A notícia é do sítio Religión Digital, 26-03-2010.
O comunicado inicia de forma contundente, dirigindo-se “a todos aqueles que foram afetados, feridos ou escandalizados pelas ações reprováveis do nosso fundador, o Padre Marcial Maciel Degollado, L.C.”.
Levamos tempo para assimilar estes fatos da sua vida. Para muitos – sobretudo para as vítimas – este tempo foi demasiadamente longo e doloroso”, prossegue o texto, que reconhece “que não temos podido ou sabido ir ao encontro de todos como teria sido necessário”.
Os legionários reconhecem que Maciel abusou sexualmente de seminaristas menores e que teve vários filhos. “Profundamente consternados, devemos dizer que estes fatos aconteceram”, diz a nota.
Expressamos, mais uma vez, nossa dor e pesar a todas e cada uma das pessoas que foram feridas pelas ações do nosso fundador. Participamos do sofrimento que este escândalo causou à Igreja e que nos aflige profundamente”, acrescenta o comunicado, pelo qual os legionários “pedem perdão a todas as pessoas que o acusaram no passado e que nós não demos crédito ou não soubemos escutar, pois naqueles momentos não podíamos imaginar estes comportamentos”.
“Ante a gravidade de suas faltas (de Maciel), não podemos olhar a sua pessoa como modelo de vida cristã e sacerdotal”, afirma o texto, numa clara desautorização de seu fundador.
Quanto ao futuro, a carta da cúpula dos Legionários de Cristo se mostra decidida a:
- seguir buscando a reconciliação e o encontro com os que sofreram,
- buscar a verdade sobre a nossa história,
- continuar oferecendo segurança, sobretudo para os menores de idade, em nossas instituições e atividades, tanto nos ambientes como nos procedimentos,
- crescer no espírito de serviço desinteressado à Igreja e às pessoas,
- colaborar melhor com os pastores e com outras instituições dentro da Igreja,
- melhorar a nossa comunicação,
- seguir velando pela aplicação dos controles e procedimentos administrativos em todos os níveis e seguir atuando uma adequada prestação de contas,
- redobrar o nosso empenho na missão de oferecer o Evangelho de Jesus Cristo ao maior número possível de homens,
- e, buscar a santidade de vida com renovado esforço.
A carta é assinada pelos seguintes responsáveis:
P. Álvaro Corcuera, L.C., diretor geral
P. Luis Garza, L.C., vigário geral
P. Francisco Mateos, L.C., conselheiro geral
P. Michael Ryan, L.C., conselheiro geral
P. Joseph Burtka, L.C., conselheiro geral
P. Evaristo Sada, L.C., secretário geral
P. José Cárdenas, L.C., diretor territorial do Chile e Argentina
P. José Manuel Otaolaurruchi, L.C., diretor territorial da Venezuela e Colombia
P. Manuel Aromir, L.C., diretor territorial do Brasil
P. Rodolfo Mayagoitia, L.C., diretor territorial do México e Centroamérica
P. Leonardo Núñez, L.C., diretor territorial de Monterrey
P. Scott Reilly, L.C., diretor territorial de Atlanta
P. Julio Martí, L.C., director territorial de Nueva York
P. Jesús María Delgado, L.C., director territorial de España
P. Jacobo Muñoz, L.C., director territorial de Francia e Irlanda
P. Sylvester Heereman, director territorial de Alemania y centro Europa
Segundo informa o sítio Religión Digital, 26-03-2010, e o jornal Folha de S. Paulo, 27-03-2010, Raúl González Lara, um dos supostos filhos, disse que a nota da ordem é “ridícula” e pediu reparação.
Visto em: Fratres in Unum
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