segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Os frutos da TL

40 Anos Vagando pelo Deserto

Esta é uma postagem curta (e grossa) sobre a situação de uma diocese que abraçou, de corpo e alma, a essência do progressismo esquerdista sociopata. Na verdade é uma "prelazia" e não uma diocese em si.

A prelazia em questão é a do São Félix do Araguaia, criada em 1969 e que, segundo o site oficial, conta com:

Anos de existência: 40
Bispos: 2 (1 ativo, 1 emérito)
Padres diocesanos: 7 (isso mesmo - 7!)
Diáconos permanentes: 3
Diáconos temporários: 0
Candidatos ao Clero (seminaristas): 6
Municípios: 15
Superfície: 150.000 km2

Não é segredo para ninguém que a cartilha usada em São Félix é a da Teologia da Libertação. Nem precisaríamos dizer isso, que é muito evidente apenas por esses números. O site oficial da Prelazia ainda mostra qual é o objetivo principal da sua ação:

Prioridades:
Formação;
Autonomia em pessoal e economia;
Pastoral sócio-política.

Salvar almas? Santificar? Promover o Reino de Jesus Cristo? Fomentar conversões? Não. Isso é secundário, o bom mesmo é a "autonomia em pessoal e economia", seja lá o que isso signifique.

Eis os frutos da Teologia da Libertação! Seminários vazios, igrejas vazias, clero morto. E ainda dizem que isso é melhor, que isso sim é que é Igreja - uma igreja antenada com os pobres!

Sinceramente, se a prioridade da Prelazia for realmente aquela que está resumida nos três pontos acima, recomendo fecha-la e doar os prédios ao governo Federal que, bem ou mal, consegue fazer melhor.

Resumindo, é isso. Antes que os defensores da TL venham opinar sobre qualquer assunto neste blog, peço que leiam este texto e comparem a Prelazia em questão com...

Fraternidade Sacerdotal São Pedro

Anos de existência: 21 (metade dos anos da Prelazia)
Padres: 208 (30 vezes mais padres que Dom Steiner!)
Diáconos: 12 (4 vezes mais diáconos)
Seminaristas: 128 (22 vezes mais seminaristas)

Instituto Cristo Rei

Anos de existência: 19
Padres: 50
Diáconos: nd.
Seminaristas: 60

Se não errei na conta, a Prelazia de São Félix do Araguaia precisaria de 1188 anos para alcançar o mesmo resultado que a Fraternidade de São Pedro em 20 (contando que todos os padres gozassem de imortalidade)! Está certo ou errado fugir da Teologia da Libertação?

Fonte: Igreja Una

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Em suas Bodas de Prata Sacerdotais, Monsenhor Gänswein celebra Versus Deum

(Kreuz.net – 23 de agosto) ‹‹ Alemanha. O secretário particular do Papa, Mons. Georg Gänswein, celebra hoje seu jubileu sacerdotal de 25 anos. Entre outras coisas seu primo irá preparar lagostim de água doce para oitenta convidados seletos no hotel regional “Kreuz”, informou o jornal de Konstanz “Südkurier”. O Monsenhor Gänswein disse ao periódico que os ataques à Fraternidade de São Pio X e à Igreja lhe deram nos nervos. Quanto à Terra Santa, Mons. Gänswein disse o seguinte: “Pude perceber que os cristãos de lá precisam viver em grande aflição” ›› . Em suas bodas, Mons. Gänswein celebrou missa ‘ad orientem’.





com sua mãe

link original do vídeo

Vídeo da Missa de Mons. Gänswein


Fonte: Fratres in Unum

sábado, 22 de agosto de 2009

Dom Alfonso de Galarreta nomeado presidente da comissão de teólogos da FSSPX.


O hispano-argentino Mons. Alfonso de Galarreta foi nomeado presidente da Comissão de Teólogos da FSSPX a cargo das discussões doutrinais com Roma. Seu papel será coordenar e dirigir os encontros com a comissão designada pela Santa Sé. Como atualmente se encontra a cargo do seminário Nossa Senhora Corredentora de La Reja, Argentina, único de língua espanhola, deverá dividir seu tempo entre estas funções de diretor e as viagens à Europa que esta e outras obrigações lhe demandem.

[...] Segundo fontes próximas à FSSPX, permaneceria designado na Argentina até que o andamento das discussões determine se suas funções européias consomem demasiado tempo para atender o Seminário.

Fonte: Secretum Meum Mihi

Visto em: Fratres in Unun

A “Reforma de Reforma” se aproxima. Novas proposições da Congregação para o Culto Divino.


ROMA: O documento foi entregue em mãos a Bento XVI na manhã de 4 de abril passado pelo Cardeal espanhol Antonio Cañizares Llovera, Prefeito da Congregação para o Culto Divino. É o resultado de uma votação reservada, que ocorreu em 12 de março, no transcurso da sessão “plenária” do dicastério responsável pela liturgia, e representa o primeiro passo concreto em direção àquela “reforma da reforma” freqüentemente desejada pelo Papa Ratzinger. Os Cardeais e Bispos membros da Congregação votaram quase unanimemente em favor de uma maior sacralidade do rito, da recuperação do senso de culto eucarístico, da retomada da língua Latina na celebração e da re-elaboração das partes introdutórias do Missal a fim de pôr fim aos abusos, experimentações desordenadas e inadequada criatividade. Eles também se declararam favoráveis a reafirmar que o modo comum de receber a Comunhão conforme as normas não é na mão, mas na boca. Há, é verdade, um indulto que, a pedido dos episcopados [locais], permite a distribuição da hóstia [sic] também na palma da mão, mas isso deve permanecer um fato extraordinário. O “Ministro da Liturgia” do Papa Ratzinger, Cañizares, está também estudando a possibilidade de recuperar a orientação do celebrante em direção ao Oriente, ao menos no momento da consagração eucarística, como acontecia de fato antes da reforma, quando tanto fiéis como padre voltavam-se em direção à Cruz e o padre então voltava suas costas à assembléia.

Aqueles que conhecem o Cardeal Cañizares, apelidado “o pequeno Ratzigner” antes de sua vinda para Roma, sabem que ele está disposto a levar adiante decisivamente o projeto, começando de fato do que foi estabelecido pelo Concílio Vaticano Segundo na constituição Sacrosanctum Concilium, que foi, na realidade, excedido pela reforma pós-conciliar que entrou em vigor no fim dos anos 60. O purpurado, entrevistado pela revista 30Giorni nos últimos meses, declarou a respeito: “Às vezes as mudanças eram pelo mero fim de mudar de um passado compreendido como negativo e fora de época. Às vezes a reforma foi vista como uma ruptura e não como um desenvolvimento orgânico da Tradição”.

Por esta razão, as “propositiones” votadas pelos Cardeais e Bispos na plenária de Março prevêem um retorno ao sentido de sagrado e de adoração, mas também um redescobrimento das celebrações em latim nas dioceses, ao menos nas solenidades principais, assim como a publicação de Missais bilíngües – um pedido feito a seu tempo por Paulo VI – com o texto em latim primeiro.

As propostas da Congregação que Cañizares entregou ao Papa, obtendo sua aprovação, estão perfeitamente em linha com a idéia sempre expressa por Joseph Ratzinger quando ainda era Cardeal, como é deixado claro em suas palavras não publicadas [ndt: ao menos na Itália, pois no mundo ‘tradicionalista’ já era conhecido] reveladas antecipadamente por Il Giornale ontem, e que serão publicadas no livro Davanti al Protagonista (Cantagalli]), apresentadas antecipadamente num congresso em Rimini. Com uma significante nota bene: para a realização da “reforma da reforma”, serão necessários muitos anos. O Papa está convencido que passos apressados, assim como diretrizes simplesmente lançadas de cima não ajudam, com o risco de que muitas possam depois permanecer letra morta. O estilo de Ratzinger é o da comparação e, acima de tudo, do exemplo. Como o fato de que, por mais de um ano, quem se aproxime do Papa para a comunhão, tem que se ajoelhada no genuflexório especialmente colocado pelo cerimoniário.

Fonte: Rorate-Caeli

Visto em: Fratres in Unun

Cardeal Cañizares

Cardeal Antonio Cañizares Llovera, com a Capa Magna abolida por Paulo VI.

Cardeal Cañizares

Cardeal Cañizares

Cardeal Cañizares

Card. Ratzinger: “El Rito Romano del futuro debe ser uno solo”

«Creo, sin embargo, que en el largo plazo, la Iglesia romana debe tener de nuevo un solo rito romano. La existencia de dos ritos oficiales para los obispos y para los sacerdotes es difícil de “manejar” en la práctica. El Rito Romano del futuro debe ser uno solo, celebrado en latín o en vernáculo, pero completamente en la tradición del rito que ha sido transmitido. Podría asumir algún elemento nuevo que se ha experimentado como válido, como las nuevas fiestas, algunos nuevos prefacios de la Misa, un leccionario más amplio —más opciones que antes, pero no demasiadas— una “oratio fidelium”, i.e. una letanía fija de intercesión que sigua al Oremus antes del ofertorio, donde tenía anteriormente su colocación.»


