D. Bernard Fellay, Superior Geral da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, visitou a Bahia entre os dias 08 e 09 de Julho de 2010, para conferir o Sacramento da Confirmação aos fiéis católicos frequentadores do Mosteiro Nossa Senhora da Fé (Candeias-BA).
Todos os bispos da Fraternidade, em ocasiões diversas, visitaram a comunidade, exceto D. Fellay, que veio à Bahia pela primeira vez.
Após a cerimônia, o senhor Bispo retornou à Sacristia e cingiu-se com os paramentos, rezando missa simples e posando para as fotos com os fiéis ao final.
Em seguida, iniciou-se uma conferência (em espanhol) com duração de duas horas, em que D. Fellay tratou de temas como as relações da FSSPX com Roma, sob o pontificado atual.
“O Papa é um homem que tem a cabeça progressista, mas é de coração católico, amante da Tradição”, ressaltou.
Citou também a situação desesperadora do clero europeu que entra em extinção de forma acelerada: “Há determinadas dioceses na França, onde um pároco chega a ficar à frente de mais de 60 paróquias. É estarrecedor”, disse.
Quanto aos entraves na Santa Sé, dão-se pela resistência do próprio Santo Padre em tirar as conclusões finais dos resultados do concílio. A tentativa de salvá-lo a todo custo se explica quando o mesmo de alguma maneira relativiza documentos como o Syllabus, que seria magistério, só que circunscrito ao seu período – o século XIX.
Contudo, todos os passos que o Santo Padre dá na direção da Fé Imutável, da Tradição e da Missa Tradicional são feitos num ambiente de extrema pressão, a começar por setores vaticanos como a Secretaria de Estado.
“Os trapistas de Mariawald, embora autorizados pelo Santo Padre a retornar à disciplina tradicional e ao rito de São Pio V, não obtiveram resposta, pois a Secretaria de Estado arquivou a autorização papal, sendo necessário que um novo pedido fosse feito e entregue em mãos ao Santo Padre por um prelado de confiança, que ouviu o Santo Padre dizer que já havia dado a autorização”.
A pressão também é forte nos episcopados mundiais, embora existam alguns bispos e sacerdotes honestos. A Cúria Romana também está mais habitada por prelados idôneos, e se rezam mais ou menos 20 missas tradicionais por dia na Basílica de São Pedro, em geral em momentos discretos, por secretários e outros clérigos próximos ao Santo Padre.
“Mas o motivo de Bento XVI rezar missa tridentina de forma privada em algumas circunstâncias, e o fato não ser tornado público, faz sentido quando me recordo que, numa conferência dada na Itália para 28 sacerdotes diocesanos, um deles me disse que ouviu de seu bispo que bastaria o Papa rezar a Missa Tradicional em público e o mesmo fecharia a Catedral, interditaria a diocese e romperia com a Santa Sé”, disse.
Espera-se também um aumento das perseguições a todo e qualquer movimento restaurador nos próximos anos, pois coincidirá com a saída dos últimos bispos outrora co-participantes do concílio Vaticano II, “e que tudo farão para bloquear ao máximo a onda de restauração que tem cada vez mais invadido a Igreja”.
Finalmente, diante do cenário dramático, fica-se com a Esperança Sobrenatural e a certeza de que, através da Santíssima Virgem, Deus reconduzirá todas as coisas aos seus lugares.
Fonte: Fratres in Unum
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