segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Papa Francisco precisa tomar cuidado para não ser o Gorbachev da Igreja e para não competir com a imaginação de Dan Brown

Já se passou quase um ano desde que o o jornalista Reinaldo Azevedo publicou o artigo abaixo, muito atual, para dizer o mínimo.

O nome é Jorge Mario Bergoglio, conhecido como papa Francisco desde 13 de março de 2013, mas podem começar a chamá-lo de Mikhail Gorbachev… É uma ironia? Claro que é. Alguns entenderam de primeira. Outros terão de refletir um pouco. Um liderava uma construção humana, de vocação maligna. O outro comanda o que os crentes consideram uma construção divina, de vocação benigna. O meu gracejo, por óbvio, não nasce da diferença, mas do risco da semelhança.

Repararam, leitores? Há muito tempo um papa não chamava tanto a atenção da imprensa mundial e não recebia tantos elogios, muito especialmente daqueles, vejam que curioso!, que odeiam a Igreja Católica — e, de maneira mais genérica, o cristianismo. “Se até o papa está dizendo que a Igreja é essa porcaria, então deve ser mesmo verdade; eu sempre soube!”

Ai daquele que alimentar a vaidade de despertar a simpatia de quem o detesta!

Não gosto, e já deixei isso claro aqui, dos primeiros passos de Francisco. Fazer o quê? Chega a hora em que é preciso discordar até do papa. Então que seja. Considerei, e não mudei de ideia, um tanto atrapalhada a sua entrevista à revista jesuíta La Civiltà Cattolica. Ainda que não tenha dito a barbaridade que lhe atribuíram sobre o aborto (escrevi um post sobre a mentira), a fala não foi clara o bastante. Do pastor máximo da Igreja Católica, espera-se, como queria Paulo, que flauta soe como flauta, e cítara, como cítara.

Ao jornal “La Repubblica”, chamou a Igreja de “introspectiva e vaticanocêntrica”, além de classificar a Cúria romana de “lepra do papado”. Nesta quarta, em audiência da Praça São Pedro, lembrou o óbvio, mas num contexto, a esta altura, já contaminado pela tentação do falastrão: “Somos uma igreja de pecadores, e nós, pecadores, somos chamados para nos renovar, santificar por Deus”. E criticou: “Existiu na história a tentação daqueles que afirmavam que a Igreja é apenas dos puros, daqueles que são totalmente crentes, e os outros são afastados. [A Igreja] não é a casa de poucos, mas de todos”.

Por certo é a “casa de todos”, mas de todos que estejam dispostos a aceitar os fundamentos que fazem da Igreja a Igreja. Afinal, o que é realmente de todo mundo é a República, não é isso? É o estado democrático. E, ainda assim, que cabe notar: é de todos até mesmo para punir aqueles que violam as suas regras.

Alguns amigos católicos estão um tanto descontentes com a minha pressa em censurar a fala do papa. Acham que eu deveria esperar um pouco mais para ver para onde caminham as coisas. Talvez eu pudesse fazê-lo se fosse apenas católico. Como sou também jornalista, não posso deixar de analisar essa questão com os olhos e, vá lá, algum método com que vejo todo o resto.

A ironia que fiz com Gorbachev faz sentido. Eu sempre o admirei muito porque tinha a certeza, desde o primeiro momento — e quem me conhece desde aqueles tempos sabe disto — que ele aceleraria o fim da URSS. Gorbachev atuava, vamos dizer assim, no mesmo sentido em que caminhavam os meus anseios naquele particular: o desmoronamento do império soviético. Mas eu me divertia me colocando, às vezes, na pele de um comuna pró-Moscou e concluía: é uma besta ao quadrado! “Mas ele não fez um bem imenso à humanidade, pondo fim àquele horror?” Claro que sim! Ocorre que ele tinha sido escolhido para manter o império. Vivo torcendo para que apareça um “reformador” chinês, entendem? Deng Xiaoping foi esperto e maligno. Pôs fim ao comunismo chinês sem pôr fim à tirania…

Ocorre que a Igreja Católica não é um império do mal, não é? E, desta feita, não vejo graça nos primeiros passos de um candidato a Gorbachev de mitra. Não acho que Francisco vá acabar com a Igreja. Ela é um pouco mais antiga e enraizada na cultura do que era o comunismo. Mas eu o vejo, por enquanto, produzindo falas bombásticas em excesso, a maioria voltada para o público externo, muito em particular para os que veem na instituição não mais do que um amontoado de obsolescências, com o que, obviamente, não concordo.

Daqui a pouco vai haver gente achando que, nos corredores do Vaticano e na Cúria (a tal “lepra”), circulam alguns daqueles celerados da imaginação de Dan Brown, o autor do delirante “O Código Da Vinci”. Seria melhor que primeiro conhecêssemos o papa por suas ações. As palavras bem que poderiam vir depois. Os jesuítas têm, é verdade, uma certa tradição falastrona, de confronto com a hierarquia, que já gerou maravilhas como Padre Vieira, por exemplo. Mas Bergoglio não é Vieira.