Palabras de Benedicto XVI cuando todavía era el Card. Ratzinger, dirigídas en una correspondencia al Prof. alemán Heinz-Lothar Barth en Jun-23-2003, y que ahora aparecen publicadas por primera vez en un libro: “Davanti al Protagonista. Alle radici della liturgia” (Frente al protagonista. Las raíces de la liturgia). Joseph Ratzinger-Benedicto XVI, Ediciones Cantagalli, 2009. La carta completa ha sido publicada hoy en la edición en línea de Il Giornale (ver aquí copia del arículo en la edición impresa), y ha merecido un artículo de Andrea Tornielli en el mismo diario Il Giornale, así como en Libero.

El libro será presentado en la reunión de Comunión y Liberación, que se abrirá el próximo domingo en Rimini, y hacen parte de una serie de intervenciones de Benedicto XVI sobre el tema de la liturgia, anota el artículo de Libero.


Il Giornale Ago-21-2009

Libero Ago-21-2009

fonte: Secretum Meum Mihi

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Justiça nega proibição de crucifixos em órgãos públicos


A juíza da 3ª Vara Cível Federal de São Paulo, Maria Lúcia Lencastre Ursaia, determinou que os símbolos religiosos (crucifixos, imagens, entre outros) poderão permanecer nos órgãos públicos. A decisão liminar da juíza indeferiu o pedido do Ministério Público Federal (MPF) para a retirada dos símbolos dos prédios públicos. A ação teve início com a representação do cidadão Daniel Sottomaior Pereira, que teria se sentido ofendido com a presença de um crucifixo num órgão público.

No pedido feito dia 31 de julho, o MPF entendeu que a foto do crucifixo apresentada pelo autor desrespeitava o princípio da laicidade do Estado, da liberdade de crença, da isonomia, bem como ao princípio da impessoabilidade da administração pública e imparcialidade do Poder Judiciário. Porém, a juíza entendeu que não ocorreram ofensas à liberdade de escolha de religião, de adesão ou não a qualquer seita religiosa nem à liberdade de culto e de organização religiosa, pois são garantias previstas na Constituição.

Para a magistrada, o Estado laico não deve ser entendido como uma instituição antireligiosa ou anticlerical. "O Estado laico foi a primeira organização política que garantiu a liberdade religiosa. A liberdade de crença, de culto e a tolerância religiosa foram aceitas graças ao Estado laico e não como oposição a ele. Assim sendo, a laicidade não pode se expressar na eliminação dos símbolos religiosos, mas na tolerância aos mesmos", afirmou ela, na decisão.

fonte: Yahoo notícias

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Mais uma aberração arquitetônica de Oscar Niemeyer

Visto em O Ultrapapista Atanasiano

Enquanto as Catedrais são verdadeiras barcas que nos elevam aos céus, com seus traços, suas colunas, seus vitrais, as linhas que tocam o firmamento, suas torres, relógios, estátuas, mosaicos, pinturas; alguns Bispos desejam fazer de seu governo uma marca do culto ao homem e não do culto a Deus.

A Catedral da Boa Viagem é dedicada a Nossa Senhora, está impregnada de história e da marca do sagrado, e está na capital do belíssimo estado de Minas Gerias


Projetada por Oscar Niemeyer, a nova Catedral de Belo Horizonte será dedicada a Cristo Rei - que necessitará de um ato de desagravo -. O interessante do projeto é que alguns estudantes de arquitetura disseram que a nova catedral tem "traços sensuais" e outros dizem que "é mais um monumento do que uma catedral, onde a estética parece ser mais importante que a finalidade" (assino em baixo). Ei-la abaixo, e goste quem gostar, além de que já imagino as palavras dos seus defensores.


Nova Catedral de BH, inspirada no capacete de Darth Weider e no penteado da Rainha Amidala. (Desculpem meus leitores mais sérios e os amantes dos "traços sensuais", mas só mesmo um pouco de humor para tratar dessa nave espacial)

Tudo isso em Minas Gerais, a terra que ofereceu ao Brasil um dos mais extraordinários movimentos barrocos e coloniais que o mundo já conheceu. Terra de Ouro Preto, Mariana, Diamantina, São João Del Rei, terra das capelas octagonais onde Minas Gerais expressou um traço único da arte sacra e cuja minha terra amada de Passos/MG possui uma delas.

Enfim, não me agrada ter que fazer tal postagem no Atanasiano, uma vez que sua proposta é exaltar a arte sacra e não as linhas e traços profanas, muito menos nos preocupamos em dar-lhes atenção. O problema são os métodos modernos de construção? As novas técnicas? Não! O problema começa por quem projeta, quem pede o projeto, passa pelo desejo de se fazer muito mais um "conjunto de concreto e vergalhões retorcidos" do que a finalidade sagrada - soa como soberba, soa como desejo agradar o homem e não ao Pai Eterno -, e termina, tragicamente, na renúncia do patrimônio santo da Igreja.

Missa ad Orientem em Tulsa


Visto em Oblatus

Porque
a missa é tão necessária e fundamental para nossa experiência católica, a liturgia é um tópico constante em nossas conversas. Esta é a razão pela qual, quando nos reunimos, nós tão frequentemente refletimos sobre as orações e as leituras, discutimos a homilia e – muito provavelmente – debatemos sobre a música. O elemento crítico nestas conversas é uma compreensão de que nós católicos rezamos do modo como o fazemos pelo que a Missa é: sacrifício de Cristo, oferecido sob os sinais sacramentais do pão e do vinho.

Se nossas conversas sobre a Missa irão “fazer algum sentido”, teremos então de entender uma verdade essencial: na Missa, Cristo une-se a nós enquanto Ele se oferece em sacrifício ao Pai pela Redenção do mundo. Nós podemos nos oferecer da mesma maneira n’Ele porque nos tornamos membros de seu Corpo pelo Batismo.

Também queremos recordar que todos os fiéis oferecem o Sacrifício Eucarístico como membros do Corpo de Cristo. É incorreto pensar que apenas os sacerdotes oferecem a Missa. Todos os fiéis compartilham da oferta, embora o sacerdote tenha uma papel próprio. Ele age “na pessoa de Cristo”, a histórica Cabeça do Corpo Místico, de modo a que na Missa é o inteiro Corpo de Cristo – Cabeça e membros – que realiza a oblação.

Olhando na mesma direção

Desde tempos antigos, a posição do sacerdote e do povo refletia esta compreensão da Missa, uma vez que o povo rezava, de pé ou de joelhos, no lugar que visivelmente correspondia ao Corpo de Nosso Senhor, enquanto o sacerdote no altar era o cabeça como a Cabeça. Formávamos o Cristo inteiro – Cabeça e membros – sacramentalmente, pelo Batismo, e visivelmente, por nossas posições e posturas. E o mais importante é que todos – celebrante e congregação – olhavam na mesma direção – uma vez que estavam unidos com Cristo no oferecimento ao Pai do único, irrepetível e agradável sacrifício de Cristo.

Quando estudamos as práticas litúrgicas mais antigas da Igreja, encontramos o padre e o povo olhando na mesma direção, normalmente em direção ao oriente, na expectativa de que quando Cristo voltar, Ele virá “do oriente”. Na Missa, a Igreja está em vigília, esperando aquela vinda. Esta posição singular é chamada ad orientem, que significa simplesmente “em direção ao oriente”.

Múltiplas vantagens

Padre e povo celebrando a Missa ad orientem foi a norma litúrgica por quase 18 séculos. Deve haver sólidas razões pelas quais a Igreja manteve esta posição por tanto tempo. E há!

Em primeiro lugar, a liturgia católica sempre manteve uma extraordinária adesão à Tradição Apostólica. Nós enxergamos a Missa, de fato a expressão litúrgica completa da vida da Igreja, como algo que recebemos dos Apóstolos e que nós, por nossa vez, devemos transmitir intacta (1 Cor 11, 23).

Em segundo lugar, a Igreja conservou esta singular posição em direção ao oriente porque de modo sublime revela a natureza da Missa. Mesmo alguém não-familiarizado coma Missa que refletisse sobre o fato de o celebrante e os fiéis estarem voltados para a mesma direção reconheceria que o padre age como cabeça do povo, compartilhando a única e mesma ação, que seria – ele perceberia com um pouco mais de reflexão – um ato de adoração.

Uma inovação com consequências imprevisíveis

Nos últimos quarenta anos, entretanto esta orientação compartilhada se perdeu; agora o sacerdote e o povo se acostumaram a olhar em direções opostas. O padre olha para o povo e o povo olha para o padre, ainda que a Oração Eucarística seja dirigida para o Pai e não para o povo. Esta inovação foi introduzida depois do Concílio Vaticano, em parte para ajudar o povo a compreender a ação litúrgica da Missa permitindo-lhes ver o que se realizava, e em parte como uma acomodação à cultura contemporânea onde se espera das pessoas que exercem autoridade que olhem diretamente para as pessoas às quais servem, como um professor que se senta atrás de sua mesa.

