamos ouvir, em alguns anos, o nome de Dom Fernando como arcebispo! Agora Dom Fernando entra na minha lista especulativa para a sucessão de Dom Majella Agnelo. Quem sabe a Sé Primacial do Brasil, ainda sem um nome para o futuro próximo, não ganha um bom cardeal! Bento XVI pode começar a surpreender os católicos brasileiros da mesma forma como está agindo na Bélgica, França e EUA!

Rezemos

Fonte: Igreja Una


Na festa da Natividade de Nossa Senhora: Ad multos annos!


Padres fundadores do Instituto do Bom Pastor no dia da ereção do Instituto, 8 de setembro de 2006, em Roma: De Tanouarn, Laguérie, Aulagnier, Hery. O primeiro à esquerda, Pe. Fernando Guimarães, então secretário do Cardeal e hoje bispo de Garanhuns; ao centro, Sua Eminência Cardeal Dario Castrillon Hoyos. Ao fundo, O Bom Pastor.

Definitiva e peremptoriamente.

NOTA SOBRE CONFISSÕES COMUNITÁRIAS

Aos Sacerdotes e Fiéis da Diocese de Garanhuns,



Dom Fernando Guimarães

Saudações em Cristo Jesus.

No início da Quaresma, tempo de preparação espiritual para a Páscoa do Senhor, especialmente dedicado à penitência e à confissão de nossos pecados, desejo apresentar a todos as seguintes reflexões.

  1. A forma habitual da celebração do Sacramento da Reconciliação ou da Confissão, segundo as normas da Igreja, é a confissão sacramental, com acusação individual dos próprios pecados, seguida pela absolvição concedida pelo Sacerdote a cada pessoa que se confessa (cf. cânon 960). A absolvição coletiva só pode ser concedida, excepcionalmente, quando se realizam simultaneamente todas as condições previstas pelas normas canônicas, competindo ao Bispo julgar quando tal situação se configura (cf. cânon 961, §§ 1-2).
  2. Tanto o Servo de Deus Papa João Paulo II, como o atual Sumo Pontífice Bento XVI, têm insistido repetidas vezes acerca da importância da confissão individual na vida cristã, pedindo que se restabeleça a legítima norma litúrgica, onde se introduziram abusos.
  3. No uso das minhas atribuições episcopais, após considerar com atenção todas as circunstâncias e reconhecendo não existirem entre nós as condições previstas pelo Código de Direito Canônico, proíbo definitiva e peremptoriamente a celebração das assim chamadas “confissões comunitárias” no território da Diocese de Garanhuns.
  4. As Paróquias, segundo a disponibilidade dos Sacerdotes, estabeleçam horários fixos de atendimento de confissões, podendo as mesmas ser precedidas por uma preparação comunitária, à qual, porém, devem seguir necessariamente a confissão e a absolvição individuais.
  5. Nos tempos fortes do Ano Litúrgico (Advento e Quaresma), bem como nas proximidades das grandes festas, o Setor Pastoral organize os “mutirões” de confissão, concentrando os Padres da redondeza cada dia em uma Paróquia para atendimento das confissões, as quais podem seguir a modalidade indicada no número anterior.
  6. Os Párocos aproveitem o período da Quaresma para explicar bem aos fiéis a doutrina católica acerca do Sacramento da Confissão, de maneira que ele possa ser vivido de maneira sempre mais proveitosa.

Esta Nota seja lida em todas as Santas Missas dominicais dos dias 26 e 27 de Fevereiro próximo, Primeiro Domingo da Quaresma, e as disposições nelas contidas têm efeito imediato.

Garanhuns, na sede da Cúria Diocesana, aos 26 de Fevereiro de 2009

X Fernando Guimarães

Bispo Diocesano de Garanhuns

Destaques do original – Fonte: Diocese de Garanhuns

A Eucaristia na Vida do Sacerdote – Carta Pastoral de Dom Fernando Guimarães, bispo de Garanhuns (PE).


Dom Fernando Guimarães

Dom Fernando Guimarães, bispo da Diocese de Garanhuns (PE), dirigiu na última Quinta-feira Santa a seus sacerdotes e seminaristas uma carta pastoral intitulada “A Eucaristia na Vida do Sacerdote. Dom Fernando nasceu em 1946 em Recife e fez sua profissão perpétua na Congregação Redentorista em 1969. Doutor em teologia moral pelo Afonsianum de Roma e licenciado em direito canônico pela Universidade de Navarra, trabalhou desde 1994 em Roma como “capo ufficio” da Congregação para o Clero, até ser nomeado Bispo de Garanhuns no ano passado pelo Santo Padre, o Papa Bento XVI.

Em sua carta, Dom Fernando procura ‹‹ traçar um breve panorama do sentido teológico do Sacerdócio católico e da relação necessária que ele tem com a Eucaristia ››, indicando ‹‹ alguns pontos concretos que podem ajudar a traduzir o pensamento teológico na vida sacerdotal de todos os dias”, concluindo com “uma rápida reflexão sobre a sacralidade da liturgia e do nosso Sacerdócio, indicações importantes, em um mundo secularizado, para a renovação da nossa espiritualidade sacerdotal ›› . Apresentamos seus principais excertos:

O poder do sacerdote sobre o Corpo de Cristo.

‹‹ Através da ordenação sacerdotal, o Padre é ligado à Eucaristia de uma maneira toda especial e excepcional. Podemos dizer que os Sacerdotes existem pela e para a Eucaristia: de certo modo, nós somos responsáveis pela Eucaristia. É interessante relembrar aqui como Santo Tomás de Aquino, nas suas reflexões sobre o sacramento da Ordem, considera-o sempre em uma perspectiva eucarística: é o poder espiritual que diz respeito à Eucaristia e seu caráter sacramental consiste exatamente no poder sobre o corpo de Cristo ›› .

Prossegue o senhor bispo: ‹‹ Uma segunda consequência nos vem desta reflexão, a propósito da relação entre Padres e fiéis. Trata-se da questão sempre atual da relação entre o Sacerdócio ministerial e aquele que o Concílio Vaticano II chama de “sacerdócio comum dos fiéis” (…). A graça sacramental específica da Ordem configura ontologicamente a pessoa do ministro ao Cristo Sacerdote, Mestre e Pastor, “para servir de instrumento de Cristo à sua Igreja. Pela ordenação, a pessoa se habilita a agir como representante de Cristo, Cabeça da Igreja, em sua tríplice função de sacerdote, profeta e rei”. Trata-se de um caráter espiritual indelével, que acompanhará por toda a eternidade a pessoa do ordenado, e o que habilita a agir “in persona Christi Capitis”, para a realização das três funções de ensinar, santificar e de governar a Igreja de Cristo. A santificação do padre torna-se assim uma exigência lógica do seu caráter sacramental e do seu ministério, como ela é uma consequência necessária do seu batismo ›› .

A juventude do altar do Senhor.