Eis um tipo de consideração, meus caros, que não terá como ser confrontada com os fatos amanhã, depois de amanhã, daqui a dois ou três meses, como acontece com frequência na política. É matéria de muitos anos. As primeiras afirmações de Francisco estão gerando mais calor do que luz. E, como não poderia deixar de ser, têm despertado a simpatia dos que o veem não como um reformador que vai fortalecer a Igreja Católica, mas como um crítico que, finalmente, pode desestruturá-la.

Boa parte dos não católicos que hoje aprovam Francisco o aplaude como eu aplaudia… Gorbachev: “Dessa vez aquele troço desaba!”. E, felizmente, desabou.

Por Reinaldo Azevedo em 03/10/2013



domingo, 28 de setembro de 2014

Quantas “Férulas” Francisco já usou?

Relembrando o que o Blogonicvs e o Fratres in Unum já fizeram e dado sequência, diante de certas novidades, seguem abaixo as 'Férulas' usadas por Francisco. Penso eu que algumas carecem das qualidades necessárias para serem chamadas de Férulas.


Com a Férula de Bento XVI



Com a de Paulo VI, de uso imediato após o Conclave de 2013



Em Lampedusa, 'Férula' feita com madeira dos navios que atracam na ilha italiana



De autoria de Maurizio Laurido, escultor-ourives de Trastevere (Roma), que a intitulou “Crux gloriosa” e deu-a de presente ao Santo Padre na audiência privada que ele concedeu a uma representação do “Grupo de pesquisa de metais éticos”, realizada no último dia 3 de outubro de 2013, no Vaticano.
A obra foi feita com matérias-primas “éticas” – madeira de kaoba, bronze e prata – extraídas por meios não-invasivos que respeitam o meio ambiente. Segundo Laurido, o trabalho expressa conceitualmente a síntese da visão da morte de Cristo, sua paixão, sua dor, mas também de sua ressurreição, por isso é o sinal da plenitude da vida e da esperança de que trata a todos. É a mesma síntese que por ‘João Evangelista, no Quarto Evangelho.



Esta foi usada em algumas celebrações da Semana Santa



Feita para a visita do Papa à Terra Santa. Usada na missa na Jordânia



Durante as Vésperas e Ação de Graças (27-09-2014), na "Chiesa del Gesù" – igreja-mãe dos Jesuítas –, por ocasião do bicentenário da restauração da Companhia de Jesus por obra de Pio VII em 1814, após a supressão por parte do Papa Clemente XIV em 1773. Isso pode ser chamado de Férula, está mais para um báculo modernista.

Proponho que alguém lhe indique o uso do Hierofante, como na foto abaixo, usado por São João Paulo II durante a abertura da Porta Santa por ocasião do Ano da Redenção de 1983.





sábado, 27 de setembro de 2014

Francisco e a Liturgia

Vésperas referente à lembrança da reconstituição da Companhia de Jesus (27-09-2014): celebração, no mínimo, estranha. Elementos destoantes da arquitetura local, dalmáticas com espécies de estola por cima das mesmas e um ‘báculo’ extremamente esquisito para o papa. Além de curvo, sem uma cruz, nada de férula. Isso sem falar da sonoridade musical, nada do que estamos acostumados em celebrações vaticanas, e do incenso colocado em uma tigelinha. Onde está mons. Guido Marini? Quem já assistiu Vésperas presididas por Bento XVI sofre... A Igreja sofre, os fiéis sofrem...






quinta-feira, 25 de setembro de 2014

A mão pesada de Francisco (II)

Até que não demorou muito para o peso da mão de Francisco ser sentido, de novo. Parece mesmo que o avanço modernista está se acelerando. O resultado da Visitação Apostólica culminou na decisão do papa Francisco em destituir Dom Rogelio Livieres, bispo diocesano de Ciudad del Este. Talvez, seu substituto (até agora, Admnistrador Apostólico) atenda mais ao perfil da Teologia da Libertação paraguaia. Em uma nota bem polida, o autoritarismo faz-se sentir. Típica característica dos regimes populistas.
Dom Livieres se recusou a renunciar, mas acatou a decisão papal, embora não tenha conseguido ser atendido pelo mesmo, como se vê no comunicado da Diocese, transcrito abaixo, logo após o comunicado da Santa Sé.
Em seguida, a carta do referido bispo ao cardeal Marc Ouellet, prefeito da Congregação para os Bispos.


