Uma das
características do populismo latino-americano foi (é) uma centralização do
poder mediante apoio popular conquistado em meio às massas, o que resulta em
autoritarismo. Este parece ser o caminho escolhido por Francisco: faz o que
quer e não dá satisfação a ninguém. A Cúria é relegada ao esquecimento e as
decisões do papa se fazem sentir contra antigos desafetos.
Repito: as
ações de Francisco (que parecem dar um verniz de humildade e, com isso, ganhar
destaques midiáticos e, consequentemente, aumentar sua popularidade) têm sido
caminho para esta centralização. Nesta semana: almoço de bandejão com
funcionários do Vaticano (Bento XVI já fez isso sem estardalhaços ou pauperismos)
e uma nova entrevista do papa que ‘não gosta de dar entrevistas’ (já é a décima) ao jornal
argentino Clarin, em seu suplemento “Viva” que está programada para se tornar
pública em breve, talvez neste domingo (27/07). O que nos aguarda? (Fonte: National Catholic Register)
‘Cada
mergulho é um flash’
Fonte: G1
O
autoritarismo já se sente. Cerca de uma semana depois da chegada do Cardeal
Santos Abril, enviado para investigar a diocese de Ciudad del Este, os frutos da misericórdia bergogliana já são
sentidos, um seminário com cerca de duzentos seminaristas está proibido de
conferir novas ordens. (Fonte: Fratres in Unum) Há um caso de acolhimento, por
parte da diocese, de um padre ligado à denúncias de abusos. Isto já é pretexto
para proibir novas ordenações? As religiosas norte-americanas fazem o que
querem; na Venezuela, outras recoletas criam um “ministério de dança”, e nada
acontece. (Fonte: Blogonicvs) Seminários modernistas esvaziando; o de linha
mais tradicional, cheio, recebe uma “missão eclesial e pacificadora”. É tanto
eufemismo que já não se sabe onde se encontra o “quem sou eu para julgar?”.
Fico pensando
como deve estar se sentindo o cardeal Santos Abril, foi ele tomado de surpresa
quando precisou celebrar (na forma ritual de Paulo VI) “Versus Deum” na capela de mons. Livieres, ele que proibira o Missa
Tridentina em Santa Maria Maior?
Por falar em
liturgia, onde se encontra mons. Guido Marini? Ao que tudo indica, mons Marini
se encontra na Coréia do Sul para preparar a visita pontifícia ao país. Disso
resultou que, durante a visita Pastoral à Caserta não foi ele quem, como por direito e dever de primeiro
cerimoniário pontifício, conduziu a celebração eucarística. O Mestre de
Cerimônias foi o mons. Pier Enrico Stefanetti:
Isso só me
faz cogitar uma coisa: mudanças neste campo podem ocorrer a qualquer momento. Sabemos
que é comum aos papas escolherem mestres de cerimônias mais próximos dos seus
estilos. João Paulo II, em pouco tempo, substitui Virgílio Noè; Bento XVI,
muito acertadamente, substitui Piero Marini, e Francisco já começou a mexer na
equipe de cerimoniários quando nomeou mons. Francesco Camaldo como Cônego da
Basílica do Latrão (9 de agosto de 2013) e elevou mons. Konrad Krajewski ao
episcopado, nomeando-o Arcebispo Titular de Benevento e Elemosineiro Apostólico
(18 de setembro de 2013).
Seria uma
questão de tempo até vermos o braço forte de Francisco também no cerne da
liturgia pontifícia? Constituiria uma perda muito grande para Igreja, não só de
Roma, mas de todo o mundo se mons. Guido Marini fosse promovido a algum cargo para
afastá-lo daquilo que ele representa (a herança de Bento XVI).
Há algo que
ainda persiste em meus pensamentos: tendo a conjecturar que Francisco ainda não
age com toda a sua força em certos campos por temor (se é que esta é uma
palavra adequada) da ainda existência em vida do papa emérito. Caso Bento XVI
venha a falecer antes de Francisco, penso que este último já não se importará
em preservar o restante de suas memórias e ações.