Após sete anos de oração e discernimento, uma comunidade de freiras da Igreja Episcopal (ramo americano do anglicanismo) e seu capelão serão recebidos na Igreja Católica Romana durante uma Missa celebrada no dia 3 de setembro pelo Arcebispo Edwin F. O’Brien.
O arcebispo acolherá as 10 freiras da Sociedade das Irmãs dos Pobres de Todos os Santos, lhes administrará o sacramento da confirmação e as irmãs renovarão seus votos de pobreza, castidade e obediência na capela de seu convento em Catonsville.
O capelão Padre Warren Tanghe também será recebido na Igreja e está discernindo a possibilidade de se tornar um sacerdote católico.
A Madre Christina Christie, superiora da comunidade religiosa, disse que as irmãs estão “muito entusiasmadas” com a adesão à Igreja Católica e que elas têm estudado com afinco os ensinamentos da Igreja há anos. Duas freiras que decidiram não se tornar católicas continuarão vivendo e trabalhando ao lado de suas irmãs católicas. As idades das freiras variam de 59 a 94.
“Para nós, esta é uma jornada de confirmação,” disse Madre Christina. “Sentimos que Deus estava nos conduzindo nesta direção há muito tempo”.
Usando hábitos completos e véus pretos com golas brancas que cobrem suas cabeças, as irmãs têm sido um farol visível de esperança em Catonsville por décadas.
O ramo americano de uma sociedade fundada na Inglaterra, a Irmãs dos Pobres de Todos os Santos chegaram a Baltimore em 1872 e residem na atual localização desde 1917.
Além de dedicar suas vidas a um regime rigoroso de oração diária, as irmãs oferecem retiros religiosos, visitam pessoas nos hospitais e mantêm um Scriptorium onde produzem cartões religiosos para inspirar outros na fé.
Ao longo se sua história, as irmãs trabalharam com os pobres de Baltimore como parte de seu carisma de hospitalidade. Parte deste trabalho incluiu o cuidado de crianças com necessidades especiais e pacientes com AIDS. Juntamente com a Igreja do Monte Calvário, uma paróquia da Igreja Episcopal em Baltimore, as irmãs fundaram um asilo chamado Joseph Richey House em 1987.
Ortodoxia e unidade foram as razões principais que atraíram as irmãs para a fé católica. Muitas delas ficaram perturbadas com a aprovação pela Igreja Episcopal da ordenação de mulheres, a ordenação de um bispo gay e com aquilo que elas consideram posições permissivas em questões morais.
“Nós ficávamos pensando que poderíamos ajudar sendo testemunhas da ortodoxia”, disse a Irmã Mary Joan Walker, arquivista da comunidade. Madre Christina disse que o esforço “não foi tão proveitoso como esperávamos que fosse”. “As pessoas que não nos conhecem olham-nos como se nós estivéssemos de acordo com o que está se passando (na Igreja Episcopal),” disse ela. “Ao permanecermos e sem nada fazermos, estávamos mandando uma mensagem equivocada”.
Antes de se decidirem pelo ingresso na Igreja Católica, as irmãs buscaram os grupos que se separaram da Igreja Episcopal e outras denominações cristãs. Madre Christina observou que as irmãs haviam cogitado independentemente unir-se a Igreja Católica sem que as outras soubessem. Quando elas perceberam que muitas delas estavam considerando o mesmo passo, elas o tomaram como um sinal de Deus e procuraram o Arcebispo O’Brien.
“Isto é muito mais obra do Espírito Santo,” disse Madre Christina.
As irmãs perceberam que não seria fácil abandonar a Igreja Episcopal, pela qual elas expressaram grande afeição. Alguns de seus amigos se sentiram feridos pela iminente partida, elas disseram. “Alguns sentiram que nós estávamos abandonando a luta para manter a ortodoxia,” disse a Irmã Emily Ann Lindsey. “Não estamos. Nós o fazemos agora em outro campo”.
As irmãs passaram a maior parte do ano passado estudando os documentos do Concílio Vaticano II. Elas disseram que houve poucas pedras no caminho para ingressarem na Igreja, embora algumas tenham tido uma dificuldade inicial com o conceito de infalibilidade papal.
Além do Rito Latino, as irmãs esperam receber permissão para assistir a Missa celebrada no chamado Rito de Uso Anglicano – uma liturgia que adapta muitas orações da tradição Episcopal. Madre Christina disse que dez padres diocesanos, incluindo o Bispo-auxiliar Denis J. Madden, se ofereceram para aprender como celebrar a Missa no Uso Anglicano.
As irmãs expressaram profunda afeição pelo Papa Bento XVI. O papa exerce uma autoridade que os líderes episcopais não exercem, elas disseram. A unidade que Cristo proclamou pode ser achada na Igreja Católica sob a liderança do papa, elas disseram.
“A unidade está exatamente no meio de tudo isto,” disse a Irmã Catherine Grace Bowen. “Esta é a principal força de propulsão”.
As irmãs notaram com um sorriso que seu amor pelo papa aparece evidente no nome que elas escolheram para seu gato recentemente adotado, “Bento XVII” – uma amigo felino que elas chamam carinhosamente “Sua Ferocidade”.
Fonte: Catholic Review
Tradução: OBLATVS
No Brasil, são os Monges....Há poucos dias publicamos a notícia do recebimento na Igreja Católica de dez freiras, acompanhadas de seu capelão, oriundos da Igreja Episcopal, ramo americano do anglicanismo. No último dia 3, o arcebispo de Baltimore crismou-as e recebeu seus votos religiosos.
Por um leitor viemos a saber da existência de um mosteiro beneditino no Brasil fundado por monges oriundos do anglicanismo. Trata-se do Mosteiro do Crucificado.
As razões que motivaram os monges são assaz conhecidas e, em última instância, remontam àquelas já detectadas pelo Cardeal Newman no século XIX e pelo Movimento de Oxford.
Há um novo movimento, iniciado na década de 80 e intensificado nos últimos anos, entre anglicanos de sensibilidade tradicional, em direção à Igreja Católica, como única garantia da ortodoxia cristã.
A estes anglicanos, individual ou coletivamente, a Santa Igreja tem recebido com amor de mãe, concedendo-lhes inclusive a possibilidade de manter algumas de suas características. Paróquias, congregações, clérigos e leigos mundo afora têm regressado à casa comum.
O Mosteiro do Crucificado é mais um elo nesta corrente. Após a última Conferência de Lambeth – reunião decenal de bispos anglicanos do mundo inteiro – os monges perceberam que o quadro de devastação só se agravava no seio do anglicanismo e pediram para serem recebidos no seio da Igreja Católica.
Os monges foram recebidos pelo Bispo de Bragança Paulista, diocese onde já se encontrava seu mosteiro anglicano. Trata-se de um mosteiro de direito diocesano “ainda em fundação”, nas palavras de Dom Emmanuel Maria – um dos monges fundadores. Precisam de orações e de ajuda material para levar a bom termo esta obra.
A comunidade celebra a Santa Missa nas duas formas do Rito Romano.
Fonte: OBLATUS
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