Infelizmente, esta mudança teve um vários efeitos imprevisíveis e majoritariamente negativos. (1) Em primeiro lugar porque foi uma séria ruptura com a antiga tradição da Igreja. (2) Em segundo lugar, deu a impressão de que o padre e o povo estão envolvidos numa conversa sobre Deus, mais que na adoração a Deus. (3) Em terceiro lugar, deu uma importância desordenada à personalidade do celebrante ao situá-lo numa espécie de palco litúrgico.

Resgatando o sagrado

Mesmo antes de sua eleição como sucessor de São Pedro, o Papa Bento nos tem conclamado a recorrer à antiga prática litúrgica da Igreja para recuperar um culto católico mais autêntico. Por esta razão, eu restaurei a venerável posição ad orientem quando celebro a Missa na Catedral.

Esta mudança não deve ser mal entendida como se o Bispo estivesse “dando as costas para os fiéis”, como se eu estivesse sendo indiferente ou hostil. Tal interpretação desconsidera que, olhando na mesma direção, a postura do celebrante e da congregação torna explícito o fato de que caminhamos juntos para Deus. Padre e povo estão juntos nesta peregrinação.

Seria um erro ver a recuperação desta antiga tradição como um simples “andar para trás”. O Papa Bento tem falado repetidamente da importância de se celebrar a Missa ad orientem, mas sua intenção não é encorajar os celebrantes a se tornarem “antiquários litúrgicos”. Na realidade, Sua santidade quer que descubramos o que sustenta esta antiga tradição e que a tornou viável por tantos séculos, a saber, a compreensão de que a Missa é primária e essencialmente o culto que Cristo ofereceu a seu Pai.

Tradução: OBLATVS

Fonte: Diocese of Tulsa


quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Gripe Suína... e Comunhão na mão

O vídeo abaixo, pode ser chamado de "teoria da Conspiração" e outras coisas mais...
no entanto, não dá para deixar de perceber um certo alarmismo, que tende à desforcar o opinião pública e favorece muito o consumo de certos produtos, como é o caso do Álcool Gel.



O pior de tudo é o impacto na vida litúrgica. Duas coisas boas começaram a ser feitas sob a desculpa da prevenção gripal: o fim do "abraça-abraça" no Rito da Paz e da invencionice do "dar as mãos durante o Pater". A forma ritual moderna está livre disso por enquanto. No entanto, a lástima recai sobre o fato de diversas dioceses orientarem os padres para evitar dar a Eucaristia na boca dos fiéis e fazê-los receber diretametne na mão.
Já não bastasse a escassez de sinais que denotem a presença real nos dias atuais, a reverência ao Corpo de Cristo... agora, impõe-se uma regra anti-litúrgica. Lembremo-nos do que disse Monseñor Nicola Bux:

A comunhão na mão não tem fundamento na Tradição

Numa altura em que a "Pastoral da Saúde", sob o pretexto de prevenção da gripe A, tentou tornar obrigatório em Portugal o abuso da comunhão na mão, ainda que de um modo tão primário que o próprio Cardeal-Patriarca de Lisboa se viu forçado a contrariar tal desiderato, assume particular importância a entrevista concedida recentemente pelo sacerdote italiano Nicola Bux, eminente liturgista e consultor da Congregação para a Doutrina da Fé, ao sítio "Pontifex", de Bruno Volpe, de que se transcreve aqui, com a devida vénia, a tradução efectuada pelo blogue "La Buhardilla de Jerónimo". Os destaques feitos são da minha responsabilidade.

¿Cómo administrar dignamente el sacramento de la Comunión? Hemos hablado con Monseñor Nicola Bux, teólogo y apreciado liturgista. Podrá ser casualidad pero el modernismo y el descuido de ciertas interpretaciones post-conciliares han llevado a un menosprecio de este sacramento al cual ahora la gente se acerca de todos los modos posibles, hasta en estilo militar.

Don Bux, ¿cuál es la forma más correcta de comulgar?

Diría que son dos. Está la posición de pie, recibiendo la partícula en la boca, o bien de rodillas. No veo una tercera vía.

Hablemos de la posición vertical...

Está bien, no tengo nada en contra de ella. Lo importante es que el fiel esté íntimamente consciente de lo que va a recibir, es decir, que no se acerque a la Comunión con una despreocupación que demuestra inmadurez y absoluta lejanía de Dios.

Comunión de pie... pero ¿qué es lo mejor?

Mire, incluso la Comunión de pie, si se hace con devoción, compunción y sentido de lo sagrado, no está mal. Sería bello y conveniente, sin duda, que la Comunión (incluso cuando es de pie) vaya precedida por un signo formal de reverencia, es decir, la cabeza cubierta para las mujeres, el signo de la cruz o una inclinación de amor.

Pero, ¿ por qué motivo con frecuencia la gente se acerca a la Comunión como si fuese un buffet?

Me gusta esta expresión y en parte es también cierta. Muchos se levantan mecánicamente y no saben, y ni siquiera imaginan, qué es lo que reciben. Se piensa que la participación en la Misa incluye automáticamente la Comunión, a la cual deben acercarse solamente aquellos que están realmente en gracia de Dios.

En los últimos meses, el Papa Benedicto XVI ha administrado la Comunión de rodillas...

Ha hecho muy bien. Considero que el arrodillarse para recibir la Comunión ayuda a recoger el espíritu y a comprender más el misterio. Arrodillarse delante del Cuerpo de Cristo es un acto de amor y de humildad agradable a Dios, que nos hace revalorar ese sentido de lo sagrado actualmente a la deriva y perdido o, al menos, disminuido.

En resumen, la Comunión de rodillas ayuda al espíritu...

Ciertamente, favorece el recogimiento y la espiritualidad. Considero que la posición de rodillas para recibir la Comunión es la que más responde al sentido del misterio y de lo sagrado.

¿Y la Comunión en la mano?

Lo lamento pero no existe ningún texto de la Tradición que la sustente. Ni siquiera el tomad y comed todos: no hay ninguna mención de la mano y, si se quiere, los apóstoles eran sacerdotes y tenían el derecho a la Comunión en la mano. Los orientales no la permiten.

En una iglesia de Roma, la del Caravita, generalmente muy concurrida en especial por la comunidad católica mexicana, un sacerdote jesuita[...]hace tomar personalmente la partícula a los fieles que la mojan en el cáliz. ¿Es correcto?

Se trata de un abuso gravísimo e intolerable del cual hace bien en avisarme y del cual el Obispo debe tomar conciencia y conocimiento. Los parágrafos 88 y 94 [de Redemptionis Sacramentum]afirman que no está permitido a los fieles tomar por sí mismos la hostia o pasarse el cáliz de mano en mano. Creo que la Comunión no es válida. Analizaré el problema pero estamos frente a un abuso inadmisible que debe ser reprimido cuanto antes.

fonte: A Casa de Sarto

terça-feira, 18 de agosto de 2009

A Tiara Papal


A tiara (reino triplo ou triregnum) é o mais célebre dentre os adornos externos eclesiásticos, símbolo principal do papado. Chapéu extra-litúrgico em uso (pela última vez no pontificado de Paulo VI), apenas nas grandes solenidades e um tempo nas procissões, representa a dignidade do Sumo Pontífice na sua vestimenta dupla de chefe supremo da Igreja e de soberano do Estado pontifício, enquanto as chaves simbolizam a jurisdição. Por tal motivo, na morte de um Papa se representava o instrumento da Igreja apenas com a tiara, sem as chaves. Há uma origem comum da mitra, semelhante ao chapéu frigio, usado na corte persa, transformada depois no célebre objeto do imperador de Bizancio. Parece ser usada desde o tempo do papa Constantino (708-715) como sinal de poder temporal. Os primeiros assumiam a forma de um cone alto e acuminado, confeccionado com tecido branco e com uma faixa dourada que circulava a bainha inferior. Este chapéu não se deve confundir com camelauco que se transformou depois em mitra litúrgica. Chegando ao século X, a faixa dourada da tiara vira uma coroa, que no século XIII sustentou uns denticulados na ponta, chamada “regnun”.

Com Bonifácio VIII (1294-1303) a tiara mudou sua forma e veio acrescida de uma segunda coroa, quando com a “Unan sanctam” o Sumo Pontífice declarou a sua soberania sobre o mundo; o mesmo Papa, depois, parece ter sido o primeiro a timbrar o próprio escudo de famílias nobres com a tiara, enquanto pelos outros autores a tiara começa a timbrar o escudo papal apenas com João XXII (1316-1334).

A coroa dupla assume, assim, o mesmo significado da autoridade pontifícia e imperial em analogia à coroa dupla do imperador que carregava sobre a mitra clerical o “diadema imperial”. Inocêncio III (1198-1216) indica, por outro lado, a mitra “pró-sacerdotal”, enquanto a tiara “pró-reino”.

