O Brasil espalhando o terror.
Quem não se lembra do caso do padre francês Francis Michel? Aquele que, por celebrar a missa segundo a forma extraordinária da liturgia romana, foi perseguido pelo seu bispo, Dom Christian Nourrichard.
A paróquia que o Pe. Michel comandava era a mais vida da diocese de Évreux, maior número de batizados, confirmações, freqüência à missa e doações. A mistura de sacerdote piedoso e conservador, missa tradicional e paróquia viva foi um pouco demais para o bispo de Évreux.
Assim, Dom Nourrichard (o da camisa ao lado...) decidiu remover o padre e, no seu lugar, colocar um sacerdote um pouco mais, digamos, flexível e menos ortodoxo, enfim, um padre tradicionalmente francês!
Pe. Michel, embora acatando a ordem da remoção, não conseguiu conter a fúria dos seus paroquianos que, na missa de posse do novo pároco, protestaram com força (pra dizer o mínimo) contra o bispo e seu novo pároco. O local para o protesto – a santa missa – não foi o mais adequado, mas me pergunto onde mais eles seriam ouvidos. Se enviassem cartas, pedidos ao bispo, etc. nada resolveria, pois bispos “abertos aos sinais dos tempos” como Dom Nourrichard são muito sistemáticos com sua autoridade. A missa foi o último grito de uma paróquia que sentia o fio gelado da navalha modernista no pescoço e, não querendo morrer, desespera-se.
Após a turbulência, ao Pe. Michel foi garantido um local de celebração da missa antiga na sua comunidade. Contudo, a deposição foi consumada e o sacerdote buscou refugio jurídico em Roma.
Na Cúria Romana seu pedido de socorro deu o azar de cair nas mãos da Congregação para o Clero, comandada pelo brasileiro Dom Cláudio Hummes. Resultado? Ainda pergunta? Indeferido. Para Dom Hummes quem tem razão é o bispo de Évreux. Parabéns Eminência!
A Cúria, representada pelo Prefeito do Clero, deu mais provas que não está, nem de longe, unida ao projeto litúrgico de Bento XVI. Bem diferente foi o caso em Killala, na Irlanda, onde a Comissão Ecclesia Dei obrigou o bispo local a providenciar um lugar para a missa tradicional. Mas o chefe era o cardeal Hoyos...
Um padre que goza um direito concedido pelo Santo Padre é punido pelo bispo local, notório por sua heterodoxia, e acaba, num bônus, sendo condenado por Roma!
“Eles [a Cúria] sempre apoiarão o bispo” disse o bispo da Fraternidade de São Pio X, Dom Bernard Fellay. Mais uma vez, ponto pra ele, estava certo.
Isso gera uma imensa sombra de medo nos padres. O recurso do Pe. Michel, indeferido pelo Cardeal Hummes, revive os anos pré-Summorum Pontificum, anos de terror para os padres que ousassem pensar na missa antiga.
O caso isolado de Évreux deveria ser didático para o mundo, com a Cúria apoiando o sacerdote e interferindo informalmente na diocese. Contudo, Sua Eminência Tupiniquim resolveu endossar o bispo. Vergonha para o Brasil que não só obstrui o Motu Proprio dentro das suas próprias fronteiras, como estraga quase quatro anos de caminhada com uma única ação. Vergonha, Sua Eminência! Vergonha!
Fonte: Igreja Una
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