            Dopo l’accurato esame delle conclusioni delle Visite Apostoliche compiute al Vescovo, alla diocesi e ai Seminari di Ciudad del Este, da parte della Congregazione per i Vescovi e della Congregazione per il Clero, il Santo Padre ha provveduto all’avvicendamento di S.E. Mons. Rogelio Ricardo Livieres Plano e ha nominato Amministratore Apostolico della medesima sede, ora vacante, S.E. Mons. Ricardo Jorge Valenzuela Ríos, Vescovo di Villarrica del Espíritu Santo.
            La gravosa decisione della Santa Sede, ponderata da serie ragioni pastorali, è ispirata al bene maggiore dell’unità della Chiesa di Ciudad del Este e alla comunione episcopale in Paraguay.
            Il Santo Padre, nell’esercizio del suo ministero di "perpetuo e visibile fondamento dell’unità sia dei Vescovi sia della moltitudine dei fedeli" (L.G. 23), chiede al clero e a tutto il Popolo di Dio di Ciudad del Este di voler accogliere i provvedimenti della Santa Sede con spirito di obbedienza, docilità e animo disarmato, guidato dalla fede.
           Inoltre, invita l’intera Chiesa Paraguaiana, guidata dai suoi Pastori, ad un serio processo di riconciliazione e superamento di qualsiasi faziosità e discordia, perché non sia ferito il volto dell’unica Chiesa "acquistata con il Sangue del suo proprio Figlio" e il "gregge di Cristo" non sia privato della gioia del Vangelo (cf. At 20, 28).

COMUNICADO DEPRENSA DE LA DIÓCESIS DE CIUDAD DEL ESTEJueves, 25 de Septiembre de 2014 12:26


           Mons. Rogelio Livieres Plano mantuvo esta semana dos reuniones en Roma en la Congregación para los Obispos, donde se lo instó vivamente a que renuncie a su cargo por la falta de unidad en la comunión con los otros Obispos del Paraguay. 
            A pesar de solicitar ver los resultados escritos de la Visita Apostólica, nunca le fueron mostrados. Tampoco se accedió a su pedido de ser escuchado y hablar con el Papa para poder defenderse y aclarar las dudas que hubiere.
           Por respeto a su conciencia frente a los deberes que le tocan como Pastor de una Diócesis que, gracias a Dios, ha florecido y multiplicado sus frutos en los últimos años, se ha negado a acceder a un pedido que cree infundado y que es resultado de un procedimiento indefinido y súbito. Sin embargo, por obediencia a la autoridad del Papa ha aceptado con serenidad y tranquilidad la decisión de ser removido del cargo.

          A instancias del Obispo saliente, la Diócesis de Ciudad del Este aguarda con alegría y esperanza al nuevo Pastor que la guiará hacia el Reino de los cielos, orando desde ya por quien deba asumir esta responsabilidad. María, Reina de la Paz, y san Blas, patronos de la Diócesis, protejan y guíen a todos en estas difíciles circunstancias. Cuando el Obispo sea notificado por escrito debidamente tendrán efectos legales las decisiones tomadas.


