Neste ponto, não é inteiramente claro a extensão com que estas mudanças, de fato, influenciaram as considerações dogmáticas – como foi no caso de Lutero…
O aspecto realmente trágico deste desenvolvimento é que muitos dos envolvidos na elaboração dos novos textos litúrgicos, dentre os quais especialmente bispos e padres que vieram do Movimento da Juventude Católica [Jugendbewegung], estavam atuando de boa Fé, e simplesmente falharam em reconhecer os elementos negativos que eram parte da nova liturgia, ou não os reconheceram corretamente. Para eles, a nova liturgia expressava o cumprimento de todas as suas esperanças e aspirações passadas pelas quais eles esperaram por muito tempo.
Uma coisa é certa: a nova teologia (liberal) foi a maior força por detrás da reforma litúrgica. Todavia, afirmar, como às vezes é feito, que o Novus Ordo Missae é “inválido”, seria ir muito além deste argumento. O que nós podemos dizer é que desde que a reforma litúrgica foi introduzida o número de missas inválidas certamente cresceu.
Nem as persistentes súplicas de distintos cardeais, nem sérios pontos dogmáticos salientados pela nova liturgia, nem apelos urgentes por todo o mundo para que não se fizesse obrigatório o novo missal, puderam parar o Papa Paulo VI – uma clara indicação de seu próprio e forte endosso pessoal. Mesmo a ameaça de um novo cisma – o caso Lefebvre – não pôde movê-lo a ter o Rito Romano tradicional como, no mínimo, coexistente com o novo rito – um simples gesto de pluralismo e de inclusão que em nossos dias e tempos teria sido, certamente, a coisa prudente a ser feita.
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