‹‹ O culto eucarístico do Sacerdote, seja na celebração da Santa Missa, seja na maneira como ele demonstra seu amor e cuidado pelo Augusto Sacramento, torna-se dessa forma um elemento importante de evangelização e de formação dos fiéis. Se é verdade que o padre exerce a sua missão principal e se manifesta em toda a sua plenitude quando celebra a Eucaristia, tal manifestação é humanamente completa quanto ele deixa transparecer a profundidade e a sacralidade deste Mistério, para que somente o Mistério Eucarístico resplandeça, através do seu ministério, nos corações e nas consciências dos fiéis. (…) [O] Servo de Deus o Papa Pio XII, que afirmava durante o Ano Santo de 1950: “É impossível que o ministério sacerdotal atinja plenamente o seu fim, o de responder às necessidades de nosso tempo de uma maneira adequada, se os Padres não resplandecerem no meio do povo através do exemplo de uma santidade eminente”. Este é o desafio de nosso tempo, para os Padres e para a Igreja inteira. Em meio às profundas mudanças de nosso tempo, após um período doloroso de hesitações e de crise pessoal e institucional, o Padre católico é chamado a redescobrir, na juventude do altar do Senhor (cf. Sl. 43, 4 vulg.), a identidade profunda da sua vocação. A Igreja não pode deixar de se preocupar – para usar uma feliz e bela expressão do Papa São Pio X – em “formar o Cristo naqueles que são destinados a formar o Cristo nos outros” ›› .

A recuperação da espiritualidade sacerdotal para renovação da Igreja.

‹‹ É necessário superar a tendência que, ainda hoje, leva muitas vezes a considerar aquilo que o Padre faz, em detrimento daquilo que ele é; é o ser que precede, justifica e fecunda o seu agir. Neste sentido, a recuperação de uma autêntica espiritualidade sacerdotal é uma das tarefas mais urgentes para a verdadeira renovação da Igreja. Como não lembrar aqui a palavra ardente e sempre atual de São Gregório Magno: “É necessário que o pastor seja puro de pensamento, exemplar na ação, discreto no seu silêncio, útil pela sua palavra; que ele seja próximo de todos por sua compaixão e que ele seja, mais do que todos, dedicado à contemplação; que ele seja o humilde aliado de quem faz o bem, mas, pelo seu zelo pela justiça, que ele seja inflexível contra os vícios dos pecadores; que ele não relaxe nunca o cuidado de sua vida interior em suas ocupações exteriores, nem negligencie o cuidado das necessidades exteriores pela solicitude do bem interior ›› .

O esfriamento espiritual causa da infidelidade ao dom recebido.

‹‹ Trabalhando por muitos anos em Roma, a estudar os dolorosos casos de abandono do ministério, pude observar como um dos primeiros sinais da crise destes irmãos nossos não é, em geral, o problema afetivo, mas o esfriamento e o enfraquecimento na vida espiritual, na oração, como também o abandono da celebração diária da Santa Missa. A certeza da fé debilita-se, as opiniões contrárias à fé da Igreja ou carregadas de ideologias se insinuam, e acaba-se por perder o sentido profundo do próprio Sacerdócio, criando-se um vazio no coração do Padre. É somente então, na imensa maioria dos casos, que sobrevém a necessidade humana de preencher este vazio existencial com um laço humano. Estamos já na última fase de um processo que levará definitivamente à infidelidade ao dom recebido ›› .

A sacralidade do Sacríficio da Missa foi instituída por Cristo.

‹‹ Com efeito, é Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, que, representado pelo Sacerdote, entra no santuário para oferecer-se ao Pai e que anuncia o seu Evangelho. É Cristo aquele que oferece e é também Ele mesmo a oferta, o consagrante e o consagrado. A Eucaristia é ação santa por excelência, porque é ela que constitui as Sagradas Espécies, as “coisas santas dadas aos santos”, como recitam algumas fórmulas litúrgicas do Oriente. É importante repetir com força que a “sacralidade” da Missa não é algo acrescentado pelos homens à ação de Cristo no Cenáculo, liturgia primária e constitutiva, com a qual o Senhor celebrou sacramentalmente, Ele mesmo como Sacerdote, o mistério da sua Paixão, Morte na cruz e Ressurreição, o seu Sacrifício redentor. A “sacralidade” da Missa é uma realidade instituída por Cristo. (…) O Sacerdote do Novo Testamento oferece o Santo Sacrifício “in persona Christi”, o que quer dizer muito mais do que “em nome de”, ou “fazendo as vezes de”. “In persona” significa uma identificação específica, sacramental, com o Sumo e Eterno Sacerdote, que é o autor e sujeito principal do próprio Sacrifício, no qual Ele não pode ser substituído por ninguém. Ele, e somente Ele, o Cristo, poderia e pode ser realmente “propitiatio pro peccatis nostris sed etiam totius mundi”. Somente o Sacrifício de Cristo, e de ninguém mais, poderia possuir força propiciadora junto ao Pai, junto à sua transcendente santidade ›› .

Não “fazer da celebração um palco para aparecermos”.

‹‹ Recordemo-nos, queridos Padres, que nenhum de nós é “dono” da Liturgia e, portanto, livres de adaptá-la a nossos gostos e fantasias. Lembremo-nos de que nenhum de nós deve aparecer como centro de atenção ou, o que é lamentável, fazer da celebração um palco para aparecermos. Somo “servos” dela, porque inseridos ontologicamente, por força do Sacramento recebido na nossa ordenação, no próprio mistério do Cristo, Sacerdote e Oferta. Evitemos, portanto, com zelo e amoroso cuidado, qualquer instrumentalização, qualquer particularismo, na celebração litúrgica. Celebremos com amor e devoção como a Igreja nos pede, seguindo fielmente o que ela estabeleceu, não por um mero ritualismo, mas porque imbuídos desta verdade: é Cristo que celebra em minha pessoa. A Igreja tem o dever de garantir e de assegurar o “sacrum” da Eucaristia. Esta missão torna-se ainda mais urgente, quando se vive em uma cultura desacralizada, para não dizer neo-pagã. É de se desejar que a tomada de consciência dos problemas e dos muitos abusos litúrgicos que devem hoje ser enfrentados, possa encontrar modalidades concretas de realização, de maneira a garantir, além de uma correta celebração da Eucaristia, também uma nova vitalidade da fé católica acerca do Augusto Sacramento ›› .

Dom Fernando Guimarães, bispo de Garanhuns, nomeado membro da Assinatura Apostólica.

Segundo o blog Igreja Una, “no dia 25, no Vaticano, o papa Bento XVI nomeou o bispo de Garanhuns (PE), dom Fernando José Monteiro Guimarães, membro do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica (Supremo Tribunale della Segnatura Apostolica). Dom Fernando nasceu em 1946 em Recife e fez sua profissão perpétua na Congregação Redentorista em 1969. Doutor em teologia moral pelo Afonsianum de Roma e licenciado em direito canônico pela Universidade de Navarra, trabalhou desde 1994 em Roma como “capo ufficio” da Congregação para o Clero, até ser nomeado Bispo de Garanhuns em 2008 pelo Santo Padre”.

Dom Fernando já é conhecido de nossos leitores. Enquanto padre, no tempo em que esteve em Roma, foi um dos que mais colaborou na Cúria Romana para para a criação da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney, fazendo questão de acompanhar o Cardeal Darío Castrillón Hoyos na cerimônia de sua ereção, em janeiro de 2002. Já como bispo, Dom Fernando Guimarães celebrou missa tradicional em Campos.

Fonte: Fratres in unum

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Audiência geral do Papa Bento XVI: a renovação da Igreja não se dá “sem ou contra o Papa, mas só em comunhão com ele”.

O sonho de Inocência III - Giotto

O sonho de Inocêncio III - Giotto

“Vai, Francisco, e restaura a minha Igreja em ruínas.”

Este simples evento da palavra do Senhor ouvida na igreja de São Damião esconde um profundo simbolismo. Imediatamente, São Francisco é chamado a restaurar aquela igrejinha, mas o estado de ruínas daquele edifício é um símbolo da situação dramática e preocupante da própria Igreja naquele tempo, com uma fé superficial que não forma e não transforma a vida, com um clero pouco zeloso, com o arrefecimento do amor; de uma destruição interior da igreja, que envolve também uma decomposição da unidade, com o surgimento de movimentos heréticos.