Jueves, 25 de Septiembre de 2014 13:59
Cardenal Marc Ouellet
Prefecto de la Congregación para los Obispos
Palazzo della Congregazioni,
Piazza Pio XII, 10,
00193 Roma, Italia
25 de septiembre de 2014
Eminencia Reverendísima:
Le agradezco la cordialidad con que me recibió el lunes 22 y el martes 23 de este mes en el Dicasterio que preside. Igualmente, la comunicación por teléfono que me ha hecho hace unos momentos de la decisión del Papa de declarar a la Diócesis de Ciudad del Este sede vacante y de nombrar a Mons. Ricardo Valenzuela como Administrador Apostólico.
Tengo entendido que el Nuncio, prácticamente en simultáneo con el anuncio que Su Eminencia me acaba de dar, ha realizado una conferencia de prensa en el Paraguay y ya se dirige hacia la Diócesis para tomar control inmediato de la misma. El anuncio público por parte del Nuncio antes de que yo sea notificado por escrito del decreto es una irregularidad más en este anómalo proceso. La intervención fulminante de la Diócesis puede quizás deberse al temor de que la mayoría del pueblo fiel reaccione negativamente ante la decisión tomada, ya que han manifiestado abiertamente su apoyo a mi persona y gestión durante la Visita Apostólica. En este sentido recuerdo las palabras de despedida del Cardenal Santos y Abril: «espero que reciban las decisiones de Roma con la misma apertura y docilidad con que me han recibido a mí». ¿Estaba indicando que el curso de acción estaba ya decidido antes de los informes finales y el examen del Santo Padre? En cualquier caso, no hay que temer rebeldía alguna.Los fieles han sido formados en la disciplina de la Iglesia y saben obedecer a las autoridades legítimas.
Las conversaciones que hemos mantenido y, aparentemente ya que no los he visto, los documentos oficiales, dan por justificación para tan grave decisión la tensión en la comunión eclesial entre los Obispos del Paraguay y mi persona y Diócesis: «no estamos en comunión», habría declarado el Nuncio en su conferencia.
Por mi parte, creo haber demostrado que los ataques y maniobras destituyentes de la que he sido objeto se iniciaron ya desde mi nombramiento como Obispo, antes incluso de que pudiera poner un pie en la Diócesis –hay correspondencia de la época entre los Obispos del Paraguay con el Dicasterio que Su Eminencia preside como prueba fehaciente de ello. Mi caso no ha sido el único en el que una Conferencia Episcopal se ha opuesto sistemáticamente a un nombramiento hecho por el Papa contra su parecer. Yo tuve la gracia de que, en mi caso, los Papas san Juan Pablo II y Benedicto XVI me apoyaran para seguir adelante. Entiendo ahora que el Papa Francisco haya decidido retirarme ese apoyo.
Sólo quiero destacar que no recibí en ningún momento un informe escrito sobre la Visita Apostólica y, por consiguiente, tampoco he podido responder debidamente a él. A pesar de tanto discurso sobre diálogo, misericordia, apertura, descentralización y respeto por la autoridad de las Iglesias locales, tampoco he tenido oportunidad de hablar con el Papa Francisco, ni siquiera para aclararle alguna duda o preocupación. Consecuentemente, no pude recibir ninguna corrección paternal –o fraternal, como se prefiera– de su parte. Sin ánimo de quejas inútiles, tal proceder sin formalidades, de manera indefinida y súbita, no parece muy justa, ni da lugar a una legítima defensa, ni a la corrección adecuada de posibles errores. Sólo he recibido presiones orales para renunciar.
Que mis opositores y la prensa local hayan recientemente estado informando en los medios, no de lo que había pasado, sino de lo que iba a suceder, incluso en los más mínimos detalles, es sin duda otro indicador de que algunas altas autoridades en el Vaticano, el Nuncio Apostólico y algunos Obispos del país estaban maniobrando de forma orquestada y dando filtraciones irresponsables para «orientar» el curso de acción y la opinión pública.
Como hijo obediente de la Iglesia, acepto, sin embargo, esta decisión por más que la considero infundada y arbitraria y de la que el Papa tendrá que dar cuentas a Dios, ya que no a mí. Más allá de los muchos errores humanos que haya cometido, y por los cuales desde ya pido perdón a Dios y a quienes hayan sufrido por ello, afirmo una vez más ante quien quiera escucharlo que la substancia del caso ha sido una oposición y persecución ideológica.
La verdadera unidad eclesial es la que se edifica a partir de la Eucaristía y el respeto, observancia y obediencia a la fe de la Iglesia enseñada normativamente por el Magisterio, articulada en la disciplina eclesial y vivida en la liturgia. Ahora, empero, se busca imponer una unidad basada, no sobre la ley divina, sino sobre acuerdos humanos y el mantenimiento del statu quo. En el Paraguay, concretamente, sobre la deficiente formación de un único Seminario Nacional –deficiencias señaladas no por mí, sino autoritativamente por la Congregación para la Educación Católica en carta a los Obispos de 2008. En contraposición, y sin criticar lo que hacían otros Obispos, aunque hay materia de sobra, yo me aboqué a establecer un Seminario diocesano según las normas de la Iglesia. Lo hice, además, no sólo porque tengo el deber y el derecho, reconocido por las leyes generales de la Iglesia, sino con la aprobación específica de la Santa Sede, inequívocamente ratificada durante la última visita ad limina de 2008.
Nuestro Seminario diocesano ha dado excelentes frutos reconocidos por recientes cartas laudatorias de la Santa Sede en al menos tres oportunidades durante el pontificado anterior, por los Obispos que nos han visitado y, últimamente, por los Visitadores Apostólicos. Toda sugerencia hecha por la Santa Sede en relación a mejoras sobre el modo de llevar adelante el Seminario, se han cumplido fielmente.
El otro criterio de unidad eclesiástica es la convivencia acrítica entre nosotros basada en la uniformidad de acción y pensamiento, lo que excluye el disentimiento por defensa de la verdad y la legítima variedad de dones y carismas. A esta uniformidad ideológica se la impone con el eufemismo de «colegialidad».
El que sufre las últimas consecuencias de lo que describo es el pueblo fiel, ya que las Iglesias particulares se mantienen en estado de letargo, con gran éxodo a otras denominaciones, casi sin vocaciones sacerdotales o religiosas, y con pocas esperanzas de un dinamismo auténtico y un crecimiento perdurable.
El verdadero problema de la Iglesia en el Paraguay es la crisis de fe y de vida moral que una mala formación del clero ha ido perpetuando, junto con la negligencia de los Pastores. Lugo no es sino un signo de los tiempos de esta problemática reducción de la vida de la fe a las ideologías de moda y al relajamiento cómplice de la vida y disciplina del clero. Como ya he dicho, no me ha sido dado conocer el informe del Cardenal Santos y Abril sobre la Visita Apostólica. Pero si fuera su opinión que el problema de la Iglesia en el Paraguay es un problema de sacristía que se resuelve cambiando al sacristán, estaría profunda y trágimente equivocado.
La oposicion a toda renovación y cambio en la Iglesia en el Paraguay no sólo ha contado con Obispos, sino también con el apoyo de grupos políticos y asociaciones anti-católicas, además del apoyo de algunos religiosos de la Conferencia de Religiosos del Paraguay –los que conocen la crisis de la vida religiosa a nivel mundial no se sorprenderán de esto último. El vocero pagado y reiteradamente mentiroso para tales maniobras ha sido siempre un tal Javier Miranda. Todo esto se hizo con la pretensión de mostrar «divisón» dentro de la misma Iglesia diocesana. Aunque la verdad demostrada y probada es la amplia aceptación entre el laicado de la labor que veníamos haciendo.
Del mismo modo que, antes de aceptar mi nombramiento como Obispo, me creí en la obligación de expresar vivamente mi sentimiento de incapacidad ante tamaña responsabilidad, después de haber aceptado dicha carga, con todo el peso de la autoridad divina y de los derechos y deberes que me asisten, he mantenido la gravísima responsabilidad moral de obedecer a Dios antes que a los hombres. Por eso me he negado a renunciar por propia iniciativa, queriendo así dar testimonio hasta el final de la verdad y la libertad espiritual que un Pastor debe tener. Tarea que espero continuar ahora desde mi nueva situación de servicio en la Iglesia.
La Diócesis de Ciudad del Este es un caso a considerar que ha crecido y multiplicado sus frutos en todos los aspectos de la vida eclesial, para felicidad del pueblo fiel y devoto que busca las fuentes de la fe y de la vida espiritual, y no ideologías politizadas y diluídas creencias que se acomodan a las opiniones reinantes. Ese pueblo expresó abierta y públicamente su apoyo a la labor apostólica que hemos venido haciendo. El pueblo y yo hemos sido desoídos.
Suyo afectísimo en Cristo,

