Lendo alguns obituários do Patriarca Ortodoxo da Sérvia, chamou-me a atenção um elogio bastante recorrente: “humildade e modéstia”. Vocês notaram, entretanto, na foto do finado patriarca publicada neste blog, uma belíssima coroa. Aliás, todos os patriarcas ortodoxos têm a sua.
O Cardeal Siri, já no seu tempo, denunciava a hipocrisia dos que se opunham aos ricos ornamentos litúrgicos em nome de uma imagem pública de pobreza, simplicidade e humildade. Em 1965, alguns bispos brasileiros, agora defuntos de fato, firmaram o famoso “pacto das catacumbas” contra o triunfalismo clerical – logo eles, os que mais triunfaram no mundo do pós-concílio.
Mas numa época em que o ecumenismo faz um movimento ad orientem – perguntar não ofende – não seria hora de reconsiderar o uso da tiara papal?
Que ninguém me acuse de saudosismo – não tenho idade para isto. Sou mesmo é ecumênico, e por razões ecumênicas lamento que o Bispo de Roma, o primus inter dispares, seja o único patriarca da cristandade sem coroa. (Confira abaixo a exposição de coroas de nossos cismados irmãos ortodoxos)
Até pensei em consultar o Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, mas não quis sobrecarregar o staff do Cardeal Kasper com dubium desnecessário e inconveniente; já estão muito ocupados no empacotamento da mudança do eminente presidente.
Bento XVI jamais fará uso da tiara, fiquem tranquilos os espíritos mais sensíveis. Ele não quis ser coroado no início de seu pontificado e excluiu a tiara de seu brasão. Aliás, minha questão nem é a tiara!
Patriarca de Constantinopla
Patriarca de Alexandria
Patriarca de Antioquia
Patriarca de Jerusalém
Patriarca da Rússia
finado Patriarca da Sérvia
Patriarca da Romênia
Patriarca da Bulgária
Patriarca de Geórgia
Patriarca Copta de Alexandria
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