Todavia, no centro daquela igreja em ruínas está o Crucifixo e fala: convida à renovação, convida Francisco ao trabalho manual para restaurar concretamente a igrejinha de São Damião, símbolo do chamado mais profundo a renovar a própria Igreja de Cristo, com a sua radicalidade de fé e com o seu entusiasmo de seu amor por Cristo.

Este acontencimento, ocorrido provavelmente em 1205, traz à mente um outro incidente semelhante ocorrido em 1207: o sonho do Papa Inocêncio III. Ele vê em sonho que a Basílica de São João de Latrão, a igreja mãe de todas as igrejas, está desmoronando e um pequeno e insignificante religioso sustenta em seus ombros a igreja para que não caia.

É interessante notar, por um lado, que não é o Papa que dá o auxílio para que a igreja não desabe, mas um pequeno e insignificante religioso, que o Papa reconhece em Francisco que lhe visita.

Inocêncio III foi um Papa vigoroso, de grande cultura teológica, como também de grande poder político, no entanto não é ele que renova a Igreja, mas o pequeno e insignificante religioso: é São Francisco, chamado por Deus.

Por outro lado, contudo, é importante notar que São Francisco não renova a Igreja sem ou contra o Papa, mas só em comunhão com ele. Os dois realmente caminham juntos: o Sucessor de Pedro, os bispos, a Igreja fundada sobre a sucessão dos Apóstolos e o carisma novo que o Espírito Santo cria naquele momento para renovar a Igreja. Ao mesmo tempo cresce a verdadeira renovação.

O Pobrezinho de Assis havia compreendido que cada carisma é dado pelo Espírito Santo a serviço do Corpo de Cristo, que é a Igreja; por isso agiu sempre em plena comunhão com a autoridade eclesiástica. Na vida dos santos não há contradição entre o carisma profético e o carisma de governo e, se alguma tensão vem a se criar, eles sabem esperar com paciência o tempo do Espírito Santo.

[...]

Em 1219, Francisco obtém permissão para ir falar, no Egito, com o sultão muçulmano Melek-el-Kamel, para pregar também lá o Evangelho de Jesus.

Desejo enfatizar este episódio da vida de São Francisco, que tem uma grande atualidade. Numa época em que estava em curso um confronto entre o Cristianismo e Islã, Francisco, armado voluntariamente apenas de sua fé e de sua mansidão pessoal, percorre com eficácia a via do diálogo.

As crônicas nos falam de uma acolhida benévola e cordial por parte do sultão muçulmano. É um modelo ao qual ainda hoje devemos inspirar as relações entre cristãos e muçulmanos: promover um diálogo na verdade, no respeito recíproco e compreensão mútua (cf. Nostra Aetate, 3).

[...]

Francisco sempre mostrava uma grande reverência para com os sacerdotes, e recomendava respeitá-los sempre, mesmo no caso em que fossem pessoalmente pouco dignos. Trazia como razão para este profundo respeito o fato de terem recebido o dom de consagrar a Eucaristia. Caros irmãos no sacerdócio, não nos esqueçamos nunca deste ensinamento: a santidade da Eucaristia nos chama a ser puros, a viver de forma coerente com o mistério que celebramos.

Fonte: Excertos da audiência geral do Papa Bento XVI de hoje, 27 de janeiro de 2010.

Visto em: Fratres in unum

O ultimato do rabino chefe de Roma: “A Igreja tem que decidir: ou eles ou nós!”.


“Se a paz com os lefebvristas significa renunciar às aberturas do Concílio, a Igreja tem que decidir: ou eles ou nós!”: assim se expressou o rabino chefe da comunidade judaica de Roma, Riccardo di Segni, em um trecho de uma entrevista à revista mensal “Il consulente Re”, publicada no dia anterior à jornada da memória.

Di Segni recorda, a propósito, o discurso pronunciado na sinagoga por ocasião da recente visita ao Papa, quando, em referência às “aberturas” do Concílio Vaticano II, disse: “Se vierem a ser colocadas em discussão, não haveria mais possibilidade de diálogo”. Agora, o rabino explica, referindo-se ao discurso do dia anterior do Papa à Congregação para a Doutrina da Fé: “Foi o último acréscimo ao discurso, depois que na manhã de sexta-feira, 15 de janeiro, houve uma estranha abertura aos lefebvristas…”.

Que o caminho entre judeus e católicos “seja turbulento – afirma Di Segni de modo mais genérico – está fora de questão, que seja irreversível é uma esperança”. Quanto à definição utilizada por João Paulo II para descrever os judeus – “irmãos mais velhos” – o rabino explica: “Esta definição é muito ambígua do ponto de vista teológico, já que os “irmãos mais velhos” na Bíblia — mencionei no meu discurso — são os maus, os que perdem seu direito de primogenitura… Falar então de “irmãos mais velhos” do ponto de vista teológico significa dizer: “vocês eram, agora não contam mais nada!”. O aceno feito aos pares de irmãos bíblicos no discurso na sinagoga mexeu com o Papa, narra em seguida Di Segni: “Da posição solene em que se colocou no início da cerimônia, começou a mostrar grande interesse. Não só: ao fim do meu discurso ele me disse que o argumento foi muito importante, o que evidenciou novamente no nosso colóquio privado”.

Por fim, Di Segni elogia a Comunidade de Santo Egidio: “É um belo exemplo de colaboração, foram fundamentais. Ela fez de tudo para promover a visita, fez muito para salvá-la no momento da crise”.

Fonte: Il blog degli amici di Papa Ratzinger

Visto em: Fratres in Unum

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Mais uma vez se voltam contra o Papa.

Acabo de receber em meu e-mail a noticia, via Rádio Vaticana, que os Cardeais Martini e Tucci promovem página web para relançar o Vaticano II. Não fosse apenas ridícula a pretensão do título da matéria, o seu conteúdo é estarrecedor, ele cai direto na idéia de ruptura. Bem agora em que o Papa conclama a uma evangelização também via internet, o cardeal Martini, que parecia ter ficado mais quieto, lança esse ato contra a clara ação de Bento XVI no sentido concertar as possíveis ambigüidades (para ser bonzinho) do Vaticano II.

Abaixo, segue a matéria, notem a ênfase na nova eclesiologia e liturgia, bem como o desprezo pelo que é chamado de Igreja Tridentina, uma Igreja fechada que condenou os judeus... que o “bom Vaticano II” retirou a condenação... que legal .... o título do site é “Viva o Concílio”.

O site Petrus, por sua vez elencou os nomes dos participantes de tal iniciativa e seu suposto compromisso em seguir as orientações de continuidade de Bento XVI.

São Joao Maria Vianney rogai por nós!

Senhor Deus, tende piedade de nós e protegei o Santo Padre!

CARDEAIS MARTINI E TUCCI PROMOVEM PÁGINA WEB PARA RELANÇAR O VATICANO II

Roma, 25 jan (RV) – Com o objetivo de relançar o Concílio Vaticano II, os cardeais jesuítas italianos Carlo Maria Martini e Roberto Tucci, lançaram um portal na Internet, apresentado nesta segunda-feira, em Milão, através do qual pretendem dar a conhecer aos jovens, esse evento-marco que encaminhou a Igreja Católica rumo ao terceiro milênio.

Trata-se do portal /a> da Fundação Ambrosianeum, promovido pelo Cardeal Martini, arcebispo emérito de Milão, e pelo Cardeal Roberto Tucci, durante muitos anos organizador das viagens pontifícias, além de Dom Luigi Bettazi, de 86 anos, que participou, junto aos outros dois promotores da iniciativa, do Concílio Ecumênico Vaticano II.