A terceira coroa vem acrescida, segundo alguns autores, durante o pontificado de Bento XI (1303- 1304), para outros no de Clemente V (1305-1314), ou ainda, para outros tantos, em 1334, com Bento XII, para demonstrar que o papa representava as três Igrejas triunfante, militante e purificadora, ou mesmo o domínio sobre as regiões do Céu, da terra e do Inferno, ou ainda a tríplice soberania do chefe da Igreja, consistente na soberania espiritual sobre as almas; regalias temporárias sobre Estados romanos; soberania eminente sobre todos os soberanos da terra e a quem se denomina “triregnun”.



Papa Pio XI abençoando com a tiara.

As duas ínfulas foram acrescentadas no século XIII, sendo que apenas no início do século XVI foram acrescentados o globo a cruzeta, como se pode ver na tiara de Júlio II. A primeira tiara de metal, surgida no período gótico, causou vicissitudes, em razão do poder temporal que ela representava. Levada para Avinhão, foi reconduzida a Roma, por Gregório XI e, novamente, transferida a Avinhão, por Clemente VII. Passou depois à Espanha, com o antipapa Bento XIII, antes de ser retomada por Martinho V, em 1429, desaparecendo em 1485, quando foi roubada (E. Müntz, La Tiare pontificale du VIIIe au XVIe s. - Mém. de l'Acad. des Inscriptions, 1897).

Durante a época da Revolução e da guerras da Itália, os soldados franceses pilharam muitas tiaras, das quais se perderam os rastros. Restaram entretanto as mais belas: a de Júlio II e de Paulo III.

As tiaras mais antigas foram destruídas, particularmente, a de Júlio II desenhada por Ambrósio Foppa ao custo de duzentos mil ducados, um terço das arrecadações anuais dos Estados Pontifícios, na época em que um pároco recebia vinte e cinco ducados ao ano; e a de São Silvestre Algumas tiaras antigas foram desmanchadas pelos papas outras saqueadas por invasores militares. O Papa Clemente VII mandou fundir todas as tiaras e jóias do papado, em 1527, para reunir os quatrocentos mil ducados pedidos em resgate pelo exército invasor do Imperador Carlos V. O saque realizado pelo exército de Louis Alexandre Berthier, em 1798, subtraiu inúmeras tiaras ao patrimônio dos papas. Demonstrando que a importância da tiara emas pelo que ela representa do que pelo seu valor material, quando Roma estava nas mãos dos franceses, o Papa Pio VII exilado em Veneza, foi coroado a 21 de março de 1800, com uma tiara de papel maché, feita pelas damas da cidade. Em decorrência do Tratado de Tolentino, o Papa Pio VI as entrega em pagamento, conservando apenas a de “papel maché”. Muitas tiaras foram oferecidas aos papas por líderes mundiais e Chefes de Estado, com a rainha Isabel II de Espanha, o kaiser Guilherme II da Alemanha, e o Imperador Francisco José I da Áustria.

Após a concordata, Napoleão oferece uma tiara suntuosa a Pio VII, a chamada “Tiara Napoleônica”, feita com peças das tiaras papais anteriormente pilhadas.

A última tiara usada numa coroação foi a de PauloVI, que era muito mais cônica que as anteriores, sem jóias e gemas preciosas, e que, seguindo a tradição, foi ofertada ao pontífice eleito pelos fiéis da sua cidade de origem, no caso Milão.

Vinte e duas tiaras papais chegaram aos dias atuais e maioria dela s estão em exposição no Vaticano. As mais apreciadas são: a chamada “Tiara Belga” de 1871, a de 1877 e a de 1903.

Numerosos estudiosos, durante séculos, se satisfizeram interpretando a razão das três coroas postas na tiara. Listemos, em seguida, diversas interpretações. Para alguns, as três coroas da tiara figuram como analogia às três coroas do Imperador: alemã de Aquisgrana, lombarda de Milão – Monza, romana de Roma. Para outros o papa porta as três coroas como o prefeito da Itália, Ilíria e África. Outros asseguram que simboliza o Patriarca, Pretor e Prefeito, ou para representar as três línguas hebraica, grega e latina; ou ainda, para simbolizar a superioridade do Papa sobre todos os soberanos, ou porque se chamando “Servo dos Servos” a quem se deve maior honra.



Tiara do Papa Leão XIII.

Diz-se que a tiara representa o Sacerdote Máximo, o Rei e o Legislador Universal, a autoridade pontifícia sobre três partes antigas do mundo, a Ásia, a Europa e a África, colonizada pelos descendentes dos filhos de Noé, Sem Jafet e Cam ou ainda que a coroa posta no cume da tiara representaria a soberania pontifícia de seus arcebispos, que tinham direito a uma mitra com dois arcos, e seus bispos, cuja mitra portava apenas um.

A cerimonial de coroação papal, trato do “Pontificado romano” de 1596, previa, por outro lado, que o cardeal primeiro diácono, na imposição da tiara sobre a cabeça do Sumo Pontífice, lhe recordasse que a recebia porque o Pai dos Príncipes e dos Reis, Reitores do mundo, Vigário do Salvador Nosso Jesus Cristo na terra. Para outros a tríplice coroa simbolizaria o tríplice ministério papal de sacerdote, de pastores e de mestre da Fé.

Uma outra interpretação afirma que as três coroas da tiara corresponderiam aos três principais atributos da Santíssima Trindade, ou seja, a Potência do Pai, a Sabedoria do Filho e o Amor do Espírito Santo, enquanto outros viam de longe os símbolos das três virtudes teológicas, que devem coexistir em grau heróico próximo ao do Santo Padre, que vive normalmente em um estado de santidade: a Fé, a Esperança e a Caridade.

Para outros, ainda, o “triplo reino” recordaria as três coroas doadas ao Pontífice de Costantino, Clodovio e Carlos Magno ou, ainda, o símbolo da tríplice autoridade doutrinária, sacramental e pastoral; para outros, finalmente, o símbolo da potência da Igreja que, como aquela de Cristo seu fundador, se estende além da vida e conseqüentemente sobre as coisas terrenas, infernais e celestiais.

Para completar essa exposição observamos, além disso, que na antiga configuração da Santíssima Trindade apenas Deus Pai vem representado com uma tiara, mas com cinco coroas.

-----Os autores dão vários significados para as três coroas. Sendo que todos se referem a um triplo poder.

O significado das três coroas evoluiu no decorrer da história. Tradicionalmente, o triplo poder (militar, civil e religioso) era igualmente exprimido por três títulos:

------ Pai de reis
------ Regente do Mundo
------ Vigário de Cristo

A maioria dos autores assim explicam:

------ A primeira coroa é símbolo do poder da Ordem Sagrada, pelo que o Papa é Vigário de Cristo sucessor de São Pedro , nomeando os bispos e sendo, por excelência, o grande Pai da Cristandade.
------ A segunda coroa representa o poder da Jurisdição, em virtude do poder das chaves, ou seja, o de ligar e desligar na terra e no céu.
------ A terceira coroa representa o poder do Magistério, em virtude da infalibilidade papal.

Outros autores dizem que as três coroas expressam as três fases da Igreja: militante (na terra), padecente (no purgatório) e triunfante (no céu).

Outra explicação fala das três funções do papa:

------ Sacerdote: (bispo de Roma)
------ Rei: Chefe de Estado soberano
------ Mestre : árbitro e detentor do magistério supremo, dotado de infalibilidade.

Ainda temos que o Papa é para os cristãos:

------ Sacerdote soberano
------ Grande juiz
------ Legislador

E por fim, outros dividem as coroas pelos poderes:

------ Temporal: Chefe de Estado soberano
------ Espiritual: Chefe da Igreja
------ Moral: superioridade em relação aos outros poderes do mundo
-----

O Papa, cujo nome, segundo Beatiano (L'Araldo veneto overo universale armerista, Venezia MDCLXXX), seria a abreviação de “Pater Patrum”, recebia a tiara das mãos do cardeal primeiro diácono, como antigamente, fora da Basílica Vaticana, no dia da sua solene coroação, depois de celebrada a Missa solene, diante do povo. Portava-a depois na solene cavalgada com a qual se mantinha a Heráldica Lateranense, tempo no qual estabeleceu ordinária demora no Palácio Vaticano.



Papa Pio XII na sede gestatória com a tiara.

Seu uso sempre foi extra-litúrgico, sendo utilizada na cerimônia de coroação papal e quando o Sumo Pontífice se dirigia e retornava das funções solenes, como por exemplo nas procissões. Era também colocada sobre o lado direito do altar (lado das leituras), nas missas solenes.

Quando usada nas procissões solenes, e quando o Papa era transportado na sede gestatória. Além disso, a tiara era usada nos atos jurídicos solenes, como por exemplo as falas ex cathedra , no uso da infalibilidade papal; e também na tradicional bênção Urbi et Orbi, no Natal e na Páscoa, cerimônias que prescreviam o seu uso.

