Esta mania
dialogal propagada com o Vaticano II é complicada. Um diálogo requer partes que
estejam aptas a aceitarem não serem portadoras da verdade e, através de um
processo dialogal, chegarem à mesma ou, no mínimo, a um comum acordo.
Fico pensando
nas últimas notícias que nos chegam desde a visita do papa Francisco à Terra
Santa, quando o mesmo visitou o túmulo de Theodor Herzl (1860-1904), fundador do
moderno Sionismo político, que em sua época não teve o apoio de São Pio X para
a confecção de um Estado Judaico.
Neste cenário,
em mais um de seus gestos emblemáticos (para não chamar de populista),
Francisco convidou os líderes judeu e muçulmano para um encontro no Vaticano, a
fim de rezarem pela paz. O encontro foi desencorajado pelos cardeais e pela
Cúria (que parece ser o alvo constante de Francisco, a ponto de declarar em
mais uma entrevista que cerca de 2% do clero é pedófilo, inclusive cardeais).
Durante o
encontro dialogal, líderes das religiões presentes rezaram ‘pela paz’: “Cada líder religioso realizou alguma oração
e leitura dos seus respectivos textos sagrados. O problema foi quando o imã, ao
concluir a sua oração, recitou trechos da sura (versículo do Al Corão) número 2
que pedia que Alá garantisse a vitória (dos muçulmanos) sobre os infiéis.”
(Fonte: Blogonicvs).
Ao lado da Basílica
de São Pedro se ora para que os infiéis (no caso, os cristãos e judeus) sejam
derrotados. Pouco tempo passa e novos confrontos estouram na Terra Santa que estão,
até agora, sem solução.
Não bastasse,
apontamentos nos chegam do Iraque: cristãos com suas casas marcadas,
perseguidos e fugindo. “O Estado Islâmico
declarou guerra aos cristãos de Mosul. Instados a deixarem o “Califado” ou se
sujeitarem ao pagamento de imposto de “Infiel”, destinados à vingança popular
por esse “N” – como em “Nazareno” – inscrito em suas casas, os discípulos de Jesus
Cristo, transformados em cidadãos de segunda classe, em breve não terão outra
escolha a não ser se “converterem” ou perecerem pela espada…” (Fonte:
Fratres
in unum).
“A letra "nun" significa Ana nazráni
= Sou cristão. Usada para estigmatizar os cristãos e marcá-los para morrer, que
ela seja o nosso emblema agora e sempre.” (Fonte: Olavo
de Carvalho).
É, no mínimo,
contraditório: Neste cenário hodierno ocidental que prega tanto a liberdade
religiosa, o massacre contra os cristãos fica em um silêncio assustador. Só
agora alguns jornais começam a falar de um ou outro caso. Relembrar que judeus (se esquecem de outros grupos) foram marcados e enviados para campos
de concentração todo mundo faz eco, mas mostrar que cristãos estão tendo suas
casas marcadas com o símbolo dos seguidores 'do Nazareno' ninguém fala. O
Ocidente, a cada dia, nega suas raízes greco-romanas e cristãs, faz loas a
qualquer coisa contrária à sua identidade. Essa crise parece não ter fim...
Enquanto
Francisco recebe a sudanesa Meriam Ibrahim, condenada à morte por se
casar com um cristão (Fonte: Estadão),
fico pensando em São João XXIII e o título de sua encíclica mais famosa, MATER et MAGISTRA... Mestra... parece que
alguém se esqueceu desta função...
Penso ainda
nas marcas do Holocausto (a estrela de Davi, os triângulos roxos, vermelhos,
azuis, verdes etc.) e me vejo obrigado a citar Karl Marx: "A história se
repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa”.