Na página web – apresentada no dia em que se recordam os 51 anos do anúncio, por parte de João XXIII, da convocação do concílio que mudou a Igreja Católica – poderão ser consultadas todos os pronunciamentos magistrais, as leituras teológicas e outras iniciativas e documentos relacionados ao Vaticano II.

Também podem ser vistas fotos e imagens além de outros arquivos multimediais sobre o Concílio, tudo isso – na intenção dos promotores da iniciativa – com a finalidade de repropor esse evento histórico, a fim de que as pessoas o entendam e compreendam.

O Vaticano II – um dos eventos históricos que marcaram de forma indelével o século XX – foi um concílio ecumênico que superou todas as expectativas, já que rompeu com quatro séculos de Igreja tridentina e mudou suas relações com a sociedade e com as outras religiões.

Foi convocado no dia 25 de janeiro de 1959 pelo Papa João XXIII, 90 anos depois da celebração, sob o pontificado de Pio IX, do Concílio Vaticano I, forçado a encerrar-se antes do tempo previsto, devido ao clima de guerra que se vivia em Roma naqueles anos.

Participaram do evento 2.540 bispos de todo o mundo, e mais de 700 padres conciliares tomaram a palavra durante suas sessões. O Vaticano II foi inaugurado no dia 11 de outubro de 1962 e encerrou-se no dia 8 de dezembro de 1965. João XXIII não pôde encerrá-lo, porque faleceu no dia 3 de junho de 1963, tendo tocado, portanto, a seu sucessor, Paulo VI, mandar avante e encerrar os trabalhos.

Do Vaticano II saíram 16 documentos, entre os quais quatro constituições apostólicas (atos legislativos emanados pelo papa, para dar disposições de caráter geral e permanente), nove decretos três declarações.

Entre as constituições, destaca-se a Gaudium et Spes, mediante a qual se passava de uma Igreja fechada em si mesma a uma Igreja livre, sem teocracia, que se sentia parte do mundo, que se abria a seus problemas.

Entre as declarações, destaca-se a Nostra Aetate, na qual os católicos retiraram as acusações contra os judeus. O concílio colocou em marcha um novo diálogo com os judeus, ao cancelar a histórica acusação de deicídio e um diálogo também com as religiões não-cristãs.

O Vaticano II reformou a liturgia, cuja mudança mais visível foi a adaptação da liturgia às línguas vernáculas, a fim de que os fiéis pudessem dirigir-se a Deus em seus próprios idiomas. Dessa forma, os idiomas nacionais passaram a ser os idiomas usados nas cerimônias, relegando o latim – que todavia continua sendo a língua oficial dos documentos da Igreja – a um segundo plano. Também importante foi a decisão de que o celebrante pudesse oficiar de frente para os fieis e não mais de costa. (AF)

Fonte: Rádio Vaticana

Nasce www.vivailconcilio.it: in Rete l'attualità del Vaticano II nel solco della Tradizione

CITTA’ DEL VATICANO - Apertamente contestato dai lefebvriani, rimesso in discussione da alcuni ambienti anche della Curia romana, bersagliato da critiche e malumori su molti siti internet nati negli ultimi anni, il Concilio vaticano II ha ora un indirizzo web in sua difesa. Il sito, www.vivailconcilio.it, da ora on-line, ha un lungo elenco di sostenitori autorevoli: i Cardinali Tettamanzi e Martini (arcivescovo attuale ed emerito di Milano), Tucci (il gesuita che organizzaò i viaggi di Wojtyla), Ectehgaray (il porporato francese noto alle cronache recenti per l'incidente della vigilia di Natale a San Pietro), Piovanelli (ex arcivescovo di Firenze) e Silvestrini (big della Segreteria di Stato vaticana con Giovanni Paolo II), l'allora segretario personale di Giovanni XXIII, Loris Capovilla, due capi-dicastero attuali del Vaticano - Ravasi e Celli - e alcuni vescovi di spicco: tra gli altri, Bettazzi, il biblista Ghidelli, Forte (Chieti-Vasto), Giudici (Pavia), Golser (Bolzano), Cacucci (Bari) e Valentinetti (Pescara). Un'operazione anti-Ratzinger? Tutt'altro, spiegano i promotori. Che condividono l'interpretazione del Papa secondo il quale la grande assemblea di vescovi e teologi che si riunì dal 1962 al 1965 per aggiornare la Chiesa cattolica non va vista come un momento di "rottura", ma di riforma nella "continuità" della sua vita millenaria. Ma tengono a difendere e promuovere il Concilio dai molti, troppi attacchi di questi anni. "'Viva il Concilio', oltre ad essere una benedizione, costituisce una promessa", si legge nella pagina d'apertura: "Solo a condizione di rinnovare la fedeltà e la verità di quell`evento spi­rituale sarà possibile per la Chiesa cattolica disporre dei doni ricevuti e tenerne viva la memoria". Per questo, accanto ai 16 documenti conciliari e agli interventi più importanti dei pontefici sul Concilio, si trovano testi teologici e di carattere storico, ma anche video e immagini del Concilio. Tra le rubriche, anche un editoriale, 'le perle del Concilio', 'le bolle del concilio' e 'l`invito alla lettura', ma anche una bacheca sulle iniziative culturali, informazioni e segnalazioni sul Concilio. Il sito, nato nell'ambito dell'Associazione teologica italiana, è promosso da alcuni dei più brillanti teologi del nostro Paese: Giacomo Canobbio, Piero Coda, Severino Dianich, Massimo Nardello, Gilles Routhier, Marco Vergottini.


Fonte: Petrus


domingo, 24 de janeiro de 2010

A teologia do Sacrifício da Missa.

Por Dom Licínio Rangel

Novus Ordo Missae.

1 – A “Confissão de Augsburgo”, protestante, viu bem o novo rito da Missa, ao declarar: “Nós fazemos uso das novas preces eucarísticas (católicas) que têm a vantagem de pulverizar (reduzir a pó) a teologia do Sacrifício” (L’Eglise d’Alsace, dez/73 e Jan/74, apud “La Messa di Lutero” por Dom Lefebvre).

2 – Essas “preces eucarísticas”, da missa nova, oficialmente em número de quatro, mas que já são muito mais, correspondem ao único “Cânon” da Missa tradicional. É a parte central e sacrifical da Missa, e que fica entre o “Sanctus” e o “Pater Noster”. É exclusiva do celebrante que deve pronunciá-la em latim e em voz baixa (Concílio de Trento). Nela tem lugar a grande “Ação sacrifical de Jesus Cristo”, que Ele renova na Consagração. É através dela que Cristo se torna presente realmente, e se coloca sob as Espécies Sacramentais em estado de Vítima imolada. Aí renova Ele a oblação sacrifical que fez de Si mesmo ao Pai na Cruz. E isso, em virtude da Ordem (Sacramento do sacerdócio) que deu aos Apóstolos de fazerem o mesmo que Ele tinha feito (Lc 22,19).

3 – É o Seu ato sacrifical, que é único e uno, e que foi realizado uma vez por todas, cruentamente, na Cruz e, misticamente, na última Ceia. E que, por sua ordem, de novo se torna presente, de modo místico, mas real, em cada verdadeira Missa. Assim, deu Jesus cumprimento à profecia de Malaquias: “Do nascente ao poente (…), e em todo o lugar, será oferecido em meu nome uma oblação pura”(Mal.1,11)

4- A Santa Missa abrange ou realiza os quatro fins do Sacrifício: o latrêutico ou de adoração; o eucarístico ou de ação de graças; o propiciatório ou de expiação; e o impetratório ou de súplica. O fiel, unindo-se por esses atos a Jesus Cristo, que, na Missa como na Cruz, é ao mesmo tempo, Sacerdote e Vítima, participa dos frutos da Redenção e cumpre os seus deveres fundamentais para com Deus. Desses frutos também participam todos os fiéis espalhados pelo mundo.