Desde Clemente V até Paulo VI todos os papas foram corados com a tiara e a usaram como símbolo da sua autoridade, em ocasiões cerimoniais. Os papas não eram limitados a usar somente a sua tiara, sendo que poderiam livremente, usar outras antigas, de seus predecessores, desde que lhes adaptassem o tamanho.

O Papa Paulo VI, doou a sua tiara, que recebera dos fiéis de Milão, para socorro dos pobres da África. Esta tiara foi então adquirida pelos católicos dos Estados Unidos, através do cardeal Francis Joseph Spellman, arcebispo de Nova York, sendo o dinheiro arrecadado destinado às missões africanas. Esta tiara do Paulo VI, desde de 6 de fevereiro de 1968, está exposta na sala dos ”ex votos”, na Basílica da Imaculada Conceição, em Washington, juntamente com uma estola de João XXIII. É a eleição pelo Conclave e a aceitação do eleito que confere, ipso facto, a plena jurisdição do papa. A coroação ou a entronização com o juramento de fidelidade, apenas, marcam o início do ministério petrino, tendo valor apenas simbólico e não jurídico. Os Papa João Paulo I não quis ser coroado com a tiara, iniciando seu pontificado com a cerimônia de entronização e juramento de fidelidade. O Papa João Paulo II fez o mesmo. Alguns veículos de comunicação relataram que este papa teria recebido uma tiara dos católicos húngaros, mas que nunca a usou. Mas a cerimônia de coroação não foi oficialmente abolida, ficando a cargo do eleito escolher como quer iniciar seu pontificado. Contudo, desde então, os papas eleitos têm optado por uma cerimônia de "início do pontificado", com a respectiva entronização e o juramento de fidelidade.

No dia 29 de junho, a tiara continua a ser usada na imagem de bronze de São Pedro, na Basílica Vaticana.



Tiara do Papa Pio IX.

O primeiro papa a ser solenemente coroado, depois de sua eleição, foi Nicolau II, em 1059. As primeiras coroações ocorreram na Arquibasílica de São João Latrão. Porém, tradicionalmente, as coroações passaram a ser na Basílica de São Pedro, sendo que algumas ocorreram em Avinhão. Em 1800. Pio VII foi coroado na igreja do mosteiro beneditino de São Jorge, em Veneza. Desde 1823, todas as coroações ocorreram em Roma, sendo que até a metade do século XIX, voltaram a ser realizadas na Arquibasílica de São João Latrão e depois, novamente, em São Pedro. Os papas Leão XIII e Bento XV foram coroados na Capela Sistina. Pio XI foi coroado na frente do altar-mor da basílica vaticana.

Já, os papas Pio IX, Pio XII, João XXIII e Paulo VI foram todos coroados no balcão principal da basílica, para que a multidão da Praça de São Pedro pudesse visualizar a cerimônia. A primeira coroação a ser filmada e transmitida por rádio foi a de Pio X II, que durou seis horas e contou com a presença de diversos reis, príncipes, chefes de Estado.

A primeira parte da cerimônia, provavelmente, vem da época em que os papas eram combatentes ativos da ordem temporal. A cerimônia de coroação papal, tradicionalmente era celebrada, na Basílica de São Pedro, ou nas suas vizinhanças, era muito semelhante às cerimônias medievais de Constantinopla.

O papa era levado, processionalmente, ao local da coroação, paramentado de com estola e rica e ampla capa pluvial, com mitra preciosa na cabeça, sentado na sede gestatória, sob o pálio, seguido por dois ministros que lhe abanavam com os flabelos.Paulo VI foi coroado, estando paramentado como que para a celebração da missa,com a estola, dalmática, casula, fano e o pálio.

De acordo com o Pontifical Romano, o Cardeal Proto-Diácono, retira a mitra do papa e, ao colocar a tiara na sua cabeça, diz: “Accipe tiaram tribus coronis ornatam et scias te esse Patrem Principum et Regum, Pastorem Orbis in terra, Vicarium Salvatoris nostri Iesu Christi, cui est honor in saecula saeculorum, Amen” (Recebei a tiara, ornada de três coroas e sabei que sois Pai de Príncipes e Reis, pastor de toda a terra e Vigário de Jesus Cristo, nosso Salvador, a quem é dada toda honra por todos os séculos dos séculos. Amém).

A seguir, um monge se apresenta por três vezes diante do novo Sumo Pontífice para queimar, a seus pés, uma mecha de estopa e lhe falar: “Sancte Pater, sic transit gloria mundi” (Santo Padre, assim passa a glória do mundo). As primeiras menções a este ritual remontam ao século XIII, nos escritos do dominicano Estevão de Bourbon (Étienne de Bourbon). O padre e cronista Adão de Usk fala também desta cerimônia em seu Chronicon, quando da coroação do Papa Inocêncio VII. O rito da queima da estopa é de inspiração bizantina, numa lembrança que ao Imperador também chega a morte. Na coroação papal lembra ao Soberano Pontífice que ele é um homem e deve-se guardar de todo orgulho e vaidade. Isto também é um resquício da antiga prática romana quando da parada triumfal, um escravo ficavam lado à lado com um general, lhe murmurando “Hominem te esse” ( Tu também és mortal).

Como já dito, a coroação ou a entronização com o juramento de fidelidade, apenas, marcam o início do ministério petrino, tendo valor apenas simbólico e não jurídico. Também há outras cerimônias como a tomada de posse do Palácio e da Arquibasílica de São João Latrão e a proclamação das indulgências. Contudo, há de observar que não houve uma abolição oficial da cerimônia de coroação.



Papa Paulo VI carregando sua tiara para o altar de São Pedro no encerramento do Concílio Vaticano II.

Apesar de ter doado a sua tiara, o Papa Paulo VI, na Constituição Apostólica Romano Pontifici Eligendo, de 1975, manteve o rito da coroação, conforme o texto: “Enfim, o Pontífice será coroado pelo Cardeal proto-Diácono e, dentro de um tempo conveniente, tomará posse da patriarcal Arquibasílica Lateranenese, segundo o rito prescrito.Romano Pontifici Eligendo (1975), 92.

Pela legislação atual, promulgada pelo Papa João Paulo II, na sua Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis, de 1996, que reveviu as regras para a eleição do papa, apenas é citada a cerimônia de inauguração do ministério petrino: "O Pontífice, depois da solene cerimônia de inauguração do Pontificado e dentro de um tempo conveniente, tomará posse da patriarcal Arquibasílica Lateranenese, segundo o rito prescrito.Universi Dominici Gregis (1996), No. 92. Portanto, a terminologia é descritiva, não estabelecendo nenhuma regra quanto à forma da Cerimônia.Todavia, um pontífice eleito tem plenos e máximos poderes, não sendo vinculado a nenhum cerimonial feito pos seus predecessores, sendo livre para escolher como será a cerimônia de início de seu pontificado, coroação ou entronização com juramento de fidelidade.

Desconsiderando a tiara de papel maché, a tiara mais leve foi a de João XXIII, de 1959, que pesava 900g., assim como a de Pio XI, de 1922. Já a tiara cônica de Paulo VI pesava 4,5 kg. A mais pesada de todas as tiaras é a que foi doada por Napoleão, em 1804, para festejar seu casamento com Josefina e a sua coroação como Imperador da França. Esta tiara pesa 8,2 Kg., mas nunca mais foi usada, por ter sido feita muito estreita. Alguns historiadores afirmam que foi propositadamente feita assim, para que servisse apenas a Pio VII. Para se ter uma idéia do peso, a coroa de Santo Eduardo, que é a coroa usada pelos monarcas ingleses pesa apenas 2,155 kg.



Papa Beato João XXIII com a tiara.

A rainha Isabel II do Reino Unido, depois de ser coroada, disse que a coroa era um pouco pesada ("does get rather heavy"). Também o rei Jorge V comentou depois do "Delhi Durbar", em 1911, quanto mal a coroa imperial da Índia flhe fizera, porque era muito pesada ("hurt my head as it is rather heavy"). Todavia, estas duas coroa são mais leves que a maior parte das tiaras papais e pesam menos que um terço da tiara de 1804, de Pio VII, Cf. Gyles Brandreth, Philip & Elizabeth (Century, 2004) p.311. e "The Crown Jewels" publicado pela Torre de Londres.

A heráldica define a tiara como a mais nobre, a mais destacada e a primeira dentre todas as coroas. Sempre foi usada como timbre dos brasões papais, segundo alguns, desde Lúcio II . De 1144 a 1294 estaria representada com uma única coroa, a partir de 1301, com duas e, a partir de 1342, com três.

