Cidade do Vaticano, 29 out (RV) -A visão cristã do mundo como instrumento para aproximar-nos da verdade de Deus. Foi nesse longo percurso interior, marcado pelo diálogo com o outro, que Romano Guardini viveu a sua vida de sacerdote e teólogo.
Bento XVI – que foi aluno de Guardini – falou sobre os pontos fundamentais da reflexão do teólogo na audiência concedida na manhã desta sexta-feira, no Vaticano, aos participantes do Congresso promovido pela Fundação "Romano Guardini", dedicado à análise da "herança espiritual e intelectual" do estudioso ítalo-alemão, falecido há 40 anos.
"Um homem do diálogo interior" e do intercâmbio cultural com os homens, apaixonado "pela verdade de Deus e pela verdade sobre o homem": não como mero exercício de abstração, mas como busca que leva à escolha do bem em relação ao próximo.
Bento XVI – que quando jovem teve a oportunidade de ouvi-lo e de estudar suas obras – fez uma reflexão competente e admirada acerca de Romano Guardini, celebrado nestes dias por um Congresso da Fundação berlinense que traz o nome do teólogo nascido em Verona – nordeste da Itália – em 1885, e falecido em outubro de 1968 em Munique, sul da Alemanha.
O Papa recordou que não interessava ao teólogo Guardini "conhecer uma coisa qualquer ou muitas coisas; ele queria conhecer a verdade de Deus e a verdade sobre o Homem", descobrir o que significa a visão cristã do mundo:
"E era essa orientação de seu ensinamento que havia impressionado nós, jovens: de fato, nós não queríamos conhecer uma explosão de todas as opiniões que existiam dentro ou fora do cristianismo, porque nós queríamos conhecer aquilo que é. E ali estava alguém que, sem medos e, ao mesmo tempo, com toda a seriedade do pensamento crítico, se colocava diante dessa interrogação e nos ajudava a seguir o pensamento."
Todavia – prosseguiu o Santo Padre – embora a verdade de Deus "não seja abstrata ou transcendente, mas se encontre no vivo-concreto, na figura de Jesus Cristo", por vezes, mesmo o homem mais disponível "nem sempre" compreende "aquilo que Deus diz". É preciso, então, "um corretivo, e isso consiste no intercâmbio com o outro":
"Guardini era um homem do diálogo. As suas obras nasceram, quase sem exceção, de um diálogo, pelo menos interior (...) Para Guardini, da abertura do Homem para a verdade nasce um ethos, um fundamento para o nosso comportamento moral em relação ao nosso próximo, como exigência da nossa existência, justamente porque o homem pode encontrar Deus, pode agir em favor do bem."
Bento XVI afirmou que Guardini foi também um sensível pedagogo para os jovens. Purificava os ideais juvenis de autodeterminação, responsabilidade e sinceridade interior ensinando que a "liberdade é verdade" e que o homem é verdadeiro se o é "segundo a sua natureza" que leva a Deus. (RL)
Fonte: Radio Vaticano
Bento XVI – que foi aluno de Guardini – falou sobre os pontos fundamentais da reflexão do teólogo na audiência concedida na manhã desta sexta-feira, no Vaticano, aos participantes do Congresso promovido pela Fundação "Romano Guardini", dedicado à análise da "herança espiritual e intelectual" do estudioso ítalo-alemão, falecido há 40 anos.
"Um homem do diálogo interior" e do intercâmbio cultural com os homens, apaixonado "pela verdade de Deus e pela verdade sobre o homem": não como mero exercício de abstração, mas como busca que leva à escolha do bem em relação ao próximo.
Bento XVI – que quando jovem teve a oportunidade de ouvi-lo e de estudar suas obras – fez uma reflexão competente e admirada acerca de Romano Guardini, celebrado nestes dias por um Congresso da Fundação berlinense que traz o nome do teólogo nascido em Verona – nordeste da Itália – em 1885, e falecido em outubro de 1968 em Munique, sul da Alemanha.
O Papa recordou que não interessava ao teólogo Guardini "conhecer uma coisa qualquer ou muitas coisas; ele queria conhecer a verdade de Deus e a verdade sobre o Homem", descobrir o que significa a visão cristã do mundo:
"E era essa orientação de seu ensinamento que havia impressionado nós, jovens: de fato, nós não queríamos conhecer uma explosão de todas as opiniões que existiam dentro ou fora do cristianismo, porque nós queríamos conhecer aquilo que é. E ali estava alguém que, sem medos e, ao mesmo tempo, com toda a seriedade do pensamento crítico, se colocava diante dessa interrogação e nos ajudava a seguir o pensamento."
Todavia – prosseguiu o Santo Padre – embora a verdade de Deus "não seja abstrata ou transcendente, mas se encontre no vivo-concreto, na figura de Jesus Cristo", por vezes, mesmo o homem mais disponível "nem sempre" compreende "aquilo que Deus diz". É preciso, então, "um corretivo, e isso consiste no intercâmbio com o outro":
"Guardini era um homem do diálogo. As suas obras nasceram, quase sem exceção, de um diálogo, pelo menos interior (...) Para Guardini, da abertura do Homem para a verdade nasce um ethos, um fundamento para o nosso comportamento moral em relação ao nosso próximo, como exigência da nossa existência, justamente porque o homem pode encontrar Deus, pode agir em favor do bem."
Bento XVI afirmou que Guardini foi também um sensível pedagogo para os jovens. Purificava os ideais juvenis de autodeterminação, responsabilidade e sinceridade interior ensinando que a "liberdade é verdade" e que o homem é verdadeiro se o é "segundo a sua natureza" que leva a Deus. (RL)
Fonte: Radio Vaticano
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