5- O caráter sacrifical da Missa católica e indicado por vários modos:

a) Por ser a renovação e perpetuação, de modo incruento, do Sacrifício da Cruz, o qual, por sua vez, deu cumprimento aos sacrifícios figurativos do Antigo Testamento. Jesus Cristo unificou, na Cruz e na Ceia-Missa, os vários aspetos dos sacrifícios figurativos da Antiga Aliança indicados acima (nº 4 deste).

b) Pelas palavras de sentido sacrifical da liturgia e dos sacrifícios figurativos do Antigo Testamento, das quais Jesus fez uso na última Ceia: “Isto é o meu Corpo que é entregue por vós”, e “Este é o Cálice de meu Sangue que é derramado por vós”. Note-se o verbo no tempo presente (texto original), indicando um derramar de seu Sangue no próprio ato consacratório.

c) Pela realização da “morte sacramental” de Jesus significada através da Consagração das espécies do pão e do vinho, em separado. A separação sacramental do Corpo e do Sangue significa e realiza misticamente a morte de Jesus Cristo.

d) Pelo ofertório, com as preces que o acompanham, e que indicam explicitamente que a Santa Missa é sacrifício, e sacrifício propiciatório, isto é, que desagrava a Deus pelos pecados, para os quais impetra o perdão. De fato, nele o celebrante declara que o oferece “… por seus pecados…, pelos de todos os fiéis vivos e defuntos… para que a todos aproveite para a vida eterna”.

e) Por fim, a Fé da Igreja que sempre professou essa verdade, e no Concílio de Trento sentenciou infalivelmente contra os protestantes: “Se alguém disser que a Missa é só Sacrifício de louvor, e não propiciatório (…) seja anátema” (Denz-Sch. 1753).

6- “Sacrifício de louvor” era o que admitia Lutero. Não basta, porém, isso para termos toda a “teologia do Sacrifício”, a qual é necessária admitir-se completa, e que a Confissão protestante de Augsburgo declara “ter sido pulverizada pelas novas preces eucarísticas” da missa nova.

7- Por isso, a primeira medida de Lutero contra o caráter sacrifical da Missa, foi a supressão do ofertório, que mais explicitamente o expressa. Depois fez as outras mudanças. Foi igualmente o que fez Paulo VI na nova missa, transformando o ofertório em uma simples apresentação de dons.

8- Em seguida, Lutero alterou as palavras da instituição, fazendo da parte consecratória e da narrativa, que são bem distintas, uma só, e mandando pronunciar tudo em tom narrativo e em voz alta. Tudo para suprimir qualquer idéia de ação pessoal do celebrante, e, pois, toda a idéia de sacrifício; e assim inculcar nos assistentes, a idéia protestante de simples ceia-memorial.

9- Também a reforma de Paulo VI, do rito da Missa, alterou a forma da Consagração, transpondo para fora dela as palavras “Mysterium fidei”, e suprimindo o ponto gráfico que separava bem a parte narrativa da parte consecratória, de modo que o celebrante é levado a pronunciar tudo em tom narrativo como quem apenas conta um fato acontecido no passado, e não como quem faz uma ação pessoal, que torna de novo presente a mesma realidade operada por Jesus Cristo, e por Ele ordenada que fosse renovada perpetuamente mediante o ministério do sacerdote (Lc. 22,19).

10- Vê-se, pois, só por essa pequena amostra – há muitos outros pontos nos quais a missa nova não é mais a pura expressão da Fé católica – ver “Avulsos Fé íntegra”, nº 03 – como é de suma importância a nossa fé nesse aspecto da Missa como Sacrifício. Aí está a prova. Os protestantes tomam ares de festa com a sua supressão, através da Missa nova.

11- No entanto, não ficou nisso toda a reforma luterana do rito da Missa, mas tendo por objetivo suprimir a própria Missa, partiu Lutero para a supressão do sacerdócio católico, que fora instituído por Jesus Cristo, para garantir a perpetuidade do santo Sacrifício da missa. Pois ele sabia bem que sem sacerdote verdadeiro não há Missa verdadeira, mas simples ceia-comemorativa da última Ceia celebrada por Cristo.

12- Por isso, seguindo esse mesmo espírito, a atual reforma do rito da Missa, feita por Paulo VI, apresenta uma clara tendência a prescindir do padre como único sacrificador da Divina Vítima no sacrifício do Altar. De fato, a “Institutio generalis”, que promulga o novo rito, ao dar uma definição de Missa que os protestantes assinariam, apresenta a Missa como sendo constituída essencialmente pela “reunião dos fiéis para celebrar o memorial do Senhor, sob a presidência do celebrante”.

Note-se que foi acrescentado posteriormente a afirmação de que o celebrante “agit in persona Christi” (age no lugar de Cristo e como seu representante), não alterou a afirmação de que quem celebra o “memorial do Senhor é a assembléia dos fiéis” (Cf. Institutio Generalis, nº 7), e não o sacerdote celebrante, sozinho.

13- Preparou-se assim, a negação explícita da própria presença sacramental e real de Jesus Cristo na Divina Eucaristia, como atualmente os neo-modernistas mais avançados estão fazendo. Os neo catecumenais, por exemplo, proíbem os fiéis de se ajoelharem na Consagração, porque – dizem – tudo não passa de simples símbolos. Eis aí a prova de que a Nova Missa leva gradualmente ao protestantismo.

14- Por tudo isso – e por muito mais que aqui se omite por falta de espaço – já se entende que os Cardeais Ottaviani e Bacci, em carta a Paulo VI, ao lhe apresentarem o “Breve Estudo Crítico da nova missa”, tenham afirmado: “O novo rito da Missa se distancia de modo impressionante, no seu todo e nos seus pontos particulares, da teologia católica da Missa”.

15- Também ultimamente, o Cardeal Stickler declarou que “o novo rito da Missa é uma adaptação à idéia protestante do culto”. Ele cita também o escritor francês Jean Guitton que escreveu o seguinte: “O Papa Paulo VI me confiou que era sua intenção assemelhar, o mais possível, a nova liturgia ao culto protestante” (Em “Fideliter”, nº 109). Isso confirma o que já havia dito o perito em Liturgia, Mons. Klaus Gamber: “A reforma litúrgica de Paulo VI foi mais radical que a de Lutero” (Em “A Reforma Litúrgica em questão” – Ed. francesa, com Prefácio do Cardeal Ratzinger).

Fonte: Avulsos “Fé íntegra”, nº 11

Visto em: Fratres in unum

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Um ano: levantamento do decreto das excomunhões sobre os bispos da Fraternidade São Pio X.

Dossiê do Levantamento das Excomunhões - Documentação completa. Repercussão. Entrevistas.

Documentação completa. Repercussão. Entrevistas.

Há um ano era publicado o decreto da Congregação para os Bispos que remitia “a censura de excomunhão latae sententiae declarada por esta Congregação em 1 de julho de 1988″ e declarava “privado de efeitos jurídicos a partir do dia de hoje o decreto então publicado”.