Tanto João Paulo I como João Paulo II mantiveram a tiara como timbre de seus brasões. O Papa Bento XVI, por influência do heraldista Monsenhor Andrea Cordero Lanza de Montezemolo (depois criado cardeal), modificou seu brasão, substituindo a tiara por uma mitra de prata com três traços dourados (numa referência às três coroas da tiara). Esta atitude de Montezemolo gerou crítica em todas as instituições heráldicas do mundo, que dentre as muitas argumentações, a principal evocada é a de que a Heráldica tem leis seculares e fixas. A Sociedade Heráldica Americana chegou a sugerir que Montezemolo utilizasse pelo menos o camelauco no brasão papal. Por outro lado, a inclusão inovada do pálio omofório, no brasão, foi elogiada por muitos especialistas. Ademais às críticas, vale ressaltar que o Sumo Pontífice é quem detém o direito de facto e jure para alterar, como o quis, suas armas heráldicas.

O único lugar onde o Brasão de Bento XVI porta a tiara é nos jardins do Vaticano. A tiara ainda está presente no brasão, na bandeira e no selo da Santa Sé e no brasão da Cidade do Vaticano.

Somente um outro prelado católico pode usar a tiara pontifícia no seu brasão de armas, o Patriarca de Lisboa, título criado em 1716 e atribuído ao arcebispo de Lisboa desde 1740. Para os heraldistas nunca houve confusão entres os brasões, posto que nos brasões papais e da Santa Sé estão sempre presentes as chaves decussadas, de São Pedro. O actual Patriarca de Lisboa, D. José da Cruz Policarpo, optou por não usar a tiara no seu brasão, usando em vez disso o chapéu cardinalício (gallero) com as 30 borlas verdes de cada lado. Nas armas do Patriarcado, porém, a tiara continua a figurar.

Também as universidades e instituições pontifícias usam, em seus brasões, a tiara como timbre. Algumas basílicas também usam a tiara como timbre de sés brasões, enquanto outras usam a Basílica ou Ombrellino (guarda-sol vermelho e amarelo).

fonte: Ecclesia Heráldica

A Bandeira do Vaticano

A história das cores da bandeira Vaticano. Saiba por que é branca e amarela

.- Em um artigo publicado em L'Osservatore Romano se precisa como foi que o Papa Pio VII desde 1808 estabeleceu que as cores do Vaticano fossem o branco e o amarelo. A seguir a história contada pelo perito Claudio Ceresa.

No artigo titulado "O amarelo e o branco de dois séculos como cores pontifícias", Ceresa explica que para falar do uso das atuais cores da bandeira vaticano, é necessário referir-se à "ocupação da urbe por parte das tropas napoleônicas, ocorrida em fevereiro de 1808".

"O comandante das tropas francesas, general Miollis, colocou sobre os muros da cidade uns manifestos, com os que se impunha a incorporação das forças armadas do Papa às imperiais. Os oficiais que seguiam sendo fiéis ao reinante Pio VII viam vir arrestos e deportações", logo que "as reações não foram muito notáveis, inclusive também porque se fez circular a notícia de que o Pontífice era ciente disso e que não tinha colocado grande dificuldade. Rebelou-se apenas um pequeno grupo de oficiais que foi deportado à prisão de Mantova".

"Para sublinhar a unificação, e provavelmente também para aumentar a situação de incerteza –continua o perito– se permitiu aos militares seguir usando o distintivo amarelo-vermelho sobre seus chapéus".

Ceresa assinala depois como o Papa "não queria que Napoleão sujeitasse ao Estado Pontifício, por isso em 13 de março de 1808 protestou energicamente. Ordenou, entre outras coisas, aos corpos que ainda eram fiéis a ele que substituíram a insígnia com as cores romanas por uma branca e amarela".

No jornal de um contemporâneo, o abade Luza Antonio Benedettalla escreve na mesma data que "o Papa para não confundir aos soldados romanos que estão sob o comandante francês, com os poucos que ficaram a seu serviço, ordenou a nova insígnia amarela e branca. Adotaram-na os guardas nobres e os suíços. A coisa é querida".

Ceresa escreve a seguir que três dias depois, em 16 de março de 1808, Pio VII comunicou "por escrito tal disposição ao Corpo Diplomático, e o respectivo documento se considera como a ata de nascimento das cores da atual bandeira do Estado da Cidade do Vaticano".

Este perito também explica que a eleição do branco e amarelo recolhe uma antiga tradição segundo a qual, o ouro e a prata simbolizam as chaves do Reino que custódia São Pedro, e que na antigüidade eram entregues ao Pontífice quando este assumia a sede de Roma na "Archibasílica lateranense".

Depois de alguns desencontros mais, que terminam quando Napoleão exige que os que estiverem sob seu comando usem uma insígnia com as cores da França ou Itália; o imperador decretou em 17 de maio de 1809 a união de Roma e o Estado Pontifício à França. Com esta situação, assinala Ceresa, "Pio VII excomungou a quem perseguia à Igreja, e na noite entre 5 e 6 de julho de 1809 o Bispo de Roma foi detido" e enviado ao exílio em Grenoble, Savona e Fontainebleau até 1814, quando pôde voltar para a cidade eterna.

"O Papa Chiaramonti não tinha esquecido o episódio de seis anos atrás, e sobre os chapéus das tropas romanas apareceu novamente a insígnia branca e amarela, sinal de lealdade ao legítimo soberano".

Ceresa explica logo como durante o século XIX distintas representações vaticanas começaram a usar a bandeira com estas cores e precisa que atualmente, esta se expõe em distintas solenidades religiosas e civis como Natal, Páscoa, Corpus Christi, aniversários do Papa, aniversário da conciliação entre a Santa Sé e Itália; entre outras. "A bandeira se iça à alvorada e se arria ao pôr do sol", indica finalmente o perito italiano.

fonte: Catho

Arinze aos Bispos Asiáticos – Não à falsa Inculturação.

O Cardeal Arinze adverte aos bispos asiáticos contra a falsa inculturação e dança litúrgica.

Original: Catholic Culture
Tradução livre – nossa!



O cardeal Francis Arinze, que serviu como Prefeito da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos de 2002 a 2008, alertou os bispos asiáticos, numa homilia de 16 de agosto, contra idiossincrasias litúrgicas e falsas concepções de inculturação. O cardeal Arinze também lançou uma advertência contra a dança litúrgica.
Pregando em Manila na missa de encerramento da assembléia plenária da Federação dos Bispos Asiáticos, como enviado pessoal do Papa Bento XVI, o cardeal Arinze encorajou os bispos a estimular a adoração eucarística e a reverência.

A adoração se manifesta em gestos como genuflexão, inclinação, ajoelhar-se, prostrar-se e pelo silêncio na presença do Senhor. As culturas asiáticas têm um grande senso do sagrado e do transcendente. Reverência para as autoridades civis da Ásia se mostra no cruzar das mãos, no inclinar do corpo e no andar enquanto se encara um dignitário. Não deve ser difícil trazer e elevar este valor cultural para honrar Jesus Eucarístico. A moda em algumas partes do mundo de não instalar genuflexórios nas igrejas não deve ser copiada pela Igreja na Ásia.

Após elogiar o senso de sagrado presente nas culturas asiáticas, o cardeal Arinze alertou contra falsas concepções de inculturação e urgiu à observância das normas litúrgicas.

A forma como a Sagrada comunhão é distribuída deve ser claramente indicada e idiossincrasias individuais não devem ser permitidas. No rito latino, apenas os padres concelebrantes tomam a Sagrada Comunhão. A todos os outros ela é dada, não importa se são leigos ou clérigos. Não é correto que o padre descarte qualquer vestimenta porque o clima é quente ou úmido. Se necessário, o bispo pode arranjar o uso de uma roupa mais leve. Contudo, é inaceitável que o celebrante opte por vestes locais no lugar das vestimentas universalmente aprovadas para a missa, ou use cestas, ou cálices de vidro para distribuir a Sagrada Comunhão. Esta é uma inculturação compreendida de forma errada.

“É a Tradição da Igreja que durante a missa as leituras sejam escolhidas da Sagrada Escritura”, continua o cardeal. “Nem mesmo os escritos dos santos ou dos fundadores de ordens religiosas são admitidos. Está claro que livros de outras religiões estão excluídos, não importando quão inspiradores estes textos possam ser”.

O cardeal Arinze exortou aos bispos do continente a seguirem as normas da Igreja para a inculturação litúrgica, para que “a Igreja local seja poupada de inovações questionáveis e idiossincrasias de alguns clérigos entusiastas, cuja imaginação fértil cria algo no sábado à noite para ser imposta a congregação no domingo pela manhã”.

A dança em particular precisa ser criticamente examinada porque muitas danças levam a atenção ao dançarino e são entretenimento”, ele continua. “As pessoas vão à missa não para se divertirem, mas para adorar a Deus, louvá-Lo e agradecê-Lo, pedir perdão pelos seus pecados e pedir graças espirituais e materiais. Os mosteiros podem ajudar a mostrar como movimentos corporais podem se tornar oração”.