+ Rogelio Livieres
Ex obispo de Ciudad del Este (Paraguay)

sábado, 20 de setembro de 2014

O Ocidente contra si mesmo.


Bento XVI, aos 22 de setembro de 2011, proferiu um discurso no Palácio Reichstag de Berlim, concluindo o mesmo com a seguinte ideia:

A cultura da Europa nasceu do encontro entre Jerusalém, Atenas e Roma, do encontro entre a fé no Deus de Israel, a razão filosófica dos Gregos e o pensamento jurídico de Roma. Este tríplice encontro forma a identidade íntima da Europa. Na consciência da responsabilidade do homem diante de Deus e no reconhecimento da dignidade inviolável do homem, de cada homem, este encontro fixou critérios do direito, cuja defesa é nossa tarefa neste momento histórico...”. (Bento XVI, 22 set 2011)

Bem, o que Bento XVI fala da origem da cultura europeia pode-se dizer de todo o Ocidente. Os fatos históricos são inegáveis, a cultura europeia veio para a América e outras áreas ao longo dos processos coloniais. Mesmo aqueles valores iluministas, maçônicos, possuem raízes na laicização do pensamento cristão, ou na deturpação da “fraternidade, igualdade e liberdade”. A estirpe desta ‘sagrada trindade maçônica’, está na deformação antropocêntrica dos ideais teocêntricos cristãos.

A ‘fraternidade cristã’ está ligada à perspectiva da adoção amorosa de Deus para com a criatura humana; da mesma forma, a ‘igualdade’, só é real diante do Pai que nos adota, todos iguais em dignidade, mas não em talentos, virtudes etc. A ‘liberdade’ também tem sua explicação no ato criador e amoroso de Deus, fazendo-nos livres para escolher.

A modernidade e seu antropocentrismo culminaram, do Renascimento ao Iluminismo, na laicização e na adulteração do pensamento teocêntrico cristão. Com isso, a fraternidade ganhou novo sentido com os filhos que mataram o pai da nação (o rei Luís XVI) na Revolução Francesa, um irmão que precisa cuidar do outro, o sentido maçônico de ajuda mútua foi ganhando força nas concepções deístas que entendiam o “.’. Grande .’. Arquiteto .’. Do .’. Universo .’.” como um ser ausente, uma deidade que abandonara sua criação.

De forma semelhante, a concepção de ‘igualdade’ ganhou aspectos políticos e materialistas. Os filhos da Revolução, o Iluminismo e o Socialismo, passaram a pregar a igualdade, claro, dentro suas próprias interpretações. Por um lado, o liberalismo apregoou uma igualdade de direitos para que, diante da não-interferência do Estado, por um suposto mérito pessoal, as pessoas egoisticamente pudessem buscar a riqueza e com isso uma ‘mão invisível’ conduziria a todos para um mundo melhor. No oposto, o Socialismo apregoou uma ditadura do proletariado, um Estado totalitário, para concretizar uma expropriação e uma utópica igualdade promovida por este, que ao final de seus objetivos se imolaria como um cordeiro redentor da humanidade, do Comunismo.

A ‘liberdade’, por sua vez, foi a pedra de toque do Iluminismo e até hoje ecoa, com o seu novo sentido, presente em diversas Constituições: “Todo homem é livre para ir e vir”. O problema é: quem pode ir e vir? A sociedade, também utópica, iluminista não conduziu todos com a ‘mão invisível’, de Adam Smith, ao mesmo patamar de ‘igualdade’ para que todos possam ir e vir.

Enfim, o Ocidente parece sempre negar suas raízes, laicizá-las, deturpá-las. Daquele tripé mencionado por Bento XVI, o mais atacado é Jerusalém, o Cristianismo.