O Papa, “paternamente sensível ao desconforto espiritual” manifestado pelos bispos, confiando em sua disposição de não “poupar esforço algum para aprofundar as questões ainda abertas” visando “assim chegar rapidamente a uma plena e satisfatória solução do problema”, decidiu atender a este que era o último dos pedidos feitos pela Fraternidade para se recobrar a confiança perdida por tantos infortúnios nos últimos 20 anos.

Através do ato, que Dom Bernard Fellay qualificou de “corajoso”, “católicos do mundo inteiro unidos à Tradição não serão mais injustamente estigmatizados e condenados por ter mantido a Fé de seus pais. A Tradição católica não está mais excomungada”, segundo as palavras do mesmo bispo a seus fiéis.

Nosso blog acompanhou atentamente cada passo do acontecimento, desde os rumores três meses antes de sua concretização até a reação de todos os setores da Igreja — e inclusive de fora dela. O leitor pode rememorar essa trajetória cheia de espectativas clicando na imagem acima.

Fonte: Fratres in unum

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Segundo o site Petrus, o Papa não gostou da visita de final de ano à Medjugorje feita pelo Cardeal Christoph Schönborn

Il Pontefice richiama all’ordine il Cardinale Schonborn: “Più prudenza su Medjugorje”

CITTA’ DEL VATICANO - Il Papa non ha gradito la visita di fine anno compiuta a Madjugorje dal Cardinale Christoph Schonborn, Arcivescovo di Vienna e suo vecchio allievo all’Università. Secondo quanto trapela dai 'Sacri Palazzi' (non ci sono dichiarazioni ufficiali in proposito), Benedetto XVI lo ha comunicato personalmente al porporato austriaco, ricevendolo in udienza a pochi giorni dalle polemiche scatenate dal viaggio dell’alto prelato nella piccola località della Bosnia Erzegovina in cui sei presunti veggenti sostengono di vedere la Madonna dall’inizio degli anni ‘80. Lo stesso vescovo di Mostar (la Diocesi in cui ricade Medjugorje), Monsignor Ratko Peric - da sempre convinto, come il suo predecessore, che in quella località non appaia assolutamente la Vergine -, con una nota ufficiale si è lamentato di non essere stato preventivamente informato da Schonborn del suo arrivo. L’Arcivescovo di Vienna, dal canto suo, dopo aver pregato e celebrato Messa a Mejugorje il 31 Dicembre, ha anche espresso giudizi favorevoli su quanto avverrebbe in quel luogo e si è fatto accompagnare da una dei sei presunti veggenti che sostengono di vedere e parlare con la ‘Gospa’. Adesso, siccome la Santa Sede non si è ancora espressa su tali apparizioni e molti Cardinali e Vescovi di tutto il mondo hanno manifestato il loro scetticismo sull’autenticità di queste apparizioni, Benedetto XVI ha dunque chiesto a Schonborn maggiore prudenza nelle dichiarazioni relative a Medjugorje, in modo che la sua presenza in quella località (meta, ogni anno, di milioni di pellegrini), trattandosi egli di un membro del Collegio Cardinalizio, non venga strumentalizzata da alcuni per ‘autenticare’ fenomeni che la Santa Sede, oltre che per le vie ordinarie, intende ‘monitorare’ e analizzare con una Commissione ad hoc alla cui guida dovrebbe essere chiamato il Cardinale Camillo Ruini. L’ultimo Principe della Chiesa in ordine di tempo ad esprimere le proprie perplessità sulle apparizioni di Medjugorje (in un’intervista al nostro giornale) è stato il Cardinale José Saraiva Martins.


Fonte: Petrus


Atualização

Após audiência privada com o Papa, Cardeal Schönborn envia carta de retratação a bispo de Medjugorje.



O bispo diocesano de Mostar-Duvno [ndt: diocese a que pertence Medjugorje], Mons. Ratko Peric, enviou uma carta pessoal em 2 de janeiro a Sua Eminência Cardeal Christoph Schönborn, arcebispo de Viena, após sua estadia em Medjugorje para o Ano Novo de 2010, e no mesmo dia um comunicado foi publicado expressando sua surpresa a respeito das declarações e da visita do Cardeal a Medjugorje. Em seu retorno a Viena, o Cardeal concedeu diversas entrevistas em vários meios de comunicação. Numa entrevista a Orientierung, em 10 de janeiro, ele expressou sua opinião de que “não teria violado o direito de um bispo e de um cardeal!”.

Em meados de janeiro, o Cardeal participou, como membro, da Sessão Plenária da Congregação para a Doutrina da Fé e na manhã de 15 de janeiro foi recebido em audiência privada pelo Papa Bento XVI. Na tarde do mesmo dia, o Cardeal enviou de Roma uma carta em alemão ao bispo de Mostar por fax. Abaixo segue a parte da carta que diz respeito à visita do Cardeal a Medjugorje:

Roma, 15 de janeiro de 2010

Excelência! Querido irmão in Christo,

Recebi sua recente carta datada de 2 de janeiro. Lamento se o senhor teve a impressão de que minha peregrinação a Medjugorje causou um prejuízo à paz. Esteja seguro de que esta não era minha intenção.

O Cardeal termina sua carta com as seguintes palavras:

A Mãe de Deus e seu divino Filho certamente conduzirão todas as coisas em direção ao que é bom. Nesta confiança, lhe cumprimento fraternalmente unido no Senhor e permaneço Seu,

+ Christoph Card. Schönborn O.P.

Fonte: Diocese de Mostar-Duvno

Visto em: Fratres in unum

Discurso do Papa Bento XVI aos participantes da sessão plenária da Congregação para a Doutrina da Fé [tradução não-oficial]

Senhores Cardeais,

Veneráveis Irmãos no Episcopado e no Sacerdócio
Caríssimos fiéis colaboradores,


É para mim motivo de grande alegria encontrá-los por ocasião da Sessão Plenária e manifestar-lhes os sentimentos de profunda gratidão e de cordial apreço pelo trabalho que desenvolvem no serviço do Sucessor de Pedro em seu ministério de confirmar os irmãos na fé (cf. Lc 22, 32 ).

Agradeço ao Senhor Cardeal William Joseph Levada por seu discurso de boas-vindas, em que relembrou os temas a que atualmente se dedica a Congregação, assim como as novas responsabilidades que o Motu Proprio “Ecclesiae Unitatem” lhe confiou, unindo-a de modo estreito ao dicastério da Comissão Pontifícia Ecclesia Dei.

Gostaria agora de brevemente sublinhar alguns aspectos que Vossa Eminência expôs.

Em primeiro lugar, quero enfatizar como a Vossa Congregação participa do ministério de unidade, que é confiado, de modo particular, ao Romano Pontífice, pelo seu mediante o seu empenho pela fidelidade doutrinal. A unidade é, de fato, primariamente unidade de fé, sustentada pelo depósito sagrado, do qual o Sucessor de Pedro é o primeiro guardião e defensor. Confirmar os irmãos na fé, mantendo-os unidos na confissão de Cristo crucificado e ressuscitado constitui para aquele que se senta na cátedra de Pedro, a primeira e fundamental missão conferida por Jesus. É um serviço irrevogável do qual depende a eficácia da ação evangelizadora da Igreja até o fim dos tempos.

O Bispo de Roma, cuja potestade participa a Vossa Congregação, deve constantemente proclamar: “Dominus Iesus” – “Jesus é o Senhor”. A potestas docendi, de fato, envolve a obediência à fé, a fim de que a verdade, que é Cristo, continue a resplandecer na sua grandeza e a ressoar a todas as pessoas na sua integridade e pureza, para que não haja senão um só rebanho, reunidos em torno do único Pastor.