Fonte: Igreja Una

Mons. João S. Clá Dias recebe a medalha "Pro Ecclesia et Pontifice"

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A medalha "Pro Ecclesia et Pontifice, uma das mais altas honrarias concedidas pelo Papa àqueles que se distinguiram por sua atuação em favor da Igreja e do Romano Pontífice, foi entregue pelo Emmo. Cardeal D. Franc Rodé a Mons. João Scognamiglio Clá Dias, numa solene celebração Eucarística, no dia 15 de agosto, na igreja de Nossa Senhora do Rosário, do seminário dos Arautos do Evangelho, localizada na Grande São Paulo.

Mons. João S. Clá Dias é fundador dos Arautos do Evangelho e de duas Sociedades de Vida Apostólica, uma clerical e outra feminina, Virgo Flos Carmeli e Regina Virginum, respectivamente.

No ato de entrega da medalha, por ocasião do 70º aniversário de Mons. João Clá, o Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica destacou os méritos do homenageado, recordando as palavras de São Bernardo de Claraval: "No momento de vos entregar a condecoração com a qual o Santo Padre quis premiar vossos méritos, vêm-me à mente as palavras de São Bernardo, no início de seu tratado De laude novae militiae: 'Faz algum tempo que se difunde a notícia de que um novo gênero de cavalaria apareceu no mundo'. Estas palavras podem ser aplicadas ao momento presente. Com efeito, uma nova cavalaria nasceu, graças a Vossa Excelência, não secular, mas religiosa, com um novo ideal de santidade e um heróico empenho pela Igreja.

"Neste empreendimento, nascido em vosso nobre coração, não podemos deixar de ver uma graça particular dada à Igreja, um ato da Divina Providência em vista das necessidades do mundo de hoje."

Ao agradecer a prestigiosa condecoração com que o Santo Padre o quis agraciar, Mons. João S. Clá Dias ressaltou o brilhante papel do Cardeal D. Franc Rodé na direção do dicastério romano que lhe está confiado e as preciosas orientações que levaram à aprovação pontifícia das duas Sociedades de Vida apostólica: Regina Virginum e Virgo Flos Carmeli. Mas, sobretudo, quis expressar os sentimentos de filial adesão ao Santo Padre que palpitam no coração de todos os membros do movimento dos Arautos do Evangelho, fazendo suas as palavras de um insigne líder católico brasileiro do século XX, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira: "Tudo quanto na Igreja há de santidade, de autoridade, de virtude sobrenatural, tudo isto, mas absolutamente tudo sem exceção, nem condição, nem restrição, está subordinado, condicionado, dependente da união à Cátedra de São Pedro. (...)"Por isto, é sinal de condição de vigor espiritual, uma extrema susceptibilidade, uma vibratilidade delicadíssima e vivaz dos fiéis por tudo quanto diga respeito à segurança, glória e tranqüilidade do Romano Pontífice. Depois do amor a Deus, é este o mais alto dos amores que a Religião nos ensina. Um e outro amor se confundem até.(...) E nós podemos dizer: "para nós, entre o Papa e Jesus Cristo não há diferença". Tudo o que diga respeito ao Papa diz respeito, direta, íntima, indissoluvelmente, a Jesus Cristo".

No dia anterior, 14 de agosto, o ilustre visitante inaugurou com um celebração eucarística a igreja de Nossa Senhora do Carmo, localizada na Casa- Mãe da Sociedade de Vida Apostólica feminina Regina Virginum.

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Caríssimo Monsenhor,

No momento de vos entregar a condecoração com a qual o Santo Padre quis premiar vossos méritos, vêm-me à mente as palavras de São Bernardo, no início de seu tratado De laude novae militiae: "Faz algum tempo que se difunde a notícia de que um novo gênero de cavalaria apareceu no mundo " (o Santo se refere ao nascimento da Ordem dos Templários).

Estas palavras podem ser aplicadas ao momento presente. Com efeito, uma nova cavalaria nasceu, graças a Vossa Excelência, não secular, mas religiosa, com um novo ideal de santidade e um heroico empenho pela Igreja.

Neste empreendimento, nascido em vosso nobre coração, não podemos deixar de ver uma graça particular dada à Igreja, um ato da Divina Providência em vista das necessidades do mundo de hoje.

O ideal que propondes àqueles que são vossos é o de seguir a Cristo no grande movimento dos Arautos do Evangelho, com radicalismo evangélico, "combatendo sem trégua - como diz São Bernardo - uma dupla batalha, seja contra a carne e o sangue, seja contra os espíritos malignos do mundo invisível".

Obrigado, Monsenhor, por vosso nobre empenho, obrigado por vossa santa audácia, obrigado por vosso amor apaixonado pela Igreja, obrigado pelo esplêndido exemplo de vossa vida. Vós sois da estirpe dos heróis e dos santos.

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Solenidade da Anunciação da Bem-aventurada Virgem Maria – 15 de agosto de 2009


Sua Eminência Rev.ma o Senhor Cardeal Dom Franc Rodé, C.M.

Prefeito da Congregação para os Institutos de vida consagrada e as Sociedades de vida apostólica


Veneráveis e caros irmãos no episcopado e no sacerdócio,

Caríssimos Arautos do Evangelho

Caríssimos Irmãos e Irmãs

Estamos reunidos nesta grandiosa Igreja de Nossa Senhora do Rosário para celebrar a solenidade da Assunção ao Céu da Bem-aventurada Virgem Maria, a festa da Mãe, a definitiva glorificação de Maria, Mãe de Cristo, Mãe da Igreja, Mãe de todos os homens, Mãe terníssima de cada um de nós. Sentimentos de exultação, de maravilhamento, de ternura e de devoção, sentimentos de fidelidade e de devoção, nos enchem o coração neste dia, porque Refulge a Rainha, à direita do Senhor.

O Papa Pio XII, na Constituição Apostólica Munificentissimus Deus, que pronunciava, declarava e definia o dogma da Assunção ao céu da Bem-aventurada Virgem Maria em alma e corpo, assim escrevia: “Imaculada na sua concepção, sempre virgem na sua maternidade divina, generosa companheira do divino Redentor, que obteve triunfo completo sobre o pecado e suas consequências, alcançou por fim, como suprema coroa dos seus privilégios, que fosse preservada da corrupção do sepulcro, e que, à semelhança de seu divino Filho, vencida a morte, fosse levada em corpo e alma ao céu, onde refulge como Rainha à direita do seu Filho, Rei imortal dos séculos”. 1

Neste dia, inteiramente dedicado a Maria, temos o júbilo de dar graças ao Pai de toda misericórdia pelos dons de bondade que Ele nos prodigalizou com tanta plenitude: o reconhecimento de direito pontifício da Sociedade de vida apostólica clerical Virgo Flos Carmeli e da Sociedade de vida apostólica feminina Regina Virginum, primícias da Associação internacional dos Arautos do Evangelho; e o aniversário do caríssimo Mons. João Scognamiglio Clá Dias, instrumento dócil e clarividente do Espírito Santo, por meio de quem a grande família dos Arautos do Evangelho foi doada à Igreja universal.

Para ele vão minhas calorosas saudações, minhas afetuosas felicitações, o agradecimento em meu nome pessoal e no da Igreja inteira e, também, no de todos vós que neste momento constituem como que uma coroa de filhos amadíssimos, por ele gerados na fé.

Damos graças, sobretudo, ao Senhor, por seu amor de predileção, por todas as qualidades com as quais Ele o tem agraciado. Mons. João, por haver sido um ouvinte atento daquilo que o Espírito diz à Igreja – em particular a esta santa Igreja que está no Brasil – por sua perseverança em seguir a inspiração divina, por sua atenta e primorosa orientação e por seu paterno empenho em plantar, regar, fazer crescer e germinar na Igreja esta grande família dos Arautos do Evangelho, o vosso fundador tem sido para vós como é o Senhor: pai e mãe! Ele vos acolheu e fez crescer no amor, na descoberta e no viver a vossa vocação específica.

Sinto-me particularmente feliz por estar aqui convosco, participando desta festa de família, e presidir a esta Eucaristia para agradecer ao Senhor todos os seus benefícios.

Hoje festejamos, pois, a solenidade da Assunção de Maria, a Mãe de Jesus: esta festa nos torna presente, melhor diria que nos torna atual, a visão do “céu”. Hoje olhamos para o céu com os olhos límpidos de Maria, por meio de seu olhar virginal, de sua pureza esponsal, de sua beleza inigualável.

Contemplamos o céu em Maria, para nos fazermos fiéis discípulos de seu Filho. Nós O contemplamos n’Aquela que foi Mulher sempre aberta à presença de Deus, à sua ação na própria vida e na história do homem. Fixemos o olhar em Maria: aprendamos a ter fome e sede de Deus. Esse Deus, que primeiramente A amou, tornou-A também capaz de doar-se sem reservas a seu plano salvífico. Aprendamos com Ela a estarmos disponíveis e a ser generosos ao acolher o desígnio de Deus para a nossa vida.

Roguemos a Maria que interceda por nós para que, como Ela, peregrina da fé e Virgem do caminho, possamos conservar nossa união com o Senhor em todas as circunstâncias, e até sob o peso da cruz (cfr. LG 58).

Ajoelhemo-nos com fé viva a meditar o mistério da Mãe do Filho de Deus, que hoje foi levada ao céu. “Nossa rainha nos precedeu – cantava São Bernardo –, nos precedeu e foi recebida com tal júbilo que nós, seus pequenos servos, seguimos com fidelidade nossa rainha, clamando: ‘Atraí-nos para vós, correremos atrás do aroma de vossos perfumes’. A caminho, na terra do nosso exílio, enviamos antes de nós uma advogada que, na qualidade de mãe do juiz e de mãe misericordiosa, conduzirá a bom termo, com sua oração eficaz, nossa salvação”.2

Maria é a Mulher forte na fé. É a Mulher do silêncio, que reza e adora o desígnio do Pai, que leva ao colo o mistério de amor. Maria é a Mulher de grande coração, incapaz de dizer não a quem se lhe dirige com coração simples, bom e puro, por qualquer necessidade e penúria. Mas não pensemos que para Ela foi fácil penetrar no mistério: “Ela resguardou sua promessa de fidelidade dentro de um espaço de incompreensibilidade – escrevia Romano Guardini. […] Ela era o portal para o santo futuro”. 3

“Por isso – sublinha o Papa Bento XVI – pode ser a Mãe de toda consolação e de toda ajuda, uma Mãe à qual, em qualquer necessidade, todos podem dirigir-se na sua própria debilidade e no seu próprio pecado, porque Ela tudo compreende e para todos constitui a força aberta da bondade criativa. [...] Mediante o ser e o sentir juntamente com Deus, seu coração alargou-se. Nela a bondade de Deus se aproximou e se aproxima muito de nós. Assim, Maria está diante de nós como sinal de consolação, de encorajamento e de esperança. Ela se dirige a nós, dizendo: ‘Tenha a coragem de ousar com Deus! Tente! Não tenha medo d’Ele! Tenha a coragem de arriscar com a fé! Tenha a coragem de arriscar com a bondade! Tenha a coragem de arriscar com o coração puro! Comprometa-se com Deus, e então verá que precisamente assim a sua vida vai se tornar ampla e iluminada, não tediosa, mas repleta de surpresas infinitas, porque a bondade infinita de Deus jamais se esgota!” 4

Mons. João tem tido esta coragem, a coragem de “apostar a própria vida” por Cristo e pelo Evangelho. A coragem de arriscar tudo por tudo, com confiança ilimitada no Senhor da Misericórdia e de sua Mãe Maria. E tem experimentado na sua própria pessoa que a bondade de Deus não se exaure nunca, é plena de surpresas. Essas surpresas têm os olhos, a face e o coração de cada um de vós, seus filhos e filhas amadíssimos. Nestes anos, ele tem ensinado a cada um de vós a olhar para a história com olhos celestes. Como Maria.

E cada um de nós tem o dever de dar aos irmãos e às irmãs, que compartilham o nosso caminho, um olhar celeste; tem a missão de dar uma visão de esperança a este nosso mundo o qual, muitas vezes, olha lastimavelmente para baixo, permanecendo sem ideais, sem sonhos, e voltado para si mesmo. O desejo de felicidade, a sede de justiça, a necessidade de amor parecem ser sistematicamente frustrados pela infidelidade, pela fragilidade, pela mediocridade. A harmonia e a beleza são profanadas pela violência, pelo sofrimento e pelas divisões. Contatos sem relações, quereres sem desejos, emoções sem sentimentos, esperas sem esperança. As trevas parecem crescer hoje até a exasperação.

Aparentemente, o mundo de hoje perdeu todo traço do Verdadeiro, do Bem, do Belo. Dizia Simone Weill que “a beleza está para as coisas como a santidade está para a alma”.5 Mas, no mundo de hoje, há demasiadas situações humanas, espirituais e culturais que, pelo contrário, são feias (portanto, o contrário de belas); são, pois, os sinais da desarmonia, da dilaceração e da fratura. A beleza de Maria, a pureza e a simplicidade de seu Magnificat, que ouvimos ressoar durante a leitura do Evangelho, parecem perdidos.

Mas talvez, sobretudo agora, a Beleza se faz presente e insiste em ser reconhecida por corações e olhos atentos, por aqueles que, obstinadamente, a buscam e sofrem com sua ausência.

O teólogo suíço Hans Urs von Balthasar escrevia: “em um mundo sem beleza, também o bem perdeu sua força de atração, a evidência de seu dever-ser-realizado. (…) Em um mundo que não mais se crê capaz de afirmar o belo, os argumentos em favor da verdade esgotaram sua força de conclusão lógica”.6

Que Beleza, então, salvará o mundo? 7 – perguntava o jovem moribundo ao príncipe Myskin de Dostoiévski. É uma só a resposta cristã: o Amor é a verdadeira beleza, que supera todas as harmonias das formas perfeitas.

A beleza de Maria é a beleza da santidade e da graça, que, depois de Cristo, n’Ela atingem o vértice. João Maria Vianney, o Santo cura de Ars, que recordamos de modo especial neste ano sacerdotal, dizia: “Deus podia haver criado um mundo mais belo, mas não podia dar vida a uma criatura mais bela que Maria”. É beleza interior, feita de luzes, de harmonia, de correspondência perfeita entre a realidade e a imagem que Deus tinha idealizado ao criar a mulher. É Eva em todo o seu esplendor e perfeição, a nova Eva.

Olhemos para Maria. Veremos a beleza, a plenitude, a realização perfeita da pessoa humana. N’Ela a graça de Cristo nos mostra quem somos. A Virgem Mãe projeta sobre o caminho da humanidade uma grande esperança. A figura da Bem-aventurada Virgem Maria nos faz ver que uma criatura humana pode atingir a beleza da perfeição cristã, abrindo-se à ação do Espírito Santo e colaborando com a graça de Deus. Em Maria, portanto, vemos o eSDL_6865.jpgxemplo de uma humanidade nova, redimida que, com a luz de sua beleza não contaminada pelo pecado, ilumina nosso caminho de vida cristã em meio a não poucos obstáculos e dificuldades.

Assim, devemos abraçar, com o olhar, o horizonte inteiro no qual somos chamados a habitar, como discípulos de Jesus Cristo: de um lado, não podemos ficar contemplando o céu, mas de outro, não podemos deixar de ver nossa história, nossas cidades, nossos irmãos, nossas vidas com os olhos cheios de Deus, com os olhos repletos de sua beleza.

A Virgem Assunta ao céu se torna, então, nossa porta privilegiada para o “santo futuro”. Ela é a plenitude da humanidade. Contemplando Maria e sua beleza, vemos nossa história com olhos celestes, plenos de Deus.

“Estrela radiosa do Oriente; aurora que precede o sol; dia que não conhece a noite”,8 “dulcíssima mãe e virgem Maria, que gerou a morte da morte, a vida do homem, o perdão dos pecados, a bem-aventurança de todos os justos” 9, vimos hoje até vós, depositando a vossos pés os males que nos oprimem, seguros de encontrar em vosso coração de Mãe compreensão e perdão, encorajamento e conforto.

Nós vos confiamos, ó Maria, nossas alegrias e nossas dores, as esperas e as desilusões, os projetos e as esperanças. Acolhei os propósitos de pureza, de altruísmo, de coerência, que guardamos no coração, e obtende para as vontades frágeis o dom da coragem e da perseverança.

Nós vos confiamos, ó Rainha Assunta ao Céu, a família, pequena Igreja na qual se desenvolve a fé das novas gerações, e todos os Arautos do Evangelho. Defendei-os das insídias às quais os expõe a mentalidade contemporânea, muitas vezes estranha aos valores do Evangelho, e ajudai-os a realizar na vivência concreta do quotidiano o desígnio maravilhoso que Deus tem para eles.

Nós vos confiamos Virgo Flos Carmeli e Regina Virginum, estas duas plantinhas da vinha do Senhor, que levam o vosso nome. Vós, a Toda Bela, a Toda Santa, a Toda Pia, obtende que estes vossos filhos possam fazer a experiência de Deus Beleza e Amor, para, como Vós, serem um reflexo vivo d’Ele, neste mundo.

Nós vos confiamos, ó Rainha dos Apóstolos, o Mons. João Scognamiglio Clá Dias, vosso devoto cavaleiro; dai-lhe renovado ardor apostólico, e toda riqueza de bênçãos de vosso Divino Filho.

Nós vos confiamos, por fim, a Igreja, que torna presente o mistério do Verbo encarnado, morto e ressuscitado pela salvação do homem. Estendei sobre ela o vosso manto e protegei-a de todo perigo. Vós, Estrela da manhã, sede sempre para ela a guia segura. Amém.

Fonte: Arautos do Evangelho