Nietzsche, Sartre e Foucault são os mais lembrados, mas não apenas estes, na Contemporaneidade, são os combatentes intelectuais do Cristianismo. Liguem a televisão, leiam os jornais, o ataque é sempre contra tudo o que o Ocidente representa. Loas são feitas a qualquer coisa, a qualquer um, e os ataques se dirigem sempre àqueles que defendem as raízes cristãs.

Bento XVI foi vítima constante destes ataques, desde a época em que era chamado de “cardeal panzer” e claro, principalmente, como papa. Ainda carrego comigo a ideia de que sua renúncia, ligada ao seu desgaste físico e espiritual, está diretamente imbricada à forte oposição que teve de enfrentar. É interessante ver como o enfoque dado aos escândalos de pedofilia cessou na mídia com o “populismo de Francisco” e seu quase silêncio doutrinal.

Esta mesma mídia deveria, no mínimo, repensar o que já escreveu acerca de Bento XVI. Como, neste momento histórico de perseguição aos cristãos em alguns países islâmicos, não se recordar de mais um pronunciamento de Bento XVI?

No sétimo colóquio (διάλεξις – controvérsia) publicado pelo Prof. Khoury, o imperador aborda o tema da jihād, da guerra santa. O imperador sabia seguramente que, na sura 2, 256, lê-se: «Nenhuma coacção nas coisas de fé». Esta é provavelmente uma das suras do período inicial – segundo uma parte dos peritos – quando o próprio Maomé se encontrava ainda sem poder e ameaçado. Naturalmente, sobre a guerra santa, o imperador conhecia também as disposições que se foram desenvolvendo posteriormente e se fixaram no Alcorão. Sem se deter em pormenores como a diferença de tratamento entre os que possuem o «Livro» e os «incrédulos», ele, de modo surpreendentemente brusco – tão brusco que para nós é inaceitável –, dirige-se ao seu interlocutor simplesmente com a pergunta central sobre a relação entre religião e violência em geral, dizendo: «Mostra-me também o que trouxe de novo Maomé, e encontrarás apenas coisas más e desumanas tais como a sua norma de propagar, através da espada, a fé que pregava»”. (Bento XVI, 12 set 2006).

Os meios de comunicação social, acompanhados de teólogos midiáticos, que adoram falar em ‘cadeira de Galileu Galilei’ etc, fizeram ecoar jargões para qualificar o então papa como “retrógrado”; “destruidor do ecumenismo”, “cometedor de gafes” etc. Toda a Aula Magna apresentada na Universidade de Regensburg, aos 12 de Setembro de 2006, em seu encontro com os representantes das ciências, fora resumida em uma citação. As repercussões só cresciam com o estardalhaço jornalístico. Era como se o Ocidente culpasse a um de seus mais notórios representantes por um fiasco e legitimassem um possível atendado terrorista contra o mesmo.

Bem, e agora? As palavras de Bento XVI saíram do campo do discurso e ganharam conotação quase que de ‘profecia’. Cadê a mídia? Cobrindo uma possível ação dos EUA e seu presidente. Os EUA devem ou não intervir? Se não o fazem, serão culpados por omissão, se o fazem, serão culpados por intervirem e, claro, irão buscar qualquer ‘abuso’.

Enfim, mais uma vez, o Ocidente nega a si mesmo.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Possível exílio do cardeal Burke

Quando escrevi a postagem "A mão pesada de Francisco", terminei dizendo sobre o meu temor de uma interferência na vida de mons. Marini e que tendia a conjecturar que Francisco ainda não agia com toda a sua força em certos campos por temor (se é que esta é uma palavra adequada) da ainda existência em vida do papa emérito. Dizia ainda que caso Bento XVI venha a falecer antes de Francisco, penso que este último já não se importará em preservar o restante de suas memórias e ações.


Bem, Francisco parece mesmo querer acabar com qualquer rastro de Bento XVI na Cúria, abaixo segue um texto de Sandro Magister sobre um possível exílio para o cardeal Burke! 



Diario Vaticano / Exilio en Malta para el cardenal Burke

De impecable prefecto del Tribunal Supremo de la Signatura Apostólica, está a punto de ser degradado al rol puramente honorífico de "patrono" de una orden de caballería. Por voluntad del papa Francisco 









CIUDAD DEL VATICANO, 17 de setiembre de 2014 –  La “revolución” del papa Francisco en el gobierno eclesiástico no pierde su empuje propulsor. Y así, como acontece en toda revolución que se precia de tal, siguen cayendo cabezas de eclesiásticos considerados merecedores de esta metafórica guillotina.

En sus primeros meses como obispo de Roma, el papa Bergoglio procedió rápidamente para transferir a cargos de menor rango a tres destacadas personalidades curiales: el cardenal Mauro Piacenza, el arzobispo Guido Pozzo y el obispo Giuseppe Sciacca, considerados por su sensibilidad teológica y litúrgica entre los más “ratzingerianos” de la curia romana.

También parece signada la suerte del arzobispo español Celso Morga Iruzubieta, miembro del Opus Dei y secretario de la Congregación para el Clero, destinado a dejar Roma por una diócesis ibérica que no es de primer nivel.

Pero ahora estaría por producirse una decapitación todavía más notable.

La próxima víctima sería efectivamente el purpurado estadounidense Raymond Leo Burke, quien de prefecto del Tribunal Supremo de la Signatura Apostólica no sería promovido – como fantasearon algunos en el mundo web – a la difícil pero prestigiosa sede de Chicago, sino que sería degradado al pomposo – pero eclesiásticamente modestísimo – título de “cardenal patrono” de la Soberana Orden Militar de Malta, reemplazando al actual titular Paolo Sardi, quien hace poco cumplió 80 años de edad.

Si se confirma, el exilio de Burke sería todavía más drástico que el impuesto al cardenal Piacenza, quien ha sido transferido de la importante Congregación para el Clero a la marginal Penitenciaría Apostólica, aunque de todos modos ha permanecido a la cabeza de un dicasterio curial.

Con el desplazamiento en ciernes, Burke sería desplazado totalmente de la curia y colocado en un cargo puramente honorífico y sin ninguna incidencia en el gobierno de la Iglesia universal.

Este sería un movimiento que no parece tener precedentes.

En efecto, en el pasado el título de “cardinalis patronus” de los Caballeros de Malta, en vigor desde 1961, así como el anterior de Gran Prior de Roma, ha sido asignado siempre a cardenales de primer o primerísimo plano como un cargo superior respecto al principal.

Sucedió así con los cardenales Mariano Rampolla del Tindaro (nombrado Gran Prior en 1896, pero permaneciendo como secretario de Estado), Gaetano Bisleti (en ese momento prefecto de la Congregación para la Educación Católica), Gennaro Granito Pignatelli (cardenal decano y obispo de Albano), Nicola Canali (gobernador de la Ciudad del Vaticano), Paolo Giobbe (en la conducción de la dataría apostólica), Paul-Pierre Philippe (también prefecto de la Congregación para las Iglesias Orientales hasta que cumplió 75 años de edad), Sebastiano Baggio (removido de la Congregación para los Obispos pero mantenido como gobernador de la Ciudad del Vaticano y camarlengo), Pio Laghi (hasta los 77 años de edad también prefecto de la Congregación para la Educación Católica).

Dos casos distintos ha sido los del cardenal Giacomo Violardo, quien dos meses después de haber recibido la púrpura al término de un largo servicio curial, a los 71 años de edad reemplazó como patrono al octogésimo nono Giobbe, y del saliente Sardi, nombrado a los 75 años pro-patrono en el 2009 y creado cardenal en el 2010, luego de haber sido durante muchos años el responsable de la oficina que redacta los documentos pontificios.

Además, la jubilación de Sardi no sería una acción obligada, dado que para los cargos extracuriales no vale el límite de los 80 años de edad. En efecto, con la excepción de Paolo Giobbe, todos los cardenales patronos arriba citados pasaron a mejor vida “durante munere”.

Burke tiene 66 años, es decir, está en la plenitud de la edad. Ordenado sacerdote por Pablo VI en 1975, trabajó en la Signatura Apostólica como simple sacerdote con Juan Pablo II, quien en 1993 lo hizo obispo de su diócesis natal de LaCrosse, en Wisconsin. También el papa Karol Wojtyla lo promovió en el 2003 como arzobispo en la prestigiosa sede, alguna vez cardenalicia, de St. Louis, en Missouri. Benedetto XVI lo llamó a Roma en el 2008 y lo creó cardenal en el 2010.

Personalidad muy piadosa, se reconoce también en él la rara virtud de no haber negociado jamás para obtener promociones o prebendas eclesiásticas.

En el campo litúrgico y teológico está muy próximo a la sensibilidad de Joseph Ratzinger. Ha celebrado muchas veces según el rito antiguo, revestido también con la “capa magna”, como por otra parte lo siguen haciendo también los cardenales George Pell y Antonio Cañizares Llovera, sin que por esto hayan sido castigados por el papa Francisco.

Gran experto en Derecho Canónico, por eso mismo nombrado en la Signatura Apostólica, no teme extraer las consecuencias más incómodas, como cuando a tono con los artículos del Código – precisamente el 915 – sostuvo la imposibilidad de dar la comunión a los políticos que pertinaz y públicamente reivindican el derecho al aborto, razón por la cual se ha ganado la recriminación de dos colegas estadounidenses valorados por el papa Francisco: Sean Patrick, de Boston, y Donald Wuerl, de Washington.

Libre en sus juicios, ha sido uno de los pocos que desarrolló anotaciones críticas sobre la "Evangelii gaudium", señalando, a juicio suyo, su valor programático pero no magisterial. Y en vista del próximo sínodo de los obispos reiteradamente ha tomado posición contra las tesis del cardenal Walter Kasper – notoriamente agraciado por el papa Francisco – favorables a la comunión a los divorciados que se han vuelto a casar. 

El dicasterio presidido por Burke, eminentemente técnico, ha aceptado recientemente un recurso de las Hermanas Franciscanas de la Inmaculada contra una medida tomada respecto a ellas por la Congregación para los Institutos de Vida Consagrada y las Sociedades de Vida Apóstolica. Un valiente movimiento a contramano por parte de Burke, que se sitúa en el interior de la acción punitiva emprendida por la Congregación vaticana contra una de las realidades más emblemáticas del tradicionalismo católico, acción que el papa Francisco ha avalado aprobando en forma específica la decisión de la Congregación de impedir a los frailes de la Inmaculada la celebración de la Misa según el rito “tridentino”. Efectivamente, sólo con este tipo de aprobación pontificia un decreto de la curia puede contradecir la ley vigente y, en este caso específico, el motu proprio "Summorum pontificum", de Benedicto XVI.

Es difícil individualizar entre estos antecedentes a los que pueden haber influido en la suerte del cardenal Burke.

Pero es fácil prever que esta degradación definitiva provocará tanto una tumultuosa reacción en el mundo tradicionalista, donde Burke es considerado un héroe, como una oleada de júbilo en el mundo opuesto, donde por el contrario es considerado un esperpento. 

Respecto a esta segunda vertiente se puede recordar que el comentarista católico "liberal" Michael Sean Winters, en el "National Catholic Reporter" del 26 de noviembre de 2013, había pedido la cabeza del cardenal Burke, en cuanto miembro de la Congregación para los Obispos, por la nefasta influencia, según su criterio, que él ejercía sobre los nombramientos episcopales en Estados Unidos. 

En efecto, el 16 de diciembre el papa Francisco humilló a Burke eliminándolo de los miembros de la Congregación, entre los hosannas del catolicismo "liberal" no sólo estadounidense.

Por cierto, el Papa no lo hizo para obedecer a los deseos del "National Catholic Reporter".

Pero ahora parece justamente que está a punto de dar curso a la segunda y más grave degradación de una de las personalidades más ejemplares que conoce la curia vaticana.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Cinco cardeais respondem, em um livro, as propostas de Kasper sobre a comunhão aos divorciados.

A meu ver, é a primeira vez que aqueles mais próximos da linha de Bento XVI resolvem vir a público de forma mais enfática e, desta vez, unidos. Posso eu entender isso não só como um levante contra Kasper, mas também uma lição para Francisco?
Cardeal contra cardeal, e onde está o bispo vestido de branco?

Visto no Fratres in Unum:

IHU – Não virá a luz antes do dia 07 de outubro, mas já é esperado com expectativa: intitula-se Remaining in the Truth of Christ: Marriage and Communion in the Catholic Church [Permanecendo na Verdade de Cristo: o matrimônio e a Comunhão na Igreja católica], que será publicado em inglês pela prestigiada editora católica Ignatius Press, e constitui uma nova prova da profundidade do debate aberto pelo cardeal Walter Kasper, em fevereiro do ano passado, ao voltar a propor que algumas pessoas divorciadas e que voltaram a se casar no civil possam aproximar-se do sacramento da Comunhão.
A reportagem é publicada por Religión en Libertad, 04-09-2014. A tradução é do Cepat.
Essas propostas estão incorporadas ao documento de trabalho do Sínodo da Família que irá ocorrer no Vaticano em 2014, o qual disparou todos os alarmes e abriu um profundo debate.
O cardeal Gerhard Müller, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, que em outubro de 2013 escreveu uma argumentação completa a favor da doutrina da Igreja a partir do Osservatore Romano, continuou essa defesa em um livro-entrevista intitulado La esperanza de la familia.
Do mesmo modo, oito teólogos, sete deles dominicanos, tornaram conhecido o escrito de um grande projeto doutrinal assinalando os perigos e incoerências que implicaria dar a comunhão a pessoas que vivem maritalmente com quem não é realmente seu cônjuge perante a Deus.
E agora chega Remaining in the Truth of Christ: Marriage and Communion in the Catholic Church, escrito pelo agostiniano Robert Dorado, OSA, como “resposta em profundidade”, como explica o editorial de cinco cardeais e outros quatro professores “à proposta do cardeal Kasper em relação ao casamento, o segundo matrimônio civil e a recepção da Eucaristia”.
Cinco cardeais
Os cinco cardeais são, além do citado Gerhard Müller, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé: Raymond Leo Burke, perfeito da Signatura Apostólica; Walter Brandmüller, presidente emérito do Comitê Pontifício de Ciências Históricas; Carlo Caffarra, arcebispo de Bolonha e um dos teólogos mais próximos a São João Paulo II em questões de moral e família; e Velasio De Paolis, presidente emérito da Prefeitura de Assuntos Econômicos da Santa Sé.
Cinco “pesos pesados” do colégio cardinalício que unem seus estudos aos dos especialistas Robert Dodaro, John Rist, Paul Mankowski e o arcebispo Cyril Vasil, este dois últimos jesuítas.
Além de fundamentar-se no magistério bimilenário da Igreja, o livro recorre à fontes bíblicas e aos primeiros escritos cristãos sobre o matrimônio, e mostra, como antecipa Ignatius Press, “como a permanente fidelidade da Igreja à verdade sobre o matrimônio é o fundamento irrevogável de sua misericórdia em sua pastoral com as pessoas em segundo matrimônio”.