A realização do comum testemunho da fé de todos os cristãos constitui, portanto, a prioridade da Igreja em todos os tempos, a fim de conduzir todos os homens ao encontro com Deus. Neste espírito, confio em particular, no empenho do Dicastério para que sejam superados os problemas doutrinais que ainda permanecem para alcançar a plena comunhão com a Igreja por parte da Fraternidade São Pio X.

Gostaria também de regozijar-me pelo empenho em favor da plena integração dos grupos de fiéis e indivíduos, já pertencentes ao Anglicanismo, na vida da Igreja Católica, tal como estabelecido no Constituição Apostólica Anglicanorum Coetibus. A fiel adesão destes grupos à verdade recebida de Cristo e proposta pelo Magistério da Igreja não é de forma alguma contrária ao movimento ecumênico, mas mostra, ao invés, seu último escopo que consiste em alcançar a comunhão plena e visível dos discípulos do Senhor.

No precioso serviço que prestam ao Vigário de Cristo, devo salientar também como a Congregação para a Doutrina da Fé, em setembro de 2008, publicou a Instrução Dignitas Personae, sobre algumas questões da bioética.

Após a encíclica Evangelium Vitae do Servo de Deus João Paulo II, em março de 1995, este documento doutrinal, centrado no tema da dignidade da pessoa humana, criada em Cristo e por Cristo, representa um novo marco seguro no anúncio do Evangelho, em plena continuidade com a Instrução Donum Vitae, publicada por este mesmo Dicastério, em fevereiro de 1987.

Em temas tão sensíveis e atuais, tais como os relativos à procriação e às novas propostas terapêuticas que envolvem a manipulação do embrião e do patrimônio genético humano, a Instrução recordou que “o valor ético da ciência biomédica se mede com a referência tanto ao respeito incondicional devido a todo ser humano, em todos os momentos de sua existência, como à proteção da especificidade dos atos pessoais que transmitem a vida” (Instr. Dignitas personae, n. 10). De tal modo, o Magistério da Igreja pretende oferecer sua própria contribuição para a formação da consciência não só dos crentes, mas de todos que buscam a verdade e querem dar ouvidos aos argumentos que vêm da fé, mas também da própria razão. A Igreja, ao propor juízos morais para a pesquisa biomédica sobre a vida humana, extrai, verdadeiramente, a luz tanto da razão como da fé (cf. ibid., N º 3), pois é sua convicção que “aquilo que é humano não só é acolhido e respeitado pela fé, mas também é purificado, elevado e aperfeiçoado” (ibid., 7).

Neste contexto, também é dada uma resposta à mentalidade generalizada, segundo a qual a fé é apresentada como um obstáculo à liberdade e à investigação científica, porque seria constituída por uma série de preconceitos que viciariam a compreensão objetiva da realidade.

Perante esta atitude, que tende a substituir a verdade pelo consenso, frágil e facilmente manipulável, a fé cristã oferece, em vez, uma verdadeira contribuição também no âmbito ético-filosófico, não fornecendo soluções pré-construídas para problemas concretos, como a investigação e a experimentação biomédica, mas propondo perspectivas morais confiáveis dentro das quais a razão humana pode investigar e encontrar soluções válidas.

Há, de fato, determinados conteúdos da revelação cristã que lançam luz sobre a problemática bioética: o valor da vida humana, a dimensão relacional e social da pessoa, a ligação entre o aspecto unitivo e procriativo da sexualidade, a centralidade da família fundada sobre o matrimônio de um homem e de uma mulher. Estes conteúdos, escritos no coração do homem, são compreensíveis também racionalmente como elementos da lei moral natural e podem receber acolhida, mesmo daqueles que não se reconhecem na fé cristã.

A lei moral natural não é exclusiva ou predominantemente confessional, mesmo que a Revelação cristã e a realização do homem no mistério de Cristo iluminem e desenvolvam em plenitude a doutrina. Como afirma o Catecismo da Igreja Católica, ela “indica as normas primeiras e essenciais que regulam a vida moral” (n. 1955). Fundada na própria natureza humana e acessível a toda criatura racional, a lei moral natural constitui, portanto, a base para entrar em diálogo com todos os homens que procuram a verdade e, mais genericamente, com a sociedade civil e secular. Esta lei, inscrita no coração de todo homem, toca um dos pontos essenciais da própria reflexão sobre o direito e interpela igualmente a consciência e a responsabilidade dos legisladores.

Encorajando-os a prosseguir em Vosso desafiador e importante serviço, desejo exprimir a minha proximidade espiritual, concedendo de coração a todos vós, como penhor de afeto e gratidão, a Bênção Apostólica.

© Copyright 2010 – Libreria Editrice Vaticana

Fonte: Il Magistero de Benedetto XVI

Visto em: Fratres in Unum

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Papa recebe a mulher que o agrediu na Missa do Galo

CIDADE DO VATICANO (AFP) - O Papa Bento XVI recebeu, ao término da audiência geral no Vaticano, Susanna Maiolo, a mulher com problemas mentais que o derrubou na entrada da Basília de São Pedro antes da Missa do Galo, em 24 de dezembro.

"Foi um breve encontro na sala anexa à sala Paulo VI", explicou o porta-voz do Papa, padre Federico Lombardi.

"Maiolo pediu desculpas ao Santo Padre. O Papa, por sua parte, afirmou que a perdoava e se informou cordialmente sobre suas condições de saúde", afirmou Lombardi.

No dia 24 de dezembro, Susana Maiolo avançou sobre o Papa, aparentemente para lhe mostrar afeição, mas acabou derrubando o Sumo Pontífice, que pôde, porém, continuar celebrando a missa. No empurra-empurra que seguiu, o cardeal francês Roger Etchegaray, 87 anos, caiu e sofreu uma fratura do fêmur. Ele foi operado com sucesso.

Segundo a imprensa italiana, a jovem, que já tinha feito uma tentativa semelhante na Missa do Galo de 2008, disse aos médicos que não queria machucar o Papa, mas "pedir a ele ajuda para os fracos e oprimidos".

Fonte: Yahoo notícias

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Uma súplica ao Papa Bento XVI. Monsenhor Brunero Gherardini, Concilio Ecumenico Vaticano II: Un discorso da fare.

O pensamento (que agora ouso submeter à Vossa Santidade) está em minha mente há bastante tempo. É o de se dar um grandioso e, se possível, final, esclarecimento sobre o último Concílio, a respeito de cada um de seus aspectos e conteúdos.

Com efeito, pareceria lógico, e a mim parece urgente, que estes aspectos e conteúdos sejam estudados em si mesmos e no contexto de todos os outros, com um exame atento de todas as fontes, e do ponto de vista específico da continuidade com o Magistério precedente da Igreja, tanto solene como ordinário. Será então possível, em comparação com o Magistério tradicional da Igreja e com base num trabalho científico e crítico — quão vasto e irrepreensível possível — retirar matéria para uma avaliação clara e objetiva do Vaticano II.

Isso permitirá responder às seguintes questões (entre outras):

  • Qual é a verdadeira natureza do Vaticano II?
  • Qual é a ligação entre seu caráter pastoral (uma noção que necessitará ser determinada com autoridade) e seu possível caráter dogmático? O caráter pastoral é conciliável com o dogmático? Ele o supõe? O contradiz? O ignora?
  • É verdeiramente possível definir o Concílio Vaticano II como “dogmático”? E conseqüentemente, é possível se referir a ele como um concílio dogmático? Basear sobre ele novas asserções teológicas? Em que sentido? E dentro de quais limites?
  • O Vaticano II é um “evento” no sentido dado à palavra pelos professores de Bologna* , i.e., algo que desata as ligações com o passado e estabelece uma nova era em todos os aspectos? Ou todo o passado revive nele “eodem sensu eademque sententia”?

Monsenhor Brunero Gherardini, padre da diocese de Prato (Itália), está a serviço da Santa Sé desde 1965, especialmente como professor de eclesiologia e ecumenismo na Pontifícia Universidade Lateranense até 1995. É autor de uma centena de livros e várias centenas de artigos em revistas, lidando com três campos concêntricos de pesquisa: a Reforma do século XVI, Eclesiologia e Mariologia. Monsenhor Gherardini atualmente é cônego da Arquibasílica Vaticana e editor da revista internacional de teologia “Divinitas”.

Santuário de Fátima é alvo de vandalismo.

FÁTIMA, segunda-feira, 11 de janeiro de 2010 (ZENIT.org).- A igreja da Santíssima Trindade e quatro estátuas, no Santuário de Fátima, foram alvo de vandalismo nesse final de semana.

Em comunicado de imprensa divulgado na manhã de hoje, o Santuário de Fátima dá conhecimento “de um abuso levado a cabo no passado fim-de-semana, na madrugada de domingo, dia 10 de janeiro”.

Quatro estátuas que ladeiam a Igreja da Santíssima Trindade (na Praça João Paulo II, as estátuas dos papas Paulo VI e João Paulo II e, na Praça Pio XII, a do papa Pio XII e a do bispo D. José Alves Correia da Silva) e a própria igreja, no exterior, sofreram inscrições tipo graffiti, com as palavras “Islão”, “Lua”, “Sol”, “Muçulman” e “Mesquita”.

De acordo com o Santuário, já nesta segunda-feira “decorrem os difíceis trabalhos de remoção das inscrições”.

“Ao dar conhecimento desta ocorrência, e desconhecendo os autores deste ato, o Santuário torna pública a sua tristeza e informa que o assunto está entregue às entidades policiais”, destaca o comunicado.

Fonte: Fratres in Unum

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

O sentido do Tempo Comum

O Batismo do Senhor inicia o Tempus per annum ou Tempo Comum. Comum não no sentido que se trate de um tempo de escassa importância, mas entendido como o tempo em que se recorda a missão ordinária do Senhor, excluídos os grandes mistérios como a Encarnação do Filho de Deus, precedido pelo Advento, o Mistério Pascal, precedido pelo tempo forte da Quaresma. As grandes solenidades dão lugar a um estilo ao mesmo tempo vivaz e simples: é este o tempo propício para redescobrir e valorizar, em toda a sua riqueza, os tempos de Deus que se alternam no ritmo do homem. Uma eternidade que a cada ano se repropõe no seu mistério para permear e compenetrar sempre mais a vida de cada um de nós e, através de nós, de toda a história. O tempo comum exige atenção ao cotidiano, ao ciclo semanal, à vida; ajuda a entrar nos meandros de cada experiência pessoal e familiar, social e eclesial do crente. Nada pode se subtrair à graça transformadora de Cristo: afetos e dons, bens e escolhas, trabalho e festa, alegrias e fadigas, doença e morte. Tudo é marcado profundamente. A adesão ao Ressuscitado exige um percurso constante e progressivo para chegar a revestir-se de Cristo.

Este tempo é o “comum”: ocorrem tempos longos e várias mediações para acolhê-lo como regra de vida e critério de juízo, força de ação e certeza de futuro, esperança feliz.

Viver como cristão o tempo comum equivale a ser fiel à Eucaristia. Santo Inácio de Antioquia e os mártires de Abitilene diziam que sem o domingo não podiam viver.

O Domingo é o dia do encontro semanal com o Senhor ressuscitado. Dia que dá ritmo ao ano litúrgico e nos convoca com força a uma relação equilibrada entre trabalho e repouso; dia para salvaguardar em meio a todos os nossos afazeres um espaço de gratuidade para celebrar o amor de Deus que nos salva.

O tempo comum, portanto, é um período de vigilância e de esperança; daí a escolha da cor litúrgica verde.

O tempo comum é constituído por 33 ou 34 semanas subdivididas em dois períodos: o que nos conduz à Quaresma; e o que vem depois da Solenidade de Pentecostes.

Como dito, ele é “comum” na medida em que celebra o mistério de Cristo na sua globalidade, ao longo do ritmo das semanas e dos domingos.

Seremos auxiliados nisto pela leitura semicontínua de um dos evangelhos sinóticos (São Lucas em 2010) no qual encontramos a pessoa de Jesus nas suas palavras e no seu estilo de vida, os seus encontros com as pessoas, o tempo condividido com os discípulos, o ensinamento e as curas realizadas nas situações mais inesperadas.

Fonte: Pontifex

Tradução: OBLATVS

domingo, 10 de janeiro de 2010

Sistine Chapel, 10 January 2010







Abaixo seguem fotos e os comentários do NLM sobre a abertura do Ano Santo em Santiago de Compostela. Algo interessante também diz respeito ao uso do barrete com borla verde por parte dos cônegos.
A explicação é dada pelo Virtual Memories:


"Bonete de quatro picos" ou barrete clerical preto ainda em uso em Espanha, remado por pompom de seda verde, cor identificativa dos cónegos da Catedral de Santiago de Compostela.
Até meados de 2009 os cónegos do cabido de Compostela usaram um capelo (muceta) inteiriço com capuz dorsal e cruz de Santiago bordada sobre o centro do peito. Em cerimónia realizada na sala capitular, a 27 de Junho de 2009, apresentaram um novo e simplificado modelo de murça, abotoada sobre o peito, com a cruz de Santiago bordada no lado esquerdo. O barrete não sofreu transformações, mantendo a traça herdada do século XVI, como é sabido comum a algumas universidades ibéricas. A borla de seda verde aproxima este barrete daquilo que foi o chapéu dos doutores em Direito Canónico, bem como de algumas figurações patentes na galeria dos reitores da UC.

Opening of the Holy Year in Santiago de Compostela

2010 is a Jacobean Holy Year (Año Santo Jacobeo) in Santiago de Compostela (the Holy Year is celebrated every year in which the Feast of St. James the Greater - 25 July - falls on a Sunday; thus the frequency is every 6-5-6-11 years). On the 1st of January, the Archbishop of Santiago, H.E. Msgr. Julián Barrio Barrio, inaugurated the Holy Year by opening the Holy Door. This ceremony still invloves the breaking down of the walling blocking the Holy Door by a silver hammer which was unfortunately discontinued at the last Roman Jubilee of 2000 (the booklet of the ceremony is available online, you will be pleasantly surprised to note the inclusion of several pieces of Gregorian chant and polyphony). Here are some images of the ceremony.

The vesting (note the fine antique vestments worn by the Archbishop, the chapter, and the deacons throughout):



The key and hammer used in the opening ceremony:



The archbishop and his cathedral chapter walking to the Holy Door:



The Archbishop knocking upon the door three times with the silver hammer, singing the versicle "Open unto me the gates of justice" etc.



The wall comes down:


The archbishop prays in silence before the newly opened Holy Door:



The deacons wash the newly opened Holy Door:


Msgr. Barrio takes the archiepiscopal cross and enters as the first through the Holy Door:


The procession also included relics of the Apostle:



Mass begins:


Towards the end, the famous botafumeiro, the giant thurible of Santiago Cathedral, was swung:



Here is a short video of the opening ceremony:



Image sources: encaminate2010, user "ESPENUCA" of the forum "Ceremonia y rúbrica de la Iglesia española", flickr account of jm salaber

